Aldo Rebelo: um craque no MCTI

Convocado pela presidenta Dilma para o grande desafio de comandar o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, não tenho dúvidas que o camarada Aldo Rebelo fará um grandioso trabalho nessa importante área para o desenvolvimento de nosso País

Convocado pela presidenta Dilma para o grande desafio de comandar o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, não tenho dúvidas que o camarada Aldo Rebelo fará um grandioso trabalho nessa importante área para o desenvolvimento de nosso País
Convocado pela presidenta Dilma para o grande desafio de comandar o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, não tenho dúvidas que o camarada Aldo Rebelo fará um grandioso trabalho nessa importante área para o desenvolvimento de nosso País (Foto: Miranda Muniz)


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Em que pese seu gosto equivocado de torcedor palmeirense (pelo menos pra mim que sou corintiano), o ministro camarada Aldo Rebelo, alagoano de Viçosa e filho de José Figueiredo (um vaqueiro das terras do ex-senador Teotônio Vilela, o "Menestrel das Alagoas" e ícone da luta pela campanha das "Diretas, Já"), sempre foi um craque na política.

Foi assim nos tempos da UNE – União Nacional dos Estudantes, eleito para a secretaria geral, numa eleição direta pela chapa Viração (a qual apresentou uma plataforma inovadora em formato de cordel escrito por ele) tendo como presidente o baiano Rui Cesar. Depois foi eleito presidente da gloriosa UNE no Congresso de Piracicaba (gestão 80-81), do qual participei como delegado do curso de Agronomia da UFGo.

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A seguir, ocupando cargos eletivos: vereador por São Paulo e, depois, sendo vitorioso em 5 eleições consecutivas para deputado federal pelo Estado de São Paulo.

No Governo Lula, foi ministro de Relações Institucionais. Com o estouro do chamado "Mensalão", o Governo Lula na defensiva e o PT sem quadros capazes de derrotar um candidato oposicionista, após o então presidente da Câmara dos Deputados (2º na linha sucessória), Severino Cavalcante ter renunciado por conta do "Mensalinho", o PT e os partidos aliado entenderam que Aldo Rebelo seria o melhor nome para derrotar o candidato oposionista Tomás Nonô (PFL, ex-DEM), em virtude de bom seu trânsito na Casa. A batalha foi dura e, na apuração contanda voto a voto, os dois revezavam na liderança. No final, o apertadíssimo placar de 258 a 243 votos favoráveis ao comunista. Esse importante vitória jogou uma pá de cal nas intenções golpista que planejava eleger um opositor para presidência da Câmara e, posteriormente, iniciar um processo de impedimento do Presidente Lula e de seu vice José de Alencar, sob alegação de envolvimento no "Mensalão" e, consequentemente, fazer a oposição retornar à Presidência, via presidente da Câmara dos Deputados.

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Em 20 de outubro de 2006, com a viagem do presidente Lula para a Venezuela e com o vice presidente José de Alencar nos EUA fazendo tratamento de saúde, coube ao comunista Aldo Rebelo, então presidente da Câmara dos Deputados, assumir a Presidência da República por pouco mais de 24 horas. Com a discrição que lhe é peculiar e ciente da excepcionalidade da ocasião, decidiu não sentar na Cadeira Presidencial, teve compromisso em São Paulo, com os "tucanos" e realizou os despachos protocolares de praxe. Segundo ele, ainda aproveito o momento histórico para relembrar de Marx, Engels, teóricos do socialismo científico, bem como de Simon Bolíver e Lincoln, além de personalidades que lutaram pela Independência, pela República e pela democracia como Tiradentes, José Bonifácio, Frei Caneca, Floriano Peixoto, Prestes, Getúlio Vargas, Juscelino Kubistschek, João Amazonas.

Depois, foi chamado e aceitou o espinhoso trabalho de relator do Novo Código Florestal, ocasião em que produziu um texto, a partir de ampla discussão com a sociedade brasileira, em especial dos setores ligados ao meio rural, capaz de apaziguar questões extremamente polêmicas e que prenunciava uma verdadeira "guerra no campo".

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Quando o ex-ministro dos esportes Orlando Silva ficou politicamente inviabilizado de continuar no Ministério, ante as denúncias vazias de um delator farsante (tempos depois o camarada Orlando Silva foi inocentado das acusações, vindo a ser eleito vereador e deputado federal por São Paulo), imediatamente acolhido pela mídia hegemônica que tentava desmoralizar o Governo Federal e, em especial, o PCdoB, coube ao Aldo Rebelo substituí-lo, dando sequência ao trabalho que vinha sendo realizado no sentido da utilização do esporte como inclusão social, ampliando com a conquista de dois grandes eventos: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O primeiro evento, sob o comando do ministro Aldo Rebelo, em que pese toda a onde de péssimos, foi considerado um sucesso, reconhecida como a melhor Copa já realizada. Quanto ao segundo, preparou as condições para o Brasil brilhar mais uma vez, tanto do ponto de vista da organização como também em número de medalhas que nossos atletas certamente irão faturar.

Agora, convocado pela presidenta Dilma para o grande desafio de comandar o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, não tenho dúvidas que o camarada Aldo Rebelo fará um grandioso trabalho nessa importante área para o desenvolvimento de nosso País.

