Ditadura midiática e judicial

Os atos inconstitucionais de Barbosa fizeram escola e foram utilizados pelo juiz Sérgio Moro, na interminável e premiada “Operação Lava Jato”

Os atos inconstitucionais de Barbosa fizeram escola e foram utilizados pelo juiz Sérgio Moro, na interminável e premiada “Operação Lava Jato”
Os atos inconstitucionais de Barbosa fizeram escola e foram utilizados pelo juiz Sérgio Moro, na interminável e premiada “Operação Lava Jato” (Foto: Ricardo Fonseca)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Cinquenta e um anos e quase um mês depois do fatídico golpe de 64, o Brasil vive uma outra ditadura: a midiática e judicial. Nunca na história do Brasil um governo foi tão perseguido pela mídia (ou imprensa) e nem pela justiça como esse da presidenta Dilma Rousseff.

A parcialidade de quem era para ser imparcial é tão absurda que em alguns episódios chegou até a incomodar ilustres oposicionistas. Como no caso da prisão de José Dirceu, pelo super poderoso ministro Joaquim Barbosa (também conhecido como BatBarbosa), duramente criticada pelo jurista tucano Ives Gandra Martins, que na época se manifestou: "José Dirceu foi condenado sem provas, a teoria do domínio do fato foi adotada de forma inédita pelo STF. Sua adoção traz uma insegurança jurídica 'monumental': a partir de agora, mesmo um inocente é condenado apenas em presunções e indícios."

continua após o anúncio

Pois bem, os atos inconstitucionais de Barbosa fizeram escola e foram utilizados pelo juiz Sérgio Moro, na interminável e premiada "Operação Lava Jato". Empresários, diretores, políticos ou apenas tesoureiro de partido são tratados como bandidos de alta periculosidade. E o pior, baseado apenas na delação de um bandido assumidamente condenável.

Onde está a presunção de inocência e direito a ampla defesa? Uma das mais importantes garantias constitucionais, pois, através dela, o acusado deixa de ser um mero objeto do processo, passando a ser sujeito de direitos dentro da relação processual. (1) confira mais detalhes aqui: http://jus.com.br/artigos/163/presuncao-de-inocencia-e-direito-a-ampla-defesa

continua após o anúncio

Fala-se apenas em reforma política, mas tem de haver principalmente uma imensa reforma no judiciário. Sobretudo no Código Penal brasileiro, o famoso CP. Um País de contrastes inimagináveis, onde ladrões de galinhas vão pra penitenciárias e traficantes de drogas engravatados, pagam fiança e voam livremente de helicópteros por aí.

A cada dia, todos os dias e a toda hora, telejornais massificam a campanha destrutiva para diminuir a popularidade presidencial e com isso criar uma instabilidade institucional para por fim conseguir o que mais querem: defenestrar Dilma, PT e Lula junto.

continua após o anúncio

Já passou do ridículo as ilações do candidato derrotado (quase uma criança mimada) Aécio Neves (que inovou em seu protesto por Iphone 6 na janela do seu apê de Ipanema), em entrevistas cansativas, tentar inserir membros do governo e a própria presidenta Dilma nos escândalos de corrupção que invadem as manchetes nacionais.

Sinto uma atmosfera de golpe, bem parecida com aquela do dia 31 de março de 1964, pela falta de reação do governo e seus aliados. Criando um campo fértil para uma insegurança administrativa nacional, o que fatalmente poderia levar a cabo o seu mandato.

continua após o anúncio

Não adiantou o governo dar forças para o PMDB, que comanda a Câmara e o Senado, para conter a fúria do PIG e seus aliados tucanos, em busca de um terceiro turno forçado.

A Polícia Federal e a Justiça estão trabalhando como autoridades conjuntas e independentes de esferas superiores. Os tribunais superiores fazem vista grossa diante das agruras do juiz Sérgio Moro, que atua sozinho como o todo poderoso galã da novela das oito (agora é nove), global. Juiz que adora prêmios, holofotes e pelo andar da sua carruagem, poderá ser – guindado pela Rede Globo – um possível candidato a concorrer com Lula em 2018.

continua após o anúncio

Não temo a crise econômica brasileira porque sei que é sistêmica e normal em qualquer administração pública. Temo pela liberdade conquistada durante esses mais de cinquenta anos, pela democracia, pelos direitos conquistados.

Quem pode nos garantir que hoje, amanhã ou depois eu ou você que está lendo esse texto agora não pode ser preso, como foi o Vaccari, sem defesa e sem contraditório? Somos reféns dos egos dos oligarcas da mídia e dos egos dos magnatas da Justiça. Vivemos uma pseudo-democracia e uma não obstante pseudo-liberdade de expressão.

continua após o anúncio

Somos reféns do poder do capital que possuímos ou do cargo que ocupamos. Não somos mais "doutô" só por usar palitó e gravata. Podemos ser bandidos com qualquer roupa, basta que a Justiça ou a mídia decida e propague. Não controlamos mais a nossa vida e até os direitos trabalhistas essenciais para uma vida digna e justa estão querendo nos roubar.

Se a mídia ou a Justiça quiser, essa mensagem pode ser destruída ou me destruir em apenas 5 segundos. Deixamos de ser um produto do meio e somos meio que produtos deles. Que Freud em sua décima reencarnação possa explicar a metamorfose que estão nos impondo. Ou seja, um dia somos mocinhos, noutro poderemos ser bandidos perigosos e sem crime.

continua após o anúncio

Que os criminosos que estão aí para serem efetivamente julgados paguem aqui ou acolá por seus delitos. Que os inocentes possam de acordo com a constituição defender-se das acusações levianas que estão sofrendo. Afinal, quem nasceu pra Cristo? Só Jesus mesmo!

Termino esse texto com uma frase do apresentador Emilio Surita, do programa Pânico (Jovem Pan e BAND), que numa lucidez incrível deu um show de cidadania para a jornalista Raquel Sheherazade, em entrevista esta semana no programa: "O brasileiro precisa ler, precisa pensar, precisa ouvir os dois lados, para depois se manifestar se é contra ou a favor disso ou daquilo. Não ler somente o que os gurus da mídia escrevem."

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247