Do Coração Valente aos Corações Valentes

É hora de "bancar a presidenta", convertendo o Coração Valente em Corações Valentes, dentro da antiga consigna "voltarei e serei milhões"

É hora de "bancar a presidenta", convertendo o Coração Valente em Corações Valentes, dentro da antiga consigna "voltarei e serei milhões"
É hora de "bancar a presidenta", convertendo o Coração Valente em Corações Valentes, dentro da antiga consigna "voltarei e serei milhões" (Foto: Leopoldo Vieira)


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Começou a tentativa de empurrar na Nação o "terceiro turno" das eleições, com a oposição oficial e oficiosa dividida sobre como enfrentar a presidenta Dilma Rousseff.

Eles sabem que ela possui enorme apoio e prestígio entre não apenas a militância partidária petista que lutou nas ruas por sua reeleição, mas de uma militância social, ampla, auto-organizada, espontânea, quase voluntarista, que foi decisiva para a vitória (junto com a classe D, E e a C, resgatada pela ofensiva do discurso presidencial "armado" com o marketing de João Santana). Esta militância, agora, aguarda a manifestação da presidenta que, por sua vez, aumenta o acalanto sendo fotografada com a biografia de Getúlio em mãos.

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O movimento da direita é um mesclado de muitas escalas. De mágoas eleitorais, à orquestração de um fascismo social não só nostálgico com a ditadura, mas que começa a se imbricar com ONGs-meio da ação da extrema-direita estadunidense, passando por antecipações das pressões por negociações ministeriais, que converge para a - ainda - ausência de uma tática com início, meio e "fim".

Por óbvio, pode-se supor que todos estes setores veem com bons olhos a tese do Impeachment, discordam de como chegar lá e se deve haver planejamento-comando-controle para este propósito. Discordam, especialmente, por que, ao fim e ao cabo, o desejo da força predominante da oposição - financeira, política e ideologicamente falando - quer mesmo é que a presidenta se vergue ao programa derrotado: o ajustaço, o tarifaço, o sinalizaço para o mercado.

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Sintomas da direitice:

• Luiz Felipe Pondé mistura as bolas de legalidade e legitimidade: "o fato da eleição para presidente ter sido decidida por alguns poucos votos a favor dos bolivarianos não implica que o lado derrotado veja a vencedora como sua representante legítima, ainda que legal";

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• Eduardo Cunha articula líderes do PTB, PR, PSC e Solidariedade para garantir vitória numérica na Casa sobre o PT e alienar a maior bancada da Casa da tradição de indicar o presidente;

• Gilmar Mendes disse temer que STF se "venezuelize" e endossa o Golpe da Bengala;

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• PSDB formalmente pede auditoria e recontagem das eleições, baseado em disse-me-disse de radicais de extrema-direita nas redes sociais;

• O funcionário do século da Fundação Ford e da Biblioteca do Congresso dos EUA, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, rechaçou a assertiva da presidenta de fazer um governo de diálogo, confundindo o que foi dito no discurso da vitória com clamor por conciliação;

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• A colunista Eliane Cantanhêde sonha que "a presidente Dilma Rousseff pode ser forçada pelas circunstâncias a provocar um arrocho sem precedentes, no que seria um estelionato eleitoral";

• Diz que 2.500 pessoas foram à Paulista pedir um Golpe Militar.

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• A sede do PSDB de Brasília foi palco de reunião em 04/11, pelo impeachment da presidenta Dilma.

Caminhos tortos e tontos, mas em todas as frentes: ideológica, midiática, parlamentar, econômica, política.

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Na campanha, a presidenta encarnou o que era um slogan de partida: o Coração Valente.

Disse não, com clareza pedagógica e chamando as coisas pelo nome, à proposta de independência formal do Banco Central, à redução do pré-sal na cadeia de desenvolvimento, ao "não sei o que vai sobrar" dos bancos públicos, à pressão por "sinalizar para o mercado" já, anunciando ministros orgânicos a este;, e explicou que, sim, a The Economist é ligada ao sistema financeiro, dentre outros enfrentamentos memoráveis, como o compromisso de criminalizar a homofobia ou de não se render ao discurso fácil da redução da maioridade penal e, com todas as letras, em debate ao vivo, oferecer a alternativa de punir os criminosos que usam menores para atenuar penas.

É contra esta Dilma, efetivamente, Coração Valente, que estas forças se enfrentam.

É hora, portanto, de "bancar a presidenta", convertendo o Coração Valente em Corações Valentes, dentro da antiga consigna "voltarei e serei milhões", a partir do que foi a militância na campanha.

Corações Valentes que se coordenem para ir aos territórios conversar com as comunidades, aos pontos de ônibus e feiras para explicar questões que chocam governo e oposição postas nas ordens dos dias, que se manifestem por temas centrais em votação no Congresso, que "comemorem" datas simbólicas, como o dia em que o Brasil se libertou do FMI ou quando foi excluído do Mapa da Fome, da ONU. Que sejam os "moleques" que quando a "menina" for balançada venham lhe dar a mão.

Corações Valentes não contra os nostálgicos da ditadura, os "coxinhas", mas, sobretudo, os Corações Valentes que vão ajudar a ampliar a maioria social que se expressou por três pontos percentuais nestas eleições, aprofundando o resgate de gente que está do "lado de lá", mas poderia estar do mesmo lado que "a gente": os percentuais das camadas C, D e E que não se libertaram do terrorismo sobre inflação e crescimento, das mentiras de "comunização" do Brasil, de quem ainda acha que cresceu por única e exclusiva virtude e empenho pessoal, de quem vê o PT como a cidadela da corrupção, entre tantas baboseiras. E por que não, resgatando setores das camadas médias tradicionais que se reinspirem em apoiar a construção do Brasil desenvolvido e ainda mais justo.

Há muito sonho, esperança, agendas, articulações, planos na mesa. Que eles se coordenem a favor do Brasil e do programa vitorioso nas urnas, sem ilusões burocráticas, com otimismo da razão e otimismo da ação.

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