A era da estupidez

Um jornal que, para vender, ignora todos os limites, agride a crença alheia, ridiculariza, e uma religião intolerante, que é capaz de matar em nome de Deus. Os dois são frutos medievais

Um jornal que, para vender, ignora todos os limites, agride a crença alheia, ridiculariza, e uma religião intolerante, que é capaz de matar em nome de Deus. Os dois são frutos medievais
Um jornal que, para vender, ignora todos os limites, agride a crença alheia, ridiculariza, e uma religião intolerante, que é capaz de matar em nome de Deus. Os dois são frutos medievais (Foto: Laurez Cerqueira)


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O medievalismo expresso no fanatismo religioso é a maior ameaça à democracia.

Não é de hoje que a sociedade é regida por códigos empresariais e religiosos, verdadeiras prisões, mas nos últimos tempos isso ganhou força e está levado grupos ao extremismo e à intolerância.

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Tudo isso cresce no vácuo das deficiências da educação, que não consegue se firmar como esteio da democracia e da República.

A faixa por onde transitam os libertários, os democratas e toda gente laica está cada vez mais estreita.

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A angústia existencial, turbinada na aceleração da crise do capitalismo, tem causado um aumento vertiginoso das doenças sociais. A busca por abrigo em religiões para amenizar o sofrimento avança e as religiões ganham poderes transnacionais.

Sob forte moral, pessoas são dominadas, aniquiladas, manipuladas, extorquidas.

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Por outro lado, os laboratórios e a medicina, com seus manuais, medicam pessoas como nunca antes. A cada dia surgem novos rótulos de doenças psiquiátricas e novos remédios.

O que mais cresce no mundo são as igrejas e as farmácias.

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A padronização do comportamento está sendo fixada também por medicamentos.

Nos EUA, os laboratórios das forças armadas desenvolveram um medicamento que tira completamente o sono dos soldados, para uso em frentes de batalha, sem prejudicar em nada a atenção.

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Em breve esse medicamento estará no mercado para ser usado na escravização voluntária. Ou seja, as empresas vão querer pessoas que não dormem, para produzirem mais e com mais atenção.

As maquinetas eletrônicas como computadores, celulares, transformam gente em peças dessas máquinas, assim como as máquinas das indústrias transformam os operários também em peças.

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Hiper-estimulam e imprimem um ritmo alucinante na população acelerando tudo. (Sou usuário e uso bem as maquinetas, mas com moderação).

A hiperatividade tornou-se um valor no mercado. As empresas querem hiperativos, eles produzem mais. As igrejas oferecem o amparo no desespero.

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As redes sociais estão retribalizando as pessoas, criando nichos de verdades absolutas e grupos que se retroalimentam completamente separados uns dos outros, criando uma espécie de estratificação horizontal.

Talvez Mac Luhan estivesse certo quando disse que a "Aldeia Global", formada pela expansão dos meios de comunicação, distancia as pessoas, separa as pessoas.

As religiões, por sua vez, separam mais ainda as pessoas porque cada uma prega suas verdades absolutas.

Enquanto a concepção de Deus estiver ocupando todo o espaço do absoluto do ser humano haverá violência, intolerância.

As religiões, na sua grande maioria, são as mães dos conflitos, das guerras, por serem construídas sobre pilares morais de dominação, de alienação, por princípios medievais, por culturas de intolerância que ameaçam a democracia e todos os valores libertários.

Quem une a humanidade é a arte. Se o espaço do absoluto estivesse ocupado pela arte, pela criação, a humanidade certamente seria outra, como nos mostra o filósofo esloveno Slavoj Zizek. Mas a arte não pode também ser usada para insultar, para hostilizar, humilhar quem quer que seja. A arte é para libertar.

Não podemos esquecer que a liberdade de expressão tem os contornos da democracia.

Com a sociedade cada vez mais regida por códigos religiosos e empresariais, a violência pedala as estatísticas.

O atentado em Paris tem esse componente. Um jornal que, para vender, ignora todos os limites, agride a crença alheia, ridiculariza, e uma religião intolerante, que é capaz de matar em nome de Deus. Os dois são frutos medievais.

Precisamos aprofundar esse debate. Há muito mais coisa envolvida nessa barbárie. Enfim, democracia, liberdade e respeito ajudam a criar uma sociedade civilizada, que trabalhe menos, e laica.

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