A falta de assunto e a invenção de assuntos

É dever das autoridades receber advogados. O sr. Joaquim Barbosa, com seus comentários desairosos, é passível de processo ético-disciplinar

É dever das autoridades receber advogados. O sr. Joaquim Barbosa, com seus comentários desairosos, é passível de processo ético-disciplinar
É dever das autoridades receber advogados. O sr. Joaquim Barbosa, com seus comentários desairosos, é passível de processo ético-disciplinar (Foto: Wadih Damous)


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Sempre se inventa um assunto por causa da falta de assunto durante os festejos de Momo. Nesse carnaval o tema da hora foi o encontro do Ministro da Justiça com advogados que atuam na chamada operação Lava Jato. Advogados pediram uma audiência ao Ministro e foram por ele recebidos.

A imprensa de sempre e os Catões de sempre enxergam no fato um atentado à ética. Só que inexiste qualquer violação de preceitos éticos contidos no Código de Ética da advocacia e no dos funcionários públicos federais do Poder Executivo. Se os advogados entendem que devam levar à autoridade pública esse ou aquele reclamo vinculado a processos em que atuem, é dever da autoridade recebê-los. Seja o juiz seja um ministro de Estado. Trata-se de atividade rotineira. É mais um episódio farsesco do cenário de criminalização generalizada em curso no país.

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Serviu até para mais uma atitude destemperada do Sr. Joaquim Barbosa. Quando esteve no Supremo não recebia advogados e acha que isso constitui um padrão ético, quando na verdade não passa de soberba e desprezo pela advocacia. O Sr. Barbosa diz que agora está livre das "amarras" e pode se pronunciar à vontade sobre o que bem entender. Mas não está livre não. Está submetido às "amarras" éticas da profissão, contidas na Lei 8.906/94 e no nosso Código de Ética. Comentários desairosos e ofensivos à conduta profissional de colegas em processos em curso tornam o seu autor passível de processo ético-disciplinar, mesmo se o autor, no caso, seja o Sr. Joaquim Barbosa. Como ele próprio gosta de lembrar aos outros: ninguém está acima da lei.

*Wadih Damous é advogado e ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro

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