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Tal afirmação não guarda nenhuma relação com qualquer técnica de adivinho, mas sim com duas premissas fundamentais: primeiro, suas qualidades individuais, em especial, a sua capacidade política e de diálogo, como já demonstrou nas tarefas que executou anteriormente.
Segundo, o fato do Novo Ministro ser um quadro dos mais fiel e leal do PCdoB, partido que talvez tenha a melhor formulação a respeito dos desafios que o Brasil terá que enfrentar para se tornar "uma nação democrática, próspera e solidária, um Estado democrático e inovador de suas instituições; um país de alta tecnologia, avançado na indústria do conhecimento e grande produtor de alimentos e energia; vida digna para o povo. Iguais oportunidades e universalização dos direitos básicos; desenvolvimento contínuo e ambientalmente sustentável; afirmação e florescimento da cultura brasileira e da consciência nacional; aprofundamento e consolidação da integração da América do Sul e das parcerias estratégicas em âmbito mundial", conforme expresso em seu Novo Programa Socialista, o qual busca a construção de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND) para o Brasil.

Há de se destacar que um dos elementos essenciais para a construção do NPND, proposta pelo PCdoB, diz respeito exatamente à ciência, à tecnologia e à inovação, onde preconiza a necessidade do Brasil se tornar uma "nação desenvolvida, potência energética, com progresso da ciência, da tecnologia e da inovação", destacando a necessidade de se "definir um Planejamento Estratégico de Desenvolvimento", com base num "robusto investimento público e forte papel regulador do Estado" e que deva "buscar a condição de potência energética explorando, soberanamente, as reservas de petróleo, em especial da área do pré-sal e com a diversificação da matriz, biocombustíveis, energias renováveis e domínio do ciclo completo do átomo para fins pacíficos". Preconiza ainda a "construção permanente de ampla infraestrutura, sobretudo de malha ferroviária que cubra o território nacional, montagem dos meios para estender a navegação fluvial e de cabotagem e edificação de portos", a defesa "de uma política econômica expansiva, de ampliação e fortalecimento do mercado interno e das empresas nacionais" e a "construção de uma base industrial voltada para a produção de maior valor agregado e de instituições e regras que criem um sistema avançado de inovação tecnológica permanente", entre outros.

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Certamente foi essa valorização da ciência, da tecnologia e da inovação, que é parte essencial do "materialismo histórico e dialético", método de análise defendido e utilizado pelos comunistas, que levou o ministro Aldo Rebelo a apoiar a idéia de que o pontapé inicial marcando simbolicamente a abertura da Copa do Mundo no Brasil, deveria ser realizado através da primeira exibição pública da experiência científica do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, concebida ao longo de 13 anos de trabalho ininterrupto. Lamentavelmente, o chute realizado pelo jovem paraplégico, Juliano Pinto, utilizando-se da atividade celebral e de um exoesqueleto, passou quase despercebido aos olhos de milhões de telespectadores que assistiam a solenidade pela TV e internet, por conta de um quase um boicote da Rede Globo, detentora dos direitos das transmissões, que preferiu direcionar suas câmaras para a "festa", concedendo apenas míseros 3 segundos para o "chute inicial", um "verdadeiro milagre" da ciência!

Os "críticos" da indicação feita pela presidenta Dilma acusam injustamente o camarada Aldo Rebelo de teria patrocinado verdadeiros "crimes lesa-humanidade" contra a ciência, a tecnologia e a inovação. Vejamos os mais citados: a) ter apresentado um projeto lei para proibir que as administrações públicas (prefeituras, Estados e União) pudessem adotar "inovação tecnológica diminuidora de mão de obras", desde que seus benefícios sociais não possam compensar o desemprego causado; b) propor projeto lei visando inibir (inibir é diferente de proibir!) a adoção de "estrangeirismo" no Brasil, em especial em documentos públicos; c) propor leis visando garantir o emprego para os cobradores dos coletivos (contra as catracas eletrônicas) e o emprego dos frentista dos postos de combustíveis, pois os donos dos postos queriam implantar o tal sistema "selv service", onde o próprio motorista é que teria de manusear a bomba para encher o tanque; d) lei tornando obrigatório a dublagem de filmes estrangeiros; e) lei propondo transformar o dia 31 de outubro no "Dia do Saci Pererê", parte do folclore nacional, em contraposição ao "Dia das Bruxas", de origem dos países de língua inglesa; f) lei obrigando a adição de 10% da fécula da mandioca à matéria prima do pãozinho frances, o que ocasionaria trabalho e renda, em especial, aos pequenos agricultores; g) e as "polêmicas" em relação ao Novo Código Florestal, a exemplo de se permitir aos pequenos proprietários a opção de utilizar determinadas plantas frutíferas "exóticas", a exemplo da jaqueira e mangueira, para promover a "recomposição" da vegetação, gerando lucro, entre outros.

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Ou seja, tais críticos se apegam a algumas picuinhas de pouca relação com a ciência, a tecnologia e inovação, muitos das quais em clara defesa de interesses do grande capital, ou mesmo posicionamentos pontuais sobre temas secundários, muitos distantes da compreensão do que deva ser dada ao objetivo central das tarefas que o Ministério tem que responder visando o desenvolvimento com soberania de nosso País.

Presidenta Dilma, parabéns pela escolha. Ministro e camarada Aldo Rebelo, sucesso nesse novo desafio!

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