Ex-governador depõe na Comissão da Verdade

Ex-governador de Alagoas e deputado federal eleito, Ronaldo Lessa (PDT) foi ouvido pela Comissão Estadual da Verdade; ele foi preso durante o regime militar -1969/1970 – por ter denunciado crimes praticados pela ditadura; "O trabalho da Comissão da Verdade é de uma importância extraordinária. As novas gerações precisam conhecer o que aconteceu no passado recente do nosso País. Só assim vamos impedir que uma minoria encontre espaço para pedir a volta do regime militar, ditadura nunca mais", defendeu Lessa

Ex-governador de Alagoas e deputado federal eleito, Ronaldo Lessa (PDT) foi ouvido pela Comissão Estadual da Verdade; ele foi preso durante o regime militar -1969/1970 – por ter denunciado crimes praticados pela ditadura; "O trabalho da Comissão da Verdade é de uma importância extraordinária. As novas gerações precisam conhecer o que aconteceu no passado recente do nosso País. Só assim vamos impedir que uma minoria encontre espaço para pedir a volta do regime militar, ditadura nunca mais", defendeu Lessa
Ex-governador de Alagoas e deputado federal eleito, Ronaldo Lessa (PDT) foi ouvido pela Comissão Estadual da Verdade; ele foi preso durante o regime militar -1969/1970 – por ter denunciado crimes praticados pela ditadura; "O trabalho da Comissão da Verdade é de uma importância extraordinária. As novas gerações precisam conhecer o que aconteceu no passado recente do nosso País. Só assim vamos impedir que uma minoria encontre espaço para pedir a volta do regime militar, ditadura nunca mais", defendeu Lessa (Foto: Voney Malta)


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Alagoas247 - O ex-governador de Alagoas e deputado federal eleito, Ronaldo Lessa, foi ouvido nesta quarta-feira, 8, pela Comissão Estadual da Memória e Verdade Jaime Miranda. Num depoimento, em vários momentos, emocionante, Lessa relatou o período que esteve preso entre 1969/1970 por ter denunciado crimes praticado pelo regime militar. "Era líder estudantil, um jovem que não pertencia a nenhuma organização política, mas, mesmo assim, fui considerado perigoso pela ditadura militar', disse aos membros da Comissão coordenada pelo procurador Delson Lyra.
Ronaldo Lessa começou a falar um pouco depois das 10h e só concluiu o relato depois do meio dia: "fui preso no dia 12 de abril de 1969 em frente ao Colégio Imaculada Conceição. Levaram-me para o DOPS, no centro de Maceió. Um amigo que me acompanhava ficou esperando na porta. Horas depois tentou saber notícias minhas e foi informado de que eu nunca estivera ali. Durante dias fiquei incomunicável, sofrendo tortura psicológica. O tempo todo diziam que iam me matar caso não desse informações sobre as pessoas que estavam se opondo ao regime. Resisti. Fui liberado semanas depois, mas respondi a processo e acabei absolvido, em julgamento ocorrido no IV Exército, em Recife. Mendes de Barros foi meu advogado".
Depois do ocorrido, longe de ter medo, Lessa passou a ter uma participação política ainda mais ativa. Ingressou no PCR (Partido Comunista Revolucionário), organização clandestina da qual faziam parte Selma Bandeira e Manoel Filho. "Manoel era um homem alegre, sempre conversávamos. Foi morto sob tortura, de uma maneira brutal, absurda", disse com voz embargada.
Mesmo absolvido, Ronaldo Lessa continuava vigiado pela ditadura militar. Como era atleta, jogador de vôlei da seleção alagoana, e estudante de engenharia da Universidade Federal de Alagoas, acabou presidente da FADU (Federação Alagoana de Desportos Universitários). Durante os jogos universitários de 1970, no Ceará, foi novamente preso. "Ao chegar em Fortaleza soube da ordem para me prenderem. Os estudantes ameaçaram não participar dos jogos. Daí, a ditadura resolveu me manter em prisão domiciliar. A justificativa era que o presidente Médici estaria na cidade e que eu poderia ameaça-lo".
Depois disso, a vida de Ronaldo Lessa tornou-se cada vez mais difícil. Foi afastado da direção do antigo CEPA (Centro Educacional de Pesquisas Aplicadas) e acabou deixando Alagoas. Foi para o Rio de Janeiro, onde foi aprovado em concursos mas não conseguia trabalhar por causa da ficha policial: "acabei trabalhando na iniciativa privada e cheguei a ser um dos engenheiros da construção da Ponte Rio-Niterói". Voltou a Alagoas alguns anos depois e foi eleito deputado estadual, vereador, prefeito de Maceió e duas vezes governado de Alagoas. "O trabalho da Comissão da Verdade é de uma importância extraordinária. As novas gerações precisam conhecer o que aconteceu no passado recente do nosso País. Só assim vamos impedir que uma minoria encontre espaço para pedir a volta do regime militar, ditadura nunca mais".
Instituida em agosto de 2013, a Comissão da Verdade já coletou dezenas de depoimentos de pessoas que sofreram com ações da ditadura. É

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