O festival de besteiras que assola a sucessão

Transformar uma campanha presidencial numa competição para ver quem sataniza mais o adversário é o oposto de tudo que defendo

Transformar uma campanha presidencial numa competição para ver quem sataniza mais o adversário é o oposto de tudo que defendo
Transformar uma campanha presidencial numa competição para ver quem sataniza mais o adversário é o oposto de tudo que defendo (Foto: Celso Lungaretti)


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Os leitores podem até supor que eu esteja sempre procurando motivos para criticar o PT, mas os milhares de textos armazenados no meu blogue estão aí para provarem o contrário. São os petistas que, invariavelmente, dizem e fazem coisas com as quais não concordo, nem jamais concordei.

P. ex., transformar uma campanha presidencial numa competição para ver quem sataniza mais o adversário é o oposto de tudo que defendo. Trata-se da política degradada a arranca-rabo de cortiço.

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A CPMF, que Dilma Rousseff tenta fazer-nos crer que era fundamental para a Saúde, nunca passou de um engana-trouxa a mais para tungarem os cidadãos.

Nos tempos em que trabalhei nas editorias de economia, percebi claramente que, pior ainda do que Bancos Centrais dóceis ao grande capital, são os BC's subservientes aos governos. Por que? Porque estes últimos querem mesmo é colocar a economia a serviço dos interesses e conveniências da politicalha. Fazem-no de forma tão grosseira que criam o pior dos mundos possíveis

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E que dizer do teste do bafômetro, que Lula resolveu utilizar como arma contra Aécio Neves? Pelas ninharias que anda colocando em circulação, daqui a pouco ele vai acusar o tucano de nunca ter levado maçãs para sua professora do pré-primário...

Aécio se recusou a fazer o teste em 2011? Palmas para ele! Pois eu também JAMAIS me submeteria a tal constrangimento, típico de regimes totalitários. Por sorte, minha idade e aparência me colocam na leva dos que os policiais mandam passarem direto.

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Tendo detestado cada segundo que vivi sob ditadura, subo nas paredes quando tentam me impor o mesmo tratamento em plena democracia; não dou satisfações a quem não está legalmente autorizado a exigi-las, sempre preferi correr o risco de perder bons empregos do que permitir que censurassem meus textos, etc.

Quanto aos testes impostos aos motoristas, eis o que escrevi sobre eles, em março de 2012, no artigo STJ fulmina a Lei Seca. Bravíssimo!:

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"Finalmente, uma decisão memorável do STJ, ao esvaziar, na prática, a famigerada Lei Seca.

Tão patética quanto a que fez a fortuna dos gangstêres de Chicago, a Lei Seca do volante parte de um princípio inaceitável numa democracia: o de que o cidadão é culpado até que prove sua inocência.

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Qualquer motorista era laçado a esmo (na contramão do princípio da igualdade de todos perante a lei) e constrangido à humilhação do bafômetro.

Se, exercendo suas prerrogativas constitucionais, não aceitasse produzir provas contra si mesmo, ainda assim poderia ser processado, condenado, preso, com base nos depoimentos imprecisos de:

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testemunhas (nas situações normais sempre há poucas: por comodismo ou por principio, a grande maioria prefere viver e deixar viver);

guardas de trânsito (otoridades que, quando desobedecidas, ficam furibundas e tudo fazem para retaliar os autores do crime de lesa majestade, donde o STJ agiu certíssimo ao cortar-lhes as asas); e

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médicos (cujo exame visual nada mais é do que um palpite, além de tenderem a, quando a serviço da Polícia, vestirem a camisa de repressores com o ardor de um Harry Shibata).

Crianças são tuteladas.

Adultos são donos do seu nariz".

A Lei Seca original (1920-1933) foi um total fracasso

Infelizmente, nas marchas e contra-marchas da nossa Justiça, o mostrengo por ora voltou a viger. Torço para que a Ação Direta de Inconstitucionalidade interposta cumpra o seu papel, garantindo os direitos individuais contra a imposição de arbitrariedades a pretexto de proteção da coletividade.

Por este caminho, dá para se justificarem todas e quaisquer medidas autoritárias. Trata-se da mesmíssima racionália aplicada pelos EUA e países europeus após o atentado ao WTC: cidadãos com traços físicos e/ou sobrenomes assemelhados aos árabes eram revistados, detidos, interrogados, maltratados, confinados, em função do mero palpite de que pudessem ser terroristas.

De resto, até agora, não havia nada no Aécio que me entusiasmasse. Nem lembrava do episódio em questão, mas a atitude dele é daquelas que, partindo de quem partir, sempre aprovarei (só desaprovo o seu recuo tático no debate do SBT, mas nenhum candidato ousa ser politicamente incorreto no meio de uma eleição).

Os brasileiros são caninamente submissos ao autoritarismo, precisamos de quem lhes dê exemplo de postura cidadã altaneira.

Obs. Não li nenhuma referência ao branco que deu em Dilma durante o debate da Band, mas é provável que alguém mais tenha percebido. O certo é que eu notei, registrei (vide aqui) e, em seguida, abordei exatamente o problema da exaustão física e mental dos candidatos, pois ficou evidente para mim que ela, ou havia travado, ou tonteado. Logo após o debate do SBT aconteceu de novo e a presidenta teve de ser amparada para não cair.

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