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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Bancarrota do STF aprofunda democracia em vertigem

O mundo jurídico, nacional e internacional, reconhece necessidade urgente de a verdade ser afirmada pelo Supremo Tribunal Federal

STF legitima padrão escravocrata de exploração (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
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Previsível novo adiamento, por parte da ministra Carmen Lúcia, da discussão no STF sobre habeas corpus para Lula é, certamente, continuidade do filme “Democracia em vertigem”, da cineasta mineira Petra Costa, radiografia do golpe de 2016, passo a passo em contornos dramáticos, das forças conservadoras, que desistiram do processo democrático depois de perderem pela quarta vez disputa eleitoral para PT e aliados, em 2014. O candidato tucano Aécio Neves não reconheceu derrota e  partiu para o impeachment, sem crime de responsabilidade para caracterizá-lo, única forma deles chegarem ao poder, com Temer, e mantê-lo, prosseguindo em ações conjugadas para evitar, na eleição presidencial, de 2018, a vitória, cantada nas pesquisas, do ex-presidente Lula. A derrocada de Dilma representou ante-sala do que iria acontecer com o ex-presidente, para inviabilizar sua participação na disputa eleitoral. O mais impactante depoimento de acusação ao ex-presidente, no filme de Petra, foi dado por procurador da República, que, depois da show midiático de Deltan Dallagnol, com seu power point famoso, disse inexistir prova contra o acusado, sendo tal inexistência a certeza de que era culpado! Fantástico contorcionismo político manipulador que viabilizou a eleição de Bolsonaro e a continuidade da pressão, agora, de poder militarizado sobre o STF. Tudo para inviabilizar reposição da justiça, abastardada, como demonstram denuncias de The Intercept Brasil. Clareou-se, por meio delas, comprovação de relação espúria entre juiz e procurador, atuando em dobradinha, produzindo atentato à Constituição federal. Já antes advogado da ONU ressaltara a ilegalidade da atuação de Moro como juiz e acusador, ao mesmo tempo, incensando procuradores a produzirem provas mediante chantagens das delações premiadas. O vazamento das informações das ações da Operação Lavajato, que se procura transformar em ato criminoso de invasão de hacker nos telefones dos procuradores, demonstrou verdadeira farsa jurídica, com objetivos bem definidos: manter preso o ex-presidente e retirá-lo do jogo democrático.

Terrorismo político em ação

O mundo jurídico, nacional e internacional, reconhece necessidade urgente de a verdade ser afirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Reclama por julgamento de habeas corpus, solicitado pela defesa de Lula, afetada pelas irregularidades processuais praticadas por Moro e procuradores em conluio criminoso. A fragilidade do operador da Lavajato, agora, ministro de Bolsonaro, baleado em sua honorabilidade, fez emergir forças ocultas, preocupadas com o desgaste governamental em manter no cargo o desmoralizado herói, construído pelo poder midiático antinacional. O murro de general na mesa em defesa de prisão perpétua para Lula, algo inexistente no ordenamento jurídico brasileiro, e ameaças de toda ordem em circulação nas redes sociais de que se arma golpe para fechar o STF, se ele libertar o ex-presidente, são as manifestações evidentes de terrorismo político, que congela a justiça, assim como está congelada a economia, produzindo recessão e desemprego incontrolável sob o tacão neoliberal antinacional.

Medo da liberdade

Lula livre atrapalha os planos dos golpistas, porque teria liberdade para fazer o contraponto da narrativa oficial sob ataque das informações veiculadas por The Intercept Brasil. O quadro piora para Moro, em meio a sua ambiguidade crônica de acusador e julgador simultâneo, quando vem ao ar denuncia de Tacla Duran, ex-advogado da Norberto Odebrecht, de que depositou vultosa quantia na conta de parceiros do juiz de Curitiba, objetivando, no âmbito da Lavajato, condução do processo conforme interesse da empreiteira. Tacla, ameaçado por Moro, exilou-se, na Espanha, de onde, agora, dispara sua artilharia, ao sentir reforçado pela desmoralização do ex-juiz de Curitiba, decorrente das denuncias de The Intercept Brasil. Alvo de ataque em processo por calúnia, tocado por Duran, Moro se enreda no próprio enredo, sem poder comprovar a tese que arma de que inexistiu vazamento de informações para The Intercep Brarsil, mas, sim, crime de espionagem, guerra híbrida, que teria sido comandada pela Rússia por meio do aplicativo Telegran, de origem russa. O enredo se torna inverosímel quando  se sabe que The Intercept é financiado por bilionário empresário franco-americano, ligado aos interesses de Washington, na tarefa de usar o Brasil de Bolsonaro, aliado de Trump, como peão de Tio Sam na geopolítica internacional, forçando sua retirada dos Brics, para dificultar parceria Rússia-China, maior ameaça à hegemonia americana, no cenário da guerra econômica global.

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