O debate da Band

Sem dúvida, o que mais chamou a atenção foi a tropa de choque de jornalistas da Bandeirantes. William Bonner ali seria um Che Guevara



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Quem esperava que a Rede Bandeirantes se transformasse num octógono ficou frustrado. O primeiro debate entre os presidenciáveis foi morno. Não houve agressões pessoais. No segundo bloco, o mediador Boechat já parecia entediado.

Quem melhor aproveitou a chance de exposição foi Eduardo Jorge, do PV. Sendo bastante direto nas respostas, logo de início disse ser a favor da legalização e regulação das drogas psicoativas e do aborto. Por duas vezes deixou o reaça-mor Boris Casoy apalermado. Primeiro, ao ser contra a independência do Banco Central: "o BC não tem que favorecer os rentistas"; depois, ao apoiar a regulamentação da mídia. Começou ensandecido e no final louvava Gandhi e John Lennon. Talvez tenha criado o fundamentalismo beleza.

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Luciana Genro, do PSOL, foi na mesma trilha. Morde e assopra. Vai mudar tudo, mas "de forma pacífica". Como faria isso? Não tenho a menor ideia. Atacou a "financeirização da nossa economia". Encurralou Marina ao dizer que sem enfrentar o sistema financeiro não há mudança, e que seu alardeado "tripé macroeconômico" é o capital financeiro.

O Pastor Everaldo, do PSC, é mais um a somar no nosso surrealismo político. Uma aberração. E pensar que já fez parte da base governista – é isto a governabilidade, Dilma? Mas conseguiu marcar um golzinho de honra "na isenção para quem ganha até cinco mil reais".

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Aécio não esconde, é a glória dos rentistas. Diz que "a indicação de Armínio Fraga é uma sinalização para o país". É o mais previsível. Seu mantra é a "eficiência na gestão pública". Faz questão de frisar "a importância da liberdade de imprensa". É fácil para quem a tem sob seu controle. Tem absoluto temor da ideia dos Conselhos Populares.

Dilma começa visivelmente nervosa, não veio para apanhar. Assume seu novo modelito: bateu, levou. Mais à frente já está mais calma e articulando melhor as frases. Em toda resposta cita um programa implementado pelo governo. Realça o papel da educação e da "continuidade do legado do presidente Lula". Defende a criação dos Conselhos alertando sobre o medo dos conservadores com a participação popular. Ao final diz almejar "um país cada vez mais classe média".

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Marina toda hora se refere às manifestações de junho do ano passado e ao bordão do "Estado refém do toma lá, dá cá". Diz ter "visão estratégica e diálogo para governar o país". Esteve mais calma que os demais, talvez por ser a onda do momento, quase um ar blasé. Repete "macroeconomia" à exaustão. Sempre genérica e teórica demais, só fala em conceitos. No meio do programa já se tornou muito repetitiva. Começa e encerra o debate invocando Eduardo Campos.

Sem dúvida, o que mais chamou a atenção foi a tropa de choque de jornalistas da Bandeirantes. William Bonner ali seria um Che Guevara. Lamentável para um canal que já contou os excelentes Jose Augusto Ribeiro e Newton Carlos.

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