Parar para destravar o Brasil

Vagabunda e comunista são termos usados pelos torturadores que nos infernizaram durante a desgraçada ditadura civil-militar terrorista, exatamente com o objetivo de destruir os trabalhadores

Vagabunda e comunista são termos usados pelos torturadores que nos infernizaram durante a desgraçada ditadura civil-militar terrorista, exatamente com o objetivo de destruir os trabalhadores
Vagabunda e comunista são termos usados pelos torturadores que nos infernizaram durante a desgraçada ditadura civil-militar terrorista, exatamente com o objetivo de destruir os trabalhadores (Foto: Dom Orvandil)


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Nesta quinta-feira, dia 14 deste maio agitado em nosso País, participei aqui em Goiânia de uma pré-reunião das centrais sindicais e movimentos sociais.

O objetivo da reunião era o de construir uma pauta de mobilização que buscará parar Goiânia no dia 29 de maio integrando essa capital ao Brasil dos trabalhadores.

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Como se sabe, nossa sociedade vive a mais intensa luta de classes depois de o Brasil derrotar o neoliberalismo, mandando seu projeto implantado pelo nefasto governo de FHC para fora do poder de Estado.

O neoliberalismo, com sua agenda antissocial cruel com o povo e, principalmente, com os trabalhadores, tenta retornar ao Estado para destruir nossos direitos.

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O cínico desta tentativa de retorno é que o povo brasileiro derrotou o festival de desrespeito aos direitos humanos consolidado na destruição do Estado que assegurava os direitos sociais e agora a praga entra através do parlamento e do próprio governo federal.

Como moléstia mal curada a destruição dos direitos dos trabalhadores do pacote que o ministro Joaquim Levy enviou para a Câmara com o objetivo de afrontar os direitos das viúvas, do seguro desemprego e da aposentadoria dos trabalhadores, cortando nas carnes dos que mais trabalham e precisam, ameaçando-os de miséria e desemprego.

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Pior que isso, é que a atual composição da Câmara dos Deputados com seus troncos, novos cepos geradores de escravidão e destruição da integridade dos trabalhadores, a bancada da bala, a bancada ruralista, os lobistas, a bancada dos bancos, a bancada evangélica e a bancada católica, reproduzem torturas com requintes legais.

Ornamentada em mentiras, demagogias e golpes profundos nos direitos dos trabalhadores, a chamada terceirização, aprovada em duas tristes seções da Câmara, serão lembradas historicamente como os shows dados pelos traidores que foram às tribunas defender o retorno da escravatura em tempos modernos e votaram na desconstrução de direitos históricos dos trabalhadores.

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O que os neoliberais, consagrados destruidores do Estado investidor em programas sociais e defensor dos direitos dos trabalhadores, odeiam na CLT e nas conquistas de direitos trabalhistas é que sua origem é de vertente revolucionária, que afirma o avanço da classe trabalhadora na socialização dos frutos do trabalho.

A partir de calúnias dos tempos de Getúlio Vargas a classe dominante mentiu que a CLT e os direitos trabalhistas são de inspiração fascista, ideologia do Estado Novo.

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Mentira, a CLT com seu núcleo altamente trabalhista na consagração legal dos direitos dos trabalhadores com horas menos desumanas de trabalho, a aposentadoria minimamente digna, condições de trabalho liberta da escravocracia, é ponto de partida para mais conquistas e avanços para mais direitos dos trabalhadores como, por exemplo, redução da carga horária sem diminuição de empregos e expulsão do fator previdenciário.

O perfil nuclear dos direitos trabalhistas no Brasil é inspirado na revolução soviética, que consolidou profundamente na prática os conceitos mais justos e avançados do empoderamento da classe trabalhadora. Por isso os neoliberais odeiam os direitos consolidados e desde FHC querem destruí-los.

