O mercado das drogas na capital do Brasil

O comércio das drogas mais comuns no Distrito Federal fatura na casa dos R$ 864 milhões ao ano. Isso equivale a aproximadamente 0,5% do PIB do DF



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O governo da Itália acrescentou ao cálculo de seu Produto Interno Bruto – PIB os valores das atividades ilegais, por entender que é importante para a sociedade saber o real impacto dessa "indústria" para o País. Fechadas as contas de 2011, a participação do comércio de drogas, da prostituição e contrabando de cigarros e álcool ficou perto de 1,1%.

No Distrito Federal não existe ainda esse cálculo, mas alguns dados que são utilizados pelos setores de inteligência das forças policiais permitem algumas estimativas.

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Considerando apenas a Maconha e a Cocaína (da qual sai o Crack) temos no DF aproximadamente 150 mil consumidores regulares de maconha, que fumam, em média, 5 cigarros por dia. Como cada cigarro usa aproximadamente 0,3 grama, o consumo anual do DF é de 81 toneladas. O preço para o consumidor final desta droga é ao redor de R$ 6 a grama –ou R$ 2 por "cigarro"-, o que resulta numa receita total de 486 milhões de reais por ano.

Já a Cocaína e seu subproduto Crack são utilizados por aproximadamente 30 mil brasilienses. Seu consumo médio é de 2 gr ao dia ou um total de 21,6 toneladas ao ano. Ao preço médio neste caso é msi difícil de estipular, variando de US$ 6 mil pelo pó com 90% de concentração a US$ 33 mil pela forma diluída para venda como Crack, o equivalente a R$ 5 a pedra. Tomando como referência um valor de R$ 18 mil por quilo, chegamos a R$ 378 milhões a cada ano. Assim, o comércio das drogas mais comuns no DF fatura na casa dos 864 milhões de reais ao ano. Isso equivale a aproximadamente 0,5% do PIB do DF.

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São números impressionantes. E assustadores. Os consumidores de drogas, ao menos em sua maioria, não são consumidores eventuais ou que fazem dela um suposto "uso recreativo". São dependentes desses narcóticos, que tem sua vida e de suas famílias afetadas severamente.

O uso de substâncias psicoativas de forma contínua prejudica o funcionamento do cérebro, especialmente a capacidade de concentração, de aprendizado e tomada de decisão. A disposição física é reduzida, o que vai prejudicar ou mesmo impedir atividades sociais normais, como trabalhar. Pessoas dependentes de drogas tem muita dificuldade em conservar seus empregos ou mesmo obter novas colocações semelhantes. Muitos ficam sem qualquer condição de trabalho enquanto outros passam a ocupar funções de baixíssima qualidade.

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Numa situação limite, basta ver os dependentes do Crack que circulam na região central da cidade para perceber que eles não têm condições físicas e mentais de trabalhar. Assim, onde conseguem os recursos para manter seu vício? Um viciado maconha gasta seus R$ 10 por dia, ao passo que o viciado em cocaína gasta R$ 36 por dia. Como obtém esses recursos?

A resposta é velha conhecida da sociedade brasileira. Vem dos crimes, desde pequenos furtos a residências até os famosos sequestros relâmpago. As drogas estão na base da criminalidade, na mola propulsora do crime.

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Pouco importa para custear seu vício, recorrendo ao crime para tal se as drogas continuarem a ser vendidas na clandestinidade ou nas farmácias do Centro. Seus compradores terão o problema de recursos.

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