A fundação estrangeira que financiou Marina

A imprensa deu destaque à doação de Neca Setúbal de R$ 1 milhão ao Instituto Marina, que correspondeu a 83% do total recebido pela ONG da candidata. Mas não falou nada sobre a “Fundação Porticus”, que deu os outros 17%

A imprensa deu destaque à doação de Neca Setúbal de R$ 1 milhão ao Instituto Marina, que correspondeu a 83% do total recebido pela ONG da candidata. Mas não falou nada sobre a “Fundação Porticus”, que deu os outros 17%
A imprensa deu destaque à doação de Neca Setúbal de R$ 1 milhão ao Instituto Marina, que correspondeu a 83% do total recebido pela ONG da candidata. Mas não falou nada sobre a “Fundação Porticus”, que deu os outros 17% (Foto: Miguel do Rosário)


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(originalmente publicado no Cafezinho)

Não queria botar mais lenha nessa fogueira, mas não posso esconder uma coisa dessas dos leitores.

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Quero deixar claro que não acredito e não quero acreditar em nenhuma teoria da conspiração. Blogueiros são paranoicos por natureza, mas sou também jornalista e como tal tenho obrigação de não acreditar em teorias de conspiração.

Oxalá seja apenas uma teoria idiota, que aliás nem é exatamente uma teoria, mas um apanhado de coincidências perturbadoras.

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Meu lado blogueiro, porém, me força a, pelo menos, publicar o que andei fuçando por aí.

No mínimo, isso dá um belo roteiro de thriller político. Verossimilhança e histórico de fatos similares ocorridos no passado, não faltam.

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Uma reportagem da Reuters publicada no início de agosto revelou que um prestigiado hacker espanhol descobriu uma brecha gravíssima no sistema de segurança de aviões de passageiros. Ele afirmou que é possível invadir sistemas de navegação de aviões e jatinhos e manipular os dados de satélite enviados ao piloto.

E com isso, interferir no vôo e, portanto, provocar acidentes.

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É impossível não relacionar isso ao acidente que vitimou Eduardo Campos, mudando completamente o quadro eleitoral no Brasil.

A morte de Campos, num acidente ainda inexplicado, tem suscitado febris teorias de conspiração. No site Strategic Culture, há dois autores que acreditam em participação da CIA e de especuladores internacionais: o Wayne Madsen e o Nil Nikandrov.

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Os motivos que levaram esses autores a desconfiar de um atentado são mais ou menos óbvios:

1 – Prejudicou imensamente o favoritismo de Dilma Rousseff, presidente com grande popularidade entre os pobres no Brasil, mas odiada pelo mercado financeiro, sobretudo após a paulada que deu nos juros no segundo ano de seu governo. O aumento do controle governamental sobre a energia, tanto a hidroelétrica quanto o pré-sal também devem incomodar a banca especulativa internacional.

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2 – Marina Silva, por sua vez, acena com a independência formal do Banco Central, e sua assessoria econômica é formada por neoliberais de quatro costados. Andre “Haras” Rezende, por exemplo, largou seus iates e cavalos de raça no exterior e veio ao Brasil prestar serviços à Marina. Segundo eles, Marina Silva seria uma “marionete” de George Soros.

Um leitor me advertiu sobre outra coisa.

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A imprensa deu destaque à doação de Neca Setúbal de R$ 1 milhão ao Instituto Marina, que correspondeu a 83% do total recebido pela ONG da candidata.

Mas não falou nada sobre a “Fundação Porticus”, que deu os outros 17%.

Porticus é uma fundação financiada e até hoje controlada de perto pela família Brenninkmeyer, bilionários de origem holandesa e alemã, donos da C&A.

Os Brenninkmeyers são conhecidos na Europa por sua reserva. Não dão entrevistas, não são vistos em público, seus diretores são obrigados a assinar rígidos contratos de confidencialidade.

O jornal britânico Telegraph publicou matéria, há alguns anos, sobre a família. O título: “Secretive dynasty with ruthless streak”, uma dinastia cheia de segredos e de temperamento implacável. A tradução é livre. Ruthless pode ser também “cruel”, “impiedoso”.

Em 2006, uma matéria no Brasil de Fato denunciava que as lojas da C&A vendiam roupas produzidas em condições degradantes para os trabalhadores.

Há toda uma polêmica ainda, na Europa, sobre as notórias alianças entre os Brenninkmeyers e o nazismo. A empresa experimentou um período de expansão e consolidação na Alemanha, seu principal mercado, justamente durante os anos de ascensão do nazismo no país.

A família participa do Clube 1001, que financia organizações ambientais pelo mundo, como a WWF, e seus membros são relacionados na parte “controversa”, justamente por causa de suas atividades políticas.

Segundo a revista Private Eye, o Clube 1001 tem como real objetivo ser uma plataforma para “encontrar casualmente lideranças do terceiro mundo que controlam uma parte substancial dos recursos naturais do planeta”.

A revista então lista uma série de operações políticas, várias delas secretas, que envolvem o Clube ou a WWF.

Os Brenninkmeyers, ultracatólicos, também são importantes financiadores do Opus Dei e membros da família participam da cúpula da poderosa organização católica norte-americana National Leadership Roundtable on Church Management.

Adivinha quem também participa da diretoria dessa organização?

Segurem a respiração! Leon Panetta, diretor-geral da CIA entre 2009 e 2011, e secretário de Defesa dos EUA, de 2011 a 2013.

Essa organização católica foi criada por Geoffrey Boisi, importante financista norte-americano, que se tornou o sócio mais jovem da Goldman Sachs a partir de 1978, e fundador da The Beacon Group, LLC, uma investidora e consultoria financeira de contas bilionárias; foi também diretor e sócio do Morgan Chase e do J.P. Morgan.

Boisi foi membro em 2001, junto com George Soros, do setor norte-americano de uma organização intitulada Trilateral Comission, que reúne a elite política e financeira dos três maiores blocos de países desenvolvidos do mundo capitalista: EUA, Europa e Japão. O objetivo declarado da Trilateral é manter a ordem internacional sob seu controle e orientação.

É ou não uma boa teoria de conspiração?

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