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Gilvandro Filho

Jornalista e compositor/letrista, tendo passado por veículos como Jornal do Commercio, O Globo e Jornal do Brasil, pela revista Veja e pela TV Globo, onde foi comentarista político. Ganhou três Prêmios Esso. Possui dois livros publicados: Bodas de Frevo e “Onde Está meu filho?”

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Moro não pode mais fazer que não é com ele. Ou é ou não é

"A situação de Sérgio Moro chegou um ponto crítico, com as revelações do site de Glenn Greenwald. O ministro está nu e as tentativas se improvisar a roupa nova do ministro não estão colando", diz Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia

(Foto: Marcelo Camargo - ABR)
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Por Gilvandro Filho, do Jornalistas pela Democracia

Imagine-se o caríssimo leitor na condição de réu sem culpa. As acusações são pesadíssimas, a pena, caso sejam confirmadas, será muito dura. A sociedade vai lhe massacrar e os amigos vão lhes virar as costas. Você perderá o seu cargo e sua vida vai virar de ponta-cabeça. Há provas, contundentes, para você forjadas: gravações, diálogos, imagens. Mas, você é inocente. Qual a sua reação? Indigna-se, esperneia, briga e solta um NÃO rotundo, como diria Brizola? Ou se sai todo blasé, dizendo simplesmente que “não tem como reconhecer a autenticidade” das provas apresentadas?

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Se a sua reação for a primeira, mais crível será a sua alegada inocência. É difícil não se comover diante de um inocente condenado injustamente quando ele luta para provar que não cometeu crime algum. Já o segundo caso… É difícil de compadecer de alguém que, acusado de maneira aparentemente incontestável, mantém a arrogância, tenta virar o foco da acusação e afirma, candidamente, que apenas duvida da veracidade das provas.

Agora, em seu lugar de leitor, você se sensibilizaria com qual das linhas de defesa?

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Quando chegar, nesta quarta-feira (hoje, 19) ao Congresso Nacional, o hoje ministro da Justiça e ex-juiz responsável pela Operação Lava Jato, Sérgio Moro, vai ser acusado por uma oposição disposta a tirar-lhe a pele. As acusações levantadas pelo The Intercept Brasil são aparentemente irrespondíveis. Moro, o procurador Deltan Dallagnol, outros juízes e outros procuradores foram flagrados em diálogos conspiratórios, nada republicanos, combinando estratégias, redefinindo agendas, forjando acusações. 

Moro era o juiz do caso, Deltan e os procuradores eram os acusadores. Eles não podiam, por lei, estar naquele tipo de palanfrório. Mas estavam, pois estava em jogo o futuro do País, um projeto de poder e o aniquilamento de uma corrente político-partidária. E Moro, Deltan e quejandos estavam ali em missão política, com interesses partidários; pelo menos, visando tirar do jogo político um partido e seu líder. No caso, o PT e Lula, este o alvo maior contra o qual aquelas forças jurídicas conjuminavam.

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A situação de Sérgio Moro chegou um ponto crítico, com as revelações do site de Glenn Greenwald. O ministro está nu e as tentativas se improvisar a roupa nova do ministro não estão colando. Seus aliados, muitos deles, estão fugindo pelas cordas do navio que naufraga. A mídia amiga incondicional resume-se, hoje, à TV Globo e alguns jornais provincianos, além de blogs de notórios cabos eleitorais e influenciadores digitais de extrema-direita. Todos agarrados a uma tese insustentável: a virada de foco do crime cometido para os denunciantes, hackers ou o que queiram fazer parecer. 

Até a imprensa conservadora, responsável em grande parte pela aura de super herói edificada em torno do ex-juiz, já desistiu de acender vela para defunto ruim. A Folha de S.Paulo e o Estadão tiraram Moro de sua galeria de ídolos ao vê-lo perdido e com o futuro político e profissional arruinado.

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No Senado, os parlamentares de oposição têm a obrigação de questionar pesadamente Sérgio Moro e não deixar que sua linha de defesa, até agora insustentável, faça eco. Ele tem que dizer se aquelas conversas flagradas são dele ou não. Tem que comprovar que não tem nada a ver com as denúncias do Intercept Brasil ou admitir o papel criminoso e vergonhoso que lhe está sendo atribuído, até agora, categoricamente.

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