PT e PSDB, uma agenda comum

O que o país necessita, neste momento, é de lideranças políticas que sejam capazes de, não apenas enxergar e diagnosticar o óbvio esgotamento do modelo político atual, mas também construir pontes em torno de uma agenda comum

O que o país necessita, neste momento, é de lideranças políticas que sejam capazes de, não apenas enxergar e diagnosticar o óbvio esgotamento do modelo político atual, mas também construir pontes em torno de uma agenda comum
O que o país necessita, neste momento, é de lideranças políticas que sejam capazes de, não apenas enxergar e diagnosticar o óbvio esgotamento do modelo político atual, mas também construir pontes em torno de uma agenda comum (Foto: Leonardo Attuch)


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O horizonte na economia continua cinzento, a semana foi tumultuada no Congresso, com prós e contras para o governo Dilma, como a vitória na aprovação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal e o impasse nas votações do ajuste fiscal, mas o saldo final foi positivo para o Palácio do Planalto. Isso se deve, essencialmente, à decisão dos partidos de oposição de não mais apostar numa tentativa de impeachment, e sim numa ação criminal, depois que um parecer encomendado pelo PSDB ao jurista Miguel Reale Júnior mostrou os limites da primeira alternativa. Dilma ainda terá uma oposição aguerrida nos seus calcanhares, mas o cenário de ruptura política não existe mais – o que faz uma grande diferença.

A partir de agora, as lideranças mais responsáveis do País, tanto no PT, no PSDB, como nos demais partidos, deveriam tentar construir uma agenda comum. Não faz sentido, por exemplo, que parlamentares tucanos votem em peso contra o fator previdenciário, criado pelo governo FHC, apenas para reduzir a margem de ação do governo Dilma no campo fiscal. Assim como também é insensato, por parte do PT, rejeitar qualquer debate que seja proposto pelo campo