Os Gripen e a Unasul

Com o uso de engenharia reversa, os argentinos poderiam, eventualmente, ajudar na “nacionalização” ou melhor, “sul-americanização” de ao menos parte dos componentes que são hoje produzidos na Europa e nos EUA

Com o uso de engenharia reversa, os argentinos poderiam, eventualmente, ajudar na “nacionalização” ou melhor, “sul-americanização” de ao menos parte dos componentes que são hoje produzidos na Europa e nos EUA
Com o uso de engenharia reversa, os argentinos poderiam, eventualmente, ajudar na “nacionalização” ou melhor, “sul-americanização” de ao menos parte dos componentes que são hoje produzidos na Europa e nos EUA (Foto: Mauro Santayanna)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Incapaz de defender Buenos Aires sequer de um ataque igual ao que derrubou as Torre Gêmeas, para não “desperdiçar” toda uma geração de pilotos, a Argentina está planejando comprar e modernizar 14 caças Kfir C-10 israelenses.

Eles substituiriam  os antigos aviões Mirage III franceses da FAA - Força Aérea Argentina, e seriam usados como aeronaves de “transição”, até  a aquisição de caças-bombardeios  Gripen NG BR, fabricados no Brasil.

Segundo a imprensa local, a  vantagem dos Kfir é que eles possuem uma tecnologia anterior, porém mais parecida - as turbinas também são da GE -  com a do Gripen NG-BR, uma parceria (40% -  60%) entre o Brasil e a Suécia, que deverá entrar em operação em 2019.

A outra alternativa seria comprar 12 Mirage F1 espanhóis não modernizados,  metade para a “canibalização” de peças de reposição, que poderiam ser entregues imediatamente, mas que possuem uma tecnologia já quase totalmente  obsoleta.   

Buenos Aires precisa decidir, com cuidado, a compra de seu material de defesa. 

O Gripen conta, hoje, com peças norte-americanas e do Reino Unido, nação que travou com a Argentina a Guerra das Malvinas, e que não traz boas lembranças da Força Aérea de nossos vizinhos, responsável - mesmo com armamento muito inferior - pelo afundamento de navios como os HMS  Sheffield, Coventry, Ardent, Bradsword e outros, e pela morte de dezenas de marinheiros ingleses. 
  
Cerca de 30% do JAS-39E/F, modelo que vai servir de base para o desenvolvimento do Gripen NG  BR, possui sistemas e partes de origem inglesa, como os assentos ejetáveis, sistemas eletrônicos, e o radar, além das turbinas GE, norte-americanas, que já citamos.

O governo brasileiro obteve, quando da escolha do avião sueco, ao final da “novela” do Programa FX-2, a licença de fabricação e exportação do Gripen NG (Next Generation) BR, para mercados “cativos”, dos quais estaríamos mais próximos, como a América Latina e a África. 

Esse fato, e a possibilidade de as turbinas do novo Gripen serem fabricadas nas instalações da GE-Celma, no Rio de Janeiro, pode ter pesado na intenção  argentina, já manifestada pelo Ministro da Defesa daquele país, Agustin Rossi, de adquirir a aeronave.

Buenos Aires vem colaborando com o Brasil em outros projetos, como o do KC-390, do qual está fabricando a porta traseira e os spoilers, e desejaria se juntar, no futuro, ao processo de fabricação de seus Gripen NG BR, depois que a Embraer os estivesse montando totalmente no Brasil.

Com o uso de engenharia reversa, os argentinos poderiam, eventualmente, ajudar na “nacionalização” ou melhor, “sul-americanização” de ao menos parte dos componentes que são hoje produzidos na Europa e nos EUA. 

Essa parceria, se desse certo, abriria caminho para a venda do Gripen NG BR para outros países, transformando-o em candidato preferencial a caça-bombardeio padrão da UNASUL.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247