Rolezinho expõe preconceito e vira o “Vem pra rua!” que a burguesia não quer

Preconceito na veia, intolerância no pensamento e ódio no coração. É a direita a se apresentar em toda sua boçalidade e virulência



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Até o ano de 2002, o Brasil vivia em sua redoma de cristal cínica e mentirosa de que este País é cordial e tolerante com as diferenças raciais e sociais. As "elites" privilegiadas destas terras tropicais, por intermédio de seus meios de comunicação privados, das academias universitárias e, evidentemente, do Judiciário que atua secularmente como "mediador", que sempre dá ganho de causa para os interesses da burguesia, estão furiosas com a ascensão social e principalmente com os questionamentos que os moradores de comunidades carentes ou de bairros populares têm realizado no decorrer dos últimos dois anos, a começar pelas manifestações de junho, que foram pulverizadas em pequenos protestos nas maiores cidades do Brasil, que se tornaram uma rotina, que prejudicou, inclusive, o trânsito das metrópoles e dos municípios de médios portes.

A fúria dos ricos e das classes média tradicional e alta, camadas sociais de formações universitárias, está a ser exposta há muito tempo, desde que 36 milhões de brasileiros ascenderam à classe média na última década, sendo que 75% desses números são compostos por negros, além de 30 milhões de brasileiros terem se livrado da extrema pobreza. Os números e índices foram divulgados por intermédio de estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), em 2012. Consequentemente, a participação dos negros na classe média subiu de 38%, em 2002, para 51% neste ano, o que, sobremaneira, é um grande avanço para um País que tem uma "elite" que escravizou seres humanos durante quase quatro séculos.

Contudo, a reação dos grupos conservadores é sistemática e feroz. O inconformismo por não controlarem o poder federal os leva a tratar a política como caso de polícia, pois quando se criminaliza o processo político se abre espaço para que as corporações econômicas e as camadas sociais privilegiadas e seus porta-vozes, a exemplo da imprensa de negócios privados, dominem o debate político e sufoquem aqueles que eles consideram o inimigo a ser derrotado, no caso atual o Governo trabalhista, o PT, os movimentos ligados à esquerda, os programas sociais e tudo que possa lembrar, de forma positiva, as conquistas do povo brasileiro nos últimos 11 anos, quando os governantes trabalhistas, Lula e Dilma, assumiram a Presidência da República.

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Além disso, a direita brasileira percebeu que a esquerda supera a criminalização da política ao enfrentar o debate político, mesmo quando é necessário fomentar ainda mais o embate e, consequentemente, radicalizá-lo, os conservadores, que lutam contra a emancipação do povo brasileiro e o desenvolvimento do Brasil, recorrem, rotineiramente, à judicialização da política, uma forma de travar ou engessar os programas de Governo apresentados pelo PT ao povo brasileiro e por ele aprovado, afinal os trabalhistas e socialistas venceram as eleições de 2002, 2006 e 2010, realidades que, indubitavelmente, causaram ódio e inconformismo àqueles que estão secularmente e hereditariamente acostumados com um País para poucos brasileiros, porque para esse tipo de gente o privilégio é um "direito" quase constitucional e a vantagem é uma dádiva de Deus aos "bem nascidos".

A verdade é que dezenas de milhões de brasileiros ascenderam de classe social, passaram a ser consumidores, conquistaram empregos mais estáveis e ingressaram em cursos técnicos e universitários, com a ascensão dos trabalhistas ao poder, a partir de 2003. As manifestações de junho de 2013 comprovam que os cidadãos que vieram de extratos sociais baixos querem mais, porque estão mais politizados, além de a democracia brasileira ter amadurecido e, por seu turno, alicerçada no estado democrático de direito e em uma Constituição das mais avançadas do mundo, que não deixa dúvidas sobre o direito pleno à cidadania e ao papel de cada Poder da República. E esta realidade causa ódio à direita e aos grupos sociais conservadores, pois preconceituosos e irremediavelmente autoritários e egoístas.

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O decantando rolezinho é um movimento de jovens da periferia cuja maioria é de cor parda ou negra. Estabeleceu-se, primeiramente, em São Paulo, estado detentor de maior poder econômico no Brasil e que tem uma das "elites" mais atrasadas, violentas e reacionárias do mundo, conforme comprovam suas condutas perante a história. Nada é mais reacionário e intolerante, em termos nacionais, do que a "elite" paulista, branca, politicamente e ideologicamente de direita, além de intolerante por conveniência social e financeira, bem como moralmente amoral.

