Da "Copa do Medo" à #copadascopas

A virada foi fruto também de um competente trabalho de comunicação, que passou pela articulação do Palácio do Planalto com cronistas esportivos e correspondentes internacionais



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Falar sobre a mudança de humor dos brasileiros em relação à Copa do Mundo jogada fora de campo – a que não depende do desempenho da seleção canarinho – é chover no molhado. Antes, dizia-se que os brasileiros seriam expostos a um vexame internacional naquela que seria a “Copa do Medo”. Agora, como os aeroportos funcionaram, os estádios encantaram o mundo e a média de gols tem sido uma das maiores da história, vive-se o sonho da #copadascopas. Uma mudança de clima que se refletiu na mais recente pesquisa eleitoral Datafolha, que apontou o crescente orgulho dos brasileiros com o Mundial e uma recuperação de terreno por parte do governo Dilma.

Esse novo ambiente decorre do que já foi dito (aeroportos, estádios, etc.), mas também de um competente trabalho de comunicação iniciado a partir de uma mudança de postura da própria Dilma Rousseff. O marco zero foi a decisão de receber cronistas esportivos para um jantar no Palácio do Planalto. A governante antes avessa a entrevistas deu lugar a uma Dilma aberta, sorridente e disposta a discutir futebol, escalação do time e até mesmo problemas de organização do Mundial até altas horas da madrugada – no primeiro desses encontros, ela admitiu que, se dependesse dela, teriam sido construídas oito arenas, e não 12.

Aos poucos, o ambiente predominantemente hostil dos grupos de mídia nacionais à Copa, salvo publicações como ISTOÉ, que desde cedo anteciparam o sucesso do Mundial, começou a ser corroído por dentro, nos cadernos de esporte. Se as manchetes dos jornais apontavam problemas, as colunas especializadas, aos poucos, entravam no clima de festa.

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Depois dos cronistas esportivos, vieram os correspondentes internacionais, interessados também no mesmo tema: afinal, o Brasil estava pronto ou não para a Copa? Superada a tensão inicial dos primeiros dias, uma reportagem do “The New York Times” foi a primeira a falar em “Copa dos sonhos” depois de previsões de “juízo final”. Um tiro certeiro contra o chamado “complexo de vira-latas”, herança amarga de uma sociedade ainda contaminada pela mentalidade colonial.

Ora, se as opiniões que chegavam de fora apontavam a realização da #copadascopas, os porta-vozes locais da teoria do vexame internacional teriam que, rapidamente, recolher seus tanques. Até porque, aos poucos, a população começava a se dar conta de que havia sido enganada pelos catastrofistas. Resultado: com essa virada, Dilma ganhou capital político e pretende usá-lo sem cerimônia daqui até as eleições presidenciais. É do jogo.

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