A conta-gotas
O dia em que o governador Geraldo Alckmin saiu de casa para uma difícil decisão
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A feição é de apatia e o picolé de chuchu praticamente secou. Os dias não estão fáceis para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Mais magro e visivelmente com a pela seca, o político tem uma difícil decisão a tomar no decorrer desse dia.
A noite não foi tranquila. Acordou de forma repentina ao sonhar com a realidade de anos atrás, de quando havia sido reeleito governador com 60% dos votos e tinha boa aprovação do seu governo. Naquela época, havia chuvas torrenciais, muita água, as represas tinindo, além do desperdício, do abuso, da falta de fiscalização e de ninguém estar nem aí para os recursos naturais.
Sentou na cama com o corpo transpirando, a conta-gotas, e é a única água disponível, além do choro dos familiares. Ambas as gotas são tratadas em um sistema de alta tecnologia, vinda especialmente da Suíça, que permite a sucção e o tratamento do líquido em água potável. Na divisão do dia, 2/3 de um copo de 200 ml para cada um dos familiares. Banho, somente a seco, também por um sistema importado, da França.
A caminho do Palácio dos Bandeirantes, Alckmin tem seus últimos minutos de reflexão para tomar a decisão sobre o decreto de lei que sua base aliada conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa. A dúvida é cruel para sancionar, já que as opções para mudar o nome do Sistema Cantareira são duas e de nomes bem sugestivos. O governador não pode errar, uma vez que sofre pressão da opinião pública.
Ele não sabe se escolhe Quantaareia ou Contaaareia!!!
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