Os pensadores, as lideranças políticas e os empresários de direita sabem o que desejam e também o que não querem. Parte representativa das classes médias tradicional e alta também se alinha às "elites" econômicas, porque empregados contratados, além de portadores de seus valores e princípios, o que os leva a se transformar em porta-vozes dos interesses das pessoas que são inquilinas do pico da pirâmide social.

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Não é fácil para os trabalhistas, os socialistas e às esquerdas, enfim, enfrentar um establishment tão rico e poderoso, que domina os meios de produção, de comunicação privados e que controla o estado nacional há séculos, como demonstram, inequivocadamente, os juízes do STF, os promotores do MPF, os advogados da OAB, membros das academias universitárias, que se transformam em "especialistas" de prateleiras, bem como as corporações empresariais, por intermédio de Fiesp, Firjan, Fenaban, além de setores influentes da Igreja Católica e das igrejas Evangélicas e suas inúmeras denominações.

Esses segmentos poderosos e influentes de direita perceberam há muito tempo que o maior partido conservador da atualidade, o PSDB, e seus aliados, DEM e PPS, não teriam chances de reverter o quadro eleitoral favorável ao PT e seus aliados e, por sua vez, conquistar novamente a Presidência da República. A direita não tem quaisquer propostas de governo e projeto de País. Nunca teve projetos, a não ser lutar contra a autonomia e a independência do Brasil, além de se aproveitar e usufruir dos benefícios e conquistas realizados pelos trabalhistas quando estiveram no poder.

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Desenvolvimento acontecido no governo do grande presidente João Goulart deposto pela reação e principalmente no que diz respeito ao estadista Getúlio Vargas, pai do Brasil moderno, de sua industrialização e que permitiu que o grande empresariado se beneficiasse de avanços, como o Sistema S (Senai, Senac e Sebrae) e das estatais, a exemplo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), além da Petrobras e da Vale da Rio Doce, somente para exemplificar essas empresas públicas, porque Getúlio construiu muito mais e, por conseguinte, promoveu o desenvolvimento do Brasil e cooperou para que o setor privado ficasse ainda mais rico.

A direita no poder não constrói nada. Pelo contrário, vende o que não construiu, bem como se puder tira do povo, porque para a direita o que vale são os números e os índices e por isso jamais os indivíduos desse espectro político e ideológico vão se importar com questões como o bem-estar social e os direitos dos trabalhadores. O caráter da direita brasileira é este: entreguista, colonizado, preconceituoso, subalterno, subserviente, americanófilo, intolerante, violento, racista e portador de um incomensurável e inenarrável complexo de vira-lata. A direita não negocia, determina, pois autoritária, e muito menos divide, porque gananciosa, sectária e luta, eternamente, por um País para poucos, pois se considera VIP.

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Por isto e por causa disto é que lemos barbaridades na internet escritas por coxinhas das classes médias e ricas contra o rolezinho nos shoppings de São Paulo. Preconceito na veia, intolerância no pensamento e ódio no coração. É a direita a se apresentar em toda sua boçalidade e virulência. Trata-se da psicologia da intimidação, como o apoio dos comandantes e chefes de polícias e dos governadores a quem essas autoridades estão subordinadas.

Neste momento o bordão "Vem pra rua!" das manifestações de junho de 2013 não vale, não é permitido e não convém à burguesia paulistana, paulista e brasileira, bem como seus aliados de classe social e de ideologia política da imprensa de mercado ao tempo que alienígena. Ir às ruas e quebrar e incendiar o patrimônio público e fazer oposição ao Governo trabalhista e ao PT pode.

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Todavia, entrar em shoppings luxuosos frequentados pelos burgueses e pequenos burgueses brancos e seus filhos metidos a serem superiores é proibido. Nada de rolezinho para preto, pobre e morador de periferias, que querem visibilidade e ter acesso ao consumo e ao que é bom, como indica a publicidade diária dos produtos dos empresários à venda nas televisões, na internet e nas publicações.

O que vale para a perversa "elite" brasileira é não ser incomodada em "seus" shoppings, restaurantes, cinemas, aeroportos, escolas, universidades, clínicas médicas e bairros. O que vale é o apartheid social, que acontecia neste País até 2002 quando os tucanos deixaram o poder e o Brasil começou a crescer e a incluir os brasileiros como nunca se viu neste País. Acontece que o processo de inclusão social vai continuar se o PT de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva vencer as eleições de outubro. E aí não vai ter mais rolezinho, porque teremos no Brasil o rolezão, para o desgosto dos inquilinos sectários da Casa Grande. É isso aí.

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