O tesoureiro do PT e o blogueiro de Alckmin

Há pouco descobrimos, estarrecidos, que Alckmin pagava com dinheiro público um mentecapto que mantinha uma página na internet recheada de mentiras, falsificações e mau caratismo para achincalhar a imagem de petistas e somente de petistas

Há pouco descobrimos, estarrecidos, que Alckmin pagava com dinheiro público um mentecapto que mantinha uma página na internet recheada de mentiras, falsificações e mau caratismo para achincalhar a imagem de petistas e somente de petistas
Há pouco descobrimos, estarrecidos, que Alckmin pagava com dinheiro público um mentecapto que mantinha uma página na internet recheada de mentiras, falsificações e mau caratismo para achincalhar a imagem de petistas e somente de petistas (Foto: Lelê Teles)


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Há pouco descobrimos, estarrecidos, que Alckmin pagava com dinheiro público um mentecapto que mantinha uma página na internet recheada de mentiras, falsificações e mau caratismo para achincalhar a imagem de petistas e somente de petistas.

O imoral ganhava 70 mil lascas por mês para alimentar quase meio milhão de midiotas que reproduziam suas fraudes na internet como se verdade fossem.

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O mais estarrecedor de tudo isso é que o jornalista Fernando Gouveia não é o único a inventar mentiras para servir como ração para os midiotas.

Nessa semana, o site da CBN mancheteou a informação falsa de que o irmão de Haddad estava metido em maracutaias. Um prato cheio para os revoltados online compartilharem.

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Só que não, é mentira. O corrupto na verdade é irmão do secretário de habitação de Alckmin. A CBN corrigiu o erro, tirou o nome de Haddad da manchete, mas o nome de Alckmin não entrou.

Baudrillard falava sobre essa tática malandra da errata, "você lança uma informação. Enquanto ela não for desmentida, ela é verossímil. A não ser que ocorra um acidente, ela jamais será desmentida em tempo real. Mesmo se for desmentida mais tarde, ela não será mais totalmente falsa, porque obteve credibilidade."

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Sacou? Estão errando de propósito.

Veja essa do Estadão. Hoje, o jornalão falsificou o depoimento da esposa de Vaccari, o ex-tesoureiro do PT, tentando fazer do casal uma dupla de milionários pilantras. Segundo o jornal, Giselda Vaccari afirmou que recebia 300 mil lascas mensais como pagamento de sua aposentadoria.

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Imagina uma informação dessas, tendo como fonte o Estadão, nas mãos de um canalha como o implicante Gravataí Merengue e seu meio milhão de papagaios midiotizados!

Um prato cheio para quem tem fome de assassinar reputações.

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Mas o diabo é que no depoimento Giselda diz que recebe 3 mil reais e não 300 mil.

De onde veio o milagre da multiplicação? Da vontade de sacanear. Já fizeram isso antes.

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No dia 17 de novembro de 1993, a revistaveja, sempre ela, trazia na capa o deputado Ibsen Pinheiro e a manchete: "Até tu, Ibsen? Um baluarte do Congresso naufraga em dólares suspeitos."

O jornalista Luiz Costa Pinto afirmava que Ibsen Pinheiro, então presidente da Câmara, o homem que conduziu o processo de impeachment de Collor, teria 1 milhão de dólares em sua conta bancária. Colaram a imagem dele com a dos Anões do Orçamento.

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Pronto.

Cassaram o mandato de Ibsen e seus direitos políticos. Descobriu-se depois que tudo era uma fraude, Ibsen havia movimentado apenas modestos mil dólares em sua conta bancária. A justiça inocentou o ex-deputado.

O jornalista da revistaveja produziu esse lixo jornalístico em conluio com o que ele mesmo classificou como "uma boa fonte do submundo político brasiliense."

E quem era essa boa fonte, nada mais nada menos que Waldomiro Diniz, que mais tarde seria demonizado pela mesma revistaveja por estar próximo a Zé Dirceu.

Fizeram o mesmo com Alceni Guerra. O então ministro da saúde de Collor que fez a besteira de se aproximar de Leonel Brizola, inimigo figadal dos Marinho.

Jornalistas acusaram Guerra de ter superfaturado uma licitação para a compra de bicicletas, mochilas e gaurda-chuvas.

Alexandre Garcia, o ex porta-voz do general Figueiredo, apareceu na TV pedalando e com um guarda-chuva aberto. Só faltou I'm Singing in the Rain como BG.

Alceni virou chacota nacional. Teve que deixar a pasta. Nove meses depois o TCU o inocentou, o MPU e o STF também não viram nada de errado na gestão do ex-ministro.

As fraudes, as mentiras e os "erros certos" estão por toda parte e são antigas. Digo erros certos porque eles nunca erram pro lado errado. Como disse Jonathan Duran, pai do garotinho que sofreu racismo na Oscar Freire, esses mal-entendidos só acontecem contra os negros.

Lembro desse descaramento desde a falsificação das imagens da Praça da Sé onde ocorria um gigantesco comício pró diretas e a Globo transmitiu como se fosse uma comemoração pelo aniversário da cidade de São Paulo.

Depois veio a manipulação no debate entre Collor e Lula. Boni confessou que a Globo colocou gotas de suor de glicerina no rosto de Collor, lhe deram uma pasta cheia de papéis em branco e queriam até salpicar caspas em seu paletó para lhe dar um ar mais "humano".

A ética deveria ser um imperativo categórico no jornalismo. O jornalista vive de sua credibilidade. Se o leitor não confia em quem escreve, se pensa que estão a lhe enganar, ele fecha o jornal e vai bater um papo com os amigos no boteco, ali vale tudo.

Mas o que os midiotas querem na verdade é um jornalismo de botequim, feito com o fígado, contra os inimigos do patrão e dos homens de bens.

Esse tipo de fofoquismo que faz Ricardo Noblat, aquele que se escondeu atrás de uma moita para ouvir Dias Tófoli lhe xingar. O mesmo Noblat do desprezível caso dos cabides.

O milagre da multiplicação de 3 mil em 300 mil, ou de um mil em um milhão, é a tática suja do jornalismo de esgoto. Os Gravataís Merengues estão por toda a parte, chegaram a colocar um deles na Academia Brasileira de Letras. Um tributo à fraude, ao mau caratismo e à fuleiragem.

A objetividade em si, nos ensinava Grosser, não existe. Mas a vontade de ser objetivo pode ou não existir. Só que o lace desse falso jornalismo com sangue nos olhos não é a objetividade, é o objetivo. E o objetivo é destruir reputações, manipular a opinião pública a alimentar os hematófagos midiotas.

Há quem se preste a isso. Por 70 mil lascas mensais, muitos jornalistas estão a se converter ao gravataismo. O que mais tem nas redações hoje em dia é Gravataís.

Palavra da salvação.

Lelê Teles

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