Garotinho nos vingou
Independente do conhecido rasteiro populismo do candidato – não à toa tem um alto índice de rejeição -, sua fala mereceu os aplausos de todos que condenam o absurdo monopólio da informação
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Guardadas as devidas proporções, que são imensas, Anthony Garotinho nos fez lembrar o famoso direito de resposta de Leonel Brizola à TV Globo. Em entrevista ao jornal local, o candidato ao governo do Rio de Janeiro aplicou uma tremenda saia justa à emissora.
Mantendo o mesmo padrão inquisitorial iniciado no Jornal Nacional, a apresentadora que tentou desesperadamente encurralar Garotinho com supostas incoerências sobre o que havia feito em sua primeira passagem no governo do estado – 1998/2002 – e o que apresenta em seu atual programa, levou um contragolpe certeiro. O candidato, para mostrar que tem o direito de mudar de opinião, lembrou o mea-culpa da TV Globo no apoio à ditadura militar.
O desconforto da jornalista era flagrante. Querendo retomar o controle da situação, desanca a falar sobre as várias condenações sofridas pelo candidato na justiça. Educado e sereno, Garotinho a corrige dizendo que nunca foi condenado e, sim, acusado, pois os processos estão em andamento. E prossegue o raciocínio lembrando que a emissora é acusada de sonegar bilhões à Receita Federal.
A jornalista querendo salvar a pele – sua e de seu patrão – rebate imediatamente que a Globo não deve nada. Ao final se viu obrigada a repetir a frase. Àquela altura, Garotinho devia gargalhar por dentro, sabia que havia desmoralizado a Vênus em sua própria sede. Poderia complementar pedindo que mostrasse o Darf. Talvez esteja guardando o trunfo para a próxima ocasião.
Independente do conhecido rasteiro populismo do candidato – não à toa tem um alto índice de rejeição -, sua fala mereceu os aplausos de todos que condenam o absurdo monopólio da informação. É incomum ver a TV como vidraça, acostumada a apontar impunemente o estilingue para quem não lhe sirva.
Definitivamente, a Globo tem engolido muitos sapos nessas eleições. Seu maior inimigo, Brizola, está vivo nos candidatos do Rio. Todos disputam seu legado, os Cieps, abandonado por seus sucessores e criminosamente atacado pela Globo.
Brizola foi o único político a posicionar-se claramente sobre a mídia, afirmando que sem a democratização dos meios de comunicação seria impossível alcançarmos a democracia em nosso país.
Nota: Desconfio que a recente alta de Aécio nas pesquisas, para muitos uma recuperação do que perdera para Marina, seja "a melhora da morte" do candidato para despedir-se de vez.
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