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Os troncos escravocratas do Congresso Nacional, com o suspeito de corrupção segundo depoimentos no Lava Jato, o evangélico conservador Eduardo Cunha à frente, esforçam-se para transferir os cepos, os chicotes e os capitães do mato para dentro das leis do trabalho.

Sem direitos assegurados constitucionalmente, sem garantias legais e com o esvaziamento dos sindicatos, os trabalhadores terceirizados serão expostos à carnificina dos bandidos da classe dominante, com bandidagens legalizadas novamente, como nos tempos da escravidão com a "justiça" a favor do achincalhe de homens e mulheres, infelizes reduzidos a coisas sem alma e sem consciência social.

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Mas onde ver ameaças aos trabalhadores entre nuvens densamente esparsas e espessas dessa realidade confusa?

Um dos sinais é a composição empobrecida ideológica, política e culturalmente da atual Câmara dos Deputados. Não é casual que o ex-ministro Cid Gomes se referiu a 400 achacadores. Isto é, chantagistas e oportunistas. São mesmo. Pior, são mentirosos, desonestos, bandidos e componentes de uma oposição das mais atrasadas e incultas da história do Brasil.

Outra sinalização são setores do judiciário brasileiro, totalmente prostituídos e de braços dados com a podridão que desce da mídia, dos setores anacrônicos da economia e da política brasileiras.

Vejam-se os exemplos do Paraná e de São Paulo. Há poucos dias mais de 200 trabalhadores foram massacrados numa chacina promovida por um governo neoliberal, que investe contra os trabalhadores naquele Estado sulino.

O noticiário mostra a barbárie escravocrata vivenciada pela polícia a serviço da destruição dos direitos cidadãos e trabalhistas.

Uma estudante que apoiava a luta dos seus professores foi presa pela polícia covarde e brutamontes neoliberais. A jovem foi humilhada, pior, por duas mulheres policiais. A estudante testemunhou com detalhes a prisão ao depor ao promotor de Direitos e Garantias Constitucionais de Londrina, Paulo Tavares, na tarde desta quarta-feira (6). Ela contou que foi detida, trancada com duas policiais militares em uma sala do Palácio Iguaçu, sede do governo estadual. "Ela contou ao Ministério Público que as policiais eram do sexo feminino e a despiram completamente. Em seguida, começaram a empurrar a garota e a insultá-la com palavras como "vagabunda, comunista e petista", contou o advogado e professor do curso de Direito da UEL, César Bessa.

Vagabunda e comunista são termos usados pelos torturadores que nos infernizaram durante a desgraçada ditadura civil-militar terrorista, exatamente com o objetivo de destruir os trabalhadores, humilhações sob a encomenda do governo John Kennedy dos Estados Unidos para impedir as reformas encabeçadas pelo Presidente João Goulart. Agora essa polícia fascista, lá no Paraná a serviço de Beto Richa, em São Paulo de Geraldo Alckmin, em Goiás de Marconi Perillo, na Câmara dos Deputados do achacador Eduardo Cunha, amigo do fascista e mentiroso Silas Mafalaia, usa aleatoriamente o qualificativo petista ou petralha para ofender quem defende a justiça social.

Vivemos dias sombrios sob cujas sombras atiçam-se golpes de alta erosão social e destruição de direitos.

Os alienados se omitem e mentem. Os covardes fogem ou atiçam a crueldade.

Nós, povo brasileiro, filhos deste solo e desta mãe gentil, somos animados e encorajados a reagir.

Dia 29 de maio será a data para o Brasil parar para destravar os direitos e a justiça sociais, buscando a paz com trabalho, emprego, distribuição renda, de riquezas e de liberdade.

É dever patriótico pararmos o Brasil para alertarmos o Congresso Nacional, a justiça brasileira e o governo Dilma a acertarem o passo e retomar o desenvolvimento e avançarmos para as reformas.

Depois do dia 29 restarão dois caminhos imediatos: a pressão que mobilizará a energia das mudanças ou a queda do governo Dilma redundando num futuro nebuloso.

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