O fator Eduardo Cunha e o dilema do PT

O que é menos pior: ter Eduardo Cunha como um aliado na Câmara ou como o chefe da oposição? É essa a questão que intriga o Palácio do Planalto e o Partido dos Trabalhadores

O que é menos pior: ter Eduardo Cunha  como um aliado na Câmara ou como o chefe da oposição? É essa a questão que intriga o Palácio do Planalto e o Partido dos Trabalhadores
O que é menos pior: ter Eduardo Cunha como um aliado na Câmara ou como o chefe da oposição? É essa a questão que intriga o Palácio do Planalto e o Partido dos Trabalhadores (Foto: Leonardo Attuch)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é hoje a bola da vez em Brasília. Tema de conversa de praticamente todas as rodas políticas, ele é o candidato favorito para vencer a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados, no início de 2015. Estudioso, disciplinado, mas também heterodoxo em seus métodos, Cunha desperta mais medo do que propriamente admiração ou simpatia no Poder Executivo. Entre seus pares, no Legislativo, o parlamentar fluminense construiu uma liderança incontestável. Nas eleições de 2014, arrecadou recursos não apenas para sua campanha, mas também ajudou a eleger alguns de seus colegas. Há quem diga que quase uma centena.

Cunha também representa a insatisfação de grande parte do PMDB, que jamais se viu propriamente representada no primeiro governo Dilma, a despeito de todos os espaços cedidos ao partido em áreas importantes da administração pública. Disposto a ir para o tudo ou nada, Cunha colocou sua candidatura na praça primeiro com um discurso bélico, de confronto com o Palácio do Planalto, e depois fez sinalizações mais amistosas, afirmando que o vice Michel Temer não deve temer sua postulação. "Não há razão para o Michel não me apoiar. O que ele não quer é a candidatura de um candidato de oposição. E a minha não é", afirmou. "Não vamos construir uma candidatura de oposição e nem de submissão ao Executivo."

continua após o anúncio

Nesse diapasão, Cunha sinalizou a disposição para construir um diálogo e um eventual acordo com o Poder Executivo. É daí que vem o grande dilema do governo Dilma. Qual é o preço desse eventual acordo? Não só perante a opinião pública, mas também monetário. Afinal, quais serão as contrapartidas exigidas por Cunha para a construção de uma relação harmoniosa com o Executivo?

Diante do dilema, parlamentares mais experientes do PT têm recordado a eleição do Legislativo em 2005, quando a divisão da base aliada permitiu a desastrosa ascensão de Severino Cavalcanti. Alguns, mais pragmáticos, colocam uma questão objetiva. O que é menos pior: ter Eduardo Cunha como um presidente aliado na Câmara dos Deputados ou como o chefe da oposição, ferido por uma eventual sabotagem palaciana?

continua após o anúncio

É um tema para reflexão em Brasília, mas cuja resposta não virá agora. Até porque ninguém sabe ao certo quais parlamentares serão atingidos ou não pela Operação Lava Jato. E a esperança de parte do governo e do PT é que Cunha seja um deles, ficando, assim, inviabilizado na disputa da Câmara.

continua após o anúncio

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247