Dilma zangada é garantia de bom desempenho em debates

Se os marqueteiros encontrarem uma fórmula para que Dilma já chegue zangada aos debates e comícios, não vai ter para ninguém

Se os marqueteiros encontrarem uma fórmula para que Dilma já chegue zangada aos debates e comícios, não vai ter para ninguém
Se os marqueteiros encontrarem uma fórmula para que Dilma já chegue zangada aos debates e comícios, não vai ter para ninguém (Foto: Eduardo Guimarães)


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Dilma é, tão-somente, caloura na política. Jogá-la em um debate com raposas como Aécio Neves ou Marina Silva chega a ser covardia. A inexperiência e o quadro político adverso dificultam ainda mais a vida de quem não está habituado com a cara-de-pau que a política exige.

Políticos, antes de tudo, têm que ser frios. Ser cara-de-pau ajuda muito. Permite a estratégia de Marina Silva, por exemplo, que não diz nada e consegue ser entendida devido às expressões faciais, que anunciam que está dizendo alguma coisa sem que diga absolutamente nada.

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A inexperiência em debates e o momento político difícil constituem-se em enorme problema para Dilma; ela sempre começa os debates nervosa. Desta vez, no debate do SBT/UOL, inclusive, reconheceu o nervosismo ao errar nomes daqueles aos quais perguntaria.

Dilma sempre começa os debates gaguejando. Faz pausas intermináveis durante as frases, dando a impressão de que esqueceu o que iria dizer. Mas ela tem um botão anti-pânico e os marqueteiros precisam encontrar uma forma de acioná-lo para que ela se saia bem na oratória tanto em comícios quanto em debates.

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Aliás, quem conhece um pouco melhor a história recente de Dilma se lembra da sova que ela deu no demo Agripino Maia no Congresso ao responder a ele sobre por que disse, em uma entrevista, que mentia "muito" aos torturadores da ditadura militar, ponderando que mentir sob tortura é quase uma obrigação.

Dilma, quando indignada, se supera. Não foi diferente no debate do SBT/UOL.

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Marina, por exemplo, após fazer uma interpretação escandalosamente pessimista da situação do país, pergunta a Dilma: "O que deu errado em seu governo?". Dilma, visivelmente indignada, faz aquele ar de impaciência – que chega a ser engraçado – e dispara: "O que deu errado é que tiramos 30 milhões de brasileiros da miséria".

Bingo! Só os trejeitos da presidente, ao indignar-se, já deixam o adversário constrangido. É a linguagem corporal instintiva.

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Mas não é só. Zangada, Dilma não gagueja. As palavras fluem, ganham naturalidade. É outra pessoa, quando provocada.

Com Aécio Neves foi a mesma coisa. Ele disse que o governo federal não manda dinheiro para seu Estado – Minas Gerais, não o Rio de Janeiro, como muitos podem pensar – e Dilma, indignada com a mais do que comprovável mentira, fez o mesmo ar de impaciência e disse que ele, além de ter "memória fraca", é "desinformado".

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É mais como ela disse do que o que ela disse. Foi engraçado e soou verdadeiro. Zangada, Dilma passa a quem a vê que aquilo é indignação diante de uma mentira.

De resto, foi divertido. Levy Fidelix xingando a mídia e fazendo um discurso inflamado e panfletário como qualquer estudante universitário devido a seu partido ter sido chamado de "legenda de aluguel" pelo jornalista Kennedy Alencar, foi impagável.

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Eduardo Jorge dizendo que não tinha nada que ver com a briga dos dois, foi antológico.

O "pastor" Everaldo citando várias vezes "estrupo", apesar de patético também foi engraçado.

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Não dá para esperar mais do que isso em debates nesses moldes, com tantos debatedores. Não será aprofundado tema algum. Nesses debates, a mise-em-scène vale mais do que as palavras. Ninguém presta atenção no que é dito, mas em COMO é dito.

Não se pode afirmar, mas é mais provável que o debate desta segunda-feira não tenha sido vencido por ninguém. Na verdade, entre o primeiro pelotão, talvez Dilma tenha marcado alguns pontos devido às respostas atravessadas a Marina e a Aécio.

Dar respostas atravessadas dificilmente é uma boa tática. A menos que seja na situação particular em que Dilma as deu nesse debate, ou seja, após sofrer o bombardeio de quase todos os candidatos e de ter sido agredida por aqueles aos quais respondeu.

Se os marqueteiros encontrarem uma fórmula para que Dilma já chegue zangada aos debates e comícios, não vai ter para ninguém. E se o que as lendas tucano-midiáticas dizem for mais do que isso, não será preciso muito para zangar a presidente. Tomara que seja verdade.

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