No poste ou no paredão?

Penalizar um ser humano com fuzilamento em pleno século 21 é um total retrocesso. Mas se tivéssemos um combate mais eficaz às drogas, aos crimes hediondos e aos pequenos delitos, não precisaríamos fazer uso nem do poste, nem do paredão

Penalizar um ser humano com fuzilamento em pleno século 21 é um total retrocesso.  Mas se tivéssemos um combate mais eficaz às drogas, aos crimes hediondos e aos pequenos delitos, não precisaríamos fazer uso nem do poste, nem do paredão
Penalizar um ser humano com fuzilamento em pleno século 21 é um total retrocesso. Mas se tivéssemos um combate mais eficaz às drogas, aos crimes hediondos e aos pequenos delitos, não precisaríamos fazer uso nem do poste, nem do paredão (Foto: Nêggo Tom)


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Bem, amigos! Outro assunto que está dando o que falar nas mídias sociais (e logo vai dar no saco também) é a pena de morte, por fuzilamento, aplicada pelo governo da Indonésia ao brasileiro Marco Archer, apesar dos pedidos de clemência feitos pela Presidenta Dilma e até pelo Papa Francisco.

Pena de morte sempre foi um assunto polêmico a ser discutido na sociedade. As opiniões se divergem tanto com relação a sua aplicação, quanto com relação aos casos nos quais ela se aplicaria. Particularmente, eu sou adepto da prisão perpétua em casos de crimes hediondos, pois considero que a morte não deveria ser vista como um castigo para alguém, uma vez que todos nós iremos morrer um dia. De uma forma ou de outra. Ou todos nós seremos castigados com a nossa morte? A prisão perpétua já me parece um castigo mais justo. Assassinos, estupradores, serial killers, maníacos do parque, usurpadores de dinheiro público e outros praticantes de delitos graves, deveriam passar o resto de suas vidas isolados fazendo uma reflexão solitária sobre os seus atos. Deixa lá no cantinho da disciplina, sem que saibamos da sua existência. E sem direito a visitas. Seja da Super Nanny ou do Roberto Cabrini. Mas esse é apenas o meu ponto de vista. E ponto de vista é que nem ventilador no calor que está fazendo aqui no Rio de janeiro. Cada um tem o seu.

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Mas voltando ao assunto do fuzilamento do nosso compatriota, li uma matéria de um repórter que o entrevistou em 2005, já na prisão, e nessa entrevista Marco Archer declara que “Sou traficante, traficante e traficante, só traficante” e que “nunca tive um emprego diferente na vida”. Fico imaginando a reação da Jornalista, homônima (ou seria homófona? Xerazade ou Sherazade? Ah! Tanto faz.) da Rainha contadora de histórias das “Mil e uma noites”, se frases desse tipo ou algo parecido, tivessem sido proferidas por um jovem pobre após ter sido preso por “bater” mais uma carteira. Será que o tema do seu editorial seria a clemência?

Muito longe de mim, querer defender os “batedores” de carteira, geralmente menores de idade, que andam por aí fazendo seus ganhos em cima de gente honesta e trabalhadora. Nem pensar! Merecem punição também. Mas a nossa sociedade é contraditória. Eu vi muita gente engrossando o coro do pedido de clemência para o Brasileiro fuzilado na indonésia. Mesmo sabendo que ele cometeu um crime considerado gravíssimo pelas leis daquele País. Sendo que muitos desses que pedem misericórdia para um traficante de drogas, que se orgulhava de ter levado a vida que levou, são os mesmos que aprovam que se açoite no poste, um menor “batedor” de carteira. Será que a nossa sociedade faz distinção de classe até entre os criminosos? Seria uma inconsciente glamourização do crime?

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Enfim, penalizar um ser humano com fuzilamento em pleno século 21 é um total retrocesso.

Mas se tivéssemos um combate mais eficaz às drogas, aos crimes hediondos e aos pequenos delitos, não precisaríamos fazer uso nem do poste, nem do paredão.

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