Deputados e vereadores pressionam bancada contra reforma da previdência

Pelo menos dois senadores e sete dos nove deputados federais alagoanos já se posicionaram publicamente contra a proposta da Reforma da Previdência do governo Temer; eles também têm sido pressionados por políticos do estado, caso dos deputados estaduais, apesar de não terem direito a voto; e na Câmara de Maceió, todos os 21 vereadores fecharam questão contra a matéria e aprovaram a publicação de uma Carta Aberta pedindo aos deputados federais e senadores de Alagoas que se posicionem e votem contra a proposta

Plenário da Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Voney Malta)


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Por Vanessa Alencar/cadaminuto.com.br - Se depender da bancada de Alagoas, a PEC 287, que trata da Reforma da Previdência, não será aprovada pelo Congresso Nacional da forma como foi enviada pelo governo federal. Pelo menos dois senadores e sete dos nove deputados federais já se posicionaram publicamente contra a proposta e o anúncio, na semana passada, da retirada dos servidores estaduais e municipais da reforma não deve modificar significativamente o quadro.

Os dois senadores que já se declararam contrários à matéria são Renan Calheiros (PMDB) e Fernando Collor (PTC), único alagoano a assinar o requerimento apresentado pelo senador Paulo Paim (PT-RS) para criação de uma CPI a fim de investigar a situação financeira da Previdência Social.

Em setembro do ano passado, durante discurso em Alagoas, Collor classificou de “inaceitáveis e absurdas” as reformas do governo que representassem cortes nos direitos assegurados de trabalhadores e aposentados e disse que votaria contra elas.

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O senador destacou, na ocasião, que é possível realizar reformas estruturantes, mantendo as conquistas trabalhistas e lembrou que, quando foi presidente da República, determinou a equiparação e o pagamento retroativo a todos os aposentados do Funrural, sem “quebrar o Brasil”.

Dos três, Benedito de Lira (PP) foi o único a defender a PEC. Durante entrevista a TV Senado, em fevereiro passado, ele disse que a reforma era “dolorida, mas, necessária”. Depois disso, o parlamentar não falou mais publicamente sobre o assunto.  

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Deputados federais

Entre os deputados federais, são contrários à reforma enviada pelo presidente Michel Temer (PMDB): Paulão (PT), Rosinha da Adefal, (PTdoB) Givaldo Carimbão (PHS), Ronaldo Lessa (PDT), Cícero Almeida (PMDB), JHC (PSB) e Pedro Vilela (PSDB). Embora não tenha encampado o tema na mídia, o tucano adiantou, em entrevista ao CadaMinuto, que não concorda com a reforma do modo proposto pelo governo.

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“Tem pontos que merecem uma maior discussão e alteração, destacaria a regra de transição, que não foi colocada de forma justa, e também a questão dos trabalhadores rurais, pois não é correto igualá-los com os trabalhadores urbanos... Também discordo da mudança dos benefícios de prestação continuada, que atendem uma parcela muito vulnerável da população brasileira. O governo propõe mudanças que não são justas, nem deveriam ser colocadas”, explicou Vilela.

O deputado Nivaldo Albuquerque (PRP) e o deputado Arthur Lira (PP) ainda não se pronunciaram publicamente sobre o assunto. No entanto, no mês passado, Lira já havia afirmado que dificilmente o texto que veio do governo será aprovado na íntegra. O líder do PP chegou a sugerir que seria mais viável que o governo escolhesse apenas um item da reforma, como a idade mínima, para aprovação na Câmara dos Deputados.

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Assembleia e Câmara

Apesar de não terem direito a voto, parlamentares estaduais têm exercido pressão para que a reforma não seja aprovada em Brasília. Principal crítico da PEC no Estado, o deputado Ronaldo Medeiros (PMDB) utilizou algumas vezes a tribuna da Assembleia Legislativa (ALE) para chamar a atenção da bancada alagoana para votar contra a matéria.

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Paralelamente, o parlamentar tem se mobilizado junto a políticos, lideranças sindicais e comunitárias e, na sexta-feira passada, dia 24, reuniu dezenas de representantes da sociedade civil organizada no Centro de Convenções, para discutir o assunto em audiência pública.

Para não restarem dúvidas de seu posicionamento, Medeiros até espalhou outdoors na cidade: “Minha opinião sobre a Reforma da Previdência é pública e está nas ruas”, destacou nas redes sociais ao divulgar imagens da publicidade onde um caixão aparece com os dizeres: “Com a reforma da Previdência, é aqui que você vai receber sua aposentadoria”.

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Na Câmara de Maceió, os vereadores fecharam questão contra a matéria. Na semana passada, todos os 21 aprovaram a publicação de uma Carta Aberta pedindo aos deputados federais e senadores de Alagoas que se posicionem e votem contra a proposta: “Na verdade, não se trata de reforma, que em geral significa melhorias, mas a destruição de direitos sociais para toda população”, diz um dos trechos do documento.

 

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