Ódio e divisionismo

A grande imprensa tucana, que usou todos os recursos imagináveis e inimagináveis – inclusive os ilegais, imorais e antiéticos – para arrancar Dilma do Palácio do Planalto, não consegue se conformar com a derrota imposta pelo povo

A grande imprensa tucana, que usou todos os recursos imagináveis e inimagináveis – inclusive os ilegais, imorais e antiéticos – para arrancar Dilma do Palácio do Planalto, não consegue se conformar com a derrota imposta pelo povo
A grande imprensa tucana, que usou todos os recursos imagináveis e inimagináveis – inclusive os ilegais, imorais e antiéticos – para arrancar Dilma do Palácio do Planalto, não consegue se conformar com a derrota imposta pelo povo (Foto: Ribamar Fonseca)


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A grande imprensa tucana, que usou todos os recursos imagináveis e inimagináveis – inclusive os ilegais, imorais e antiéticos – para arrancar a presidenta Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, não consegue se conformar com a derrota imposta pelo povo. E além de se esforçar para minimizar a vitória petista, tentando negar a sua legitimidade por ter sido apertada, continua estimulando o ódio e a divisão do país – como é fácil perceber por seus editoriais um dia depois do pleito – destacando as diferenças entre as regiões Sul-Sudeste e Norte-Nordeste.

No editorial sob o título de "A mensagem das urnas", o jornal "O Globo" desta terça-feira, por exemplo, afirma que a eleição presidencial "deixa o país dividido entre os que produzem e pagam impostos e os beneficiários de programas sociais". Na visão do jornalão carioca, portanto, os brasileiros do Sul-Sudeste teriam mais direitos do que os brasileiros do Norte-Nordeste, como se estes não produzissem nada e não pagassem impostos. Ou seja, os ricos é que deveriam ter o direito de eleger o Presidente da República, até porque, segundo a ótica do ex-presidente FHC, são melhor informados.

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O jornal dos Marinho que, a exemplo dos outros jornalões, abraçou escancaradamente a candidatura de Aécio Neves e usou suas páginas como se fora um partido político – um verdadeiro atentado ao jornalismo – diz em seu editorial: "Fica evidente que o país que produz e paga impostos – pesados, ressalte-se – deseja o PT longe do Planalto, enquanto aquele Brasil cuja população se beneficia dos lautos programas sociais não quer mudanças em Brasília, por óbvias razões". O editorial, além de tudo, debocha da população pobre ao afirmar que ela se beneficia dos "lautos" programas sociais. Decididamente eles não querem que os pobres sejam atendidos pelo governo.

O "Globo" também enfatiza a "avassaladora antipetização" em São Paulo, destacando a vitória de Aécio no Estado, onde obteve 64,3% dos votos, contra 35,6% dados a Dilma. E acentuou: "Foi dura a derrota do PT no Estado em que nasceu" e onde o movimento sindical gerou Lula. Arremata a observação, como se isso fosse mais importante do que a vitória petista, lembrando o registro neste pleito de "um forte sentimento antipetista no Sul, Sudeste e Centro-Oeste". O editorialista esqueceu que mais dura ainda foi a derrota de Aécio em seu próprio Estado, Minas Gerais. E que esse sentimento de ódio ao petismo foi plantado e estimulado por essa mesma mídia, só encontrando terreno fértil naquelas regiões porque é lá que os jornalões circulam.

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Por sua vez, a "Folha de São Paulo", seguindo a mesma linha do periódico carioca, em editorial sob o título de "Pouco espaço para errar", lembra que os Estados comandados pelos tucanos arrecadaram em 2013 nada menos do que R$ 545 bilhões, enquanto os controlados pelo PT arrecadaram apenas R$ 114 bilhões e os dominados pelo PMDB R$ 288 bilhões. É o mesmo raciocínio do "Globo", segundo o qual, por contribuir com maior volume de impostos, o voto dos eleitores do Sul-Sudeste deveria ter mais valor do que o voto dos nortistas e nordestinos. Ou seja, sob essa ótica, os pobres não poderiam eleger a Presidenta. Constata-se, desse modo, que a grande mídia, frustrada com a vitória de Dilma, resolveu agora pregar abertamente o divisionismo.

O editorial do jornalão paulista começa dizendo que Dilma, "reeleita com a menor margem de votos que o Brasil já registrou", deverá enfrentar problemas com os partidos da sua base aliada, em especial o PMDB, cujo líder da bancada na Câmara, Eduardo Cunha, disse que o apoio do partido "não será automático" neste segundo mandato e o presidente do Senado, Renan Calheiros, questionou a sua disposição de promover um plebiscito para a reforma política. Disse ainda que a base aliada, "que nunca primou pela fidelidade", tende a ampliar a sua rebeldia, contribuindo ao mesmo tempo para revigorar a oposição. E conclui: "Dilma sabe que nos próximos quatro anos terá pouco espaço para errar".

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Isso significa que neste segundo mandato a grande mídia será muito mais agressiva do que foi nos quatro anos de governo da Presidenta petista, a não ser que Dilma providencie logo no inicio deste segundo governo o tão esperado – e combatido pelos principais interessados – marco regulatório da mídia. Essa regulação, que não implica em censura, já é adotada há muito por outros países e precisa ser implantada no Brasil para evitar os abusos de uma imprensa que está muito mais empenhada em defender interesses políticos e econômicos de grupos do que em informar. Expressiva parcela da população, no entanto, já se conscientizou disso e por isso não se deixou influenciar pelas matérias destinadas, única e exclusivamente, a influir no processo sucessório presidencial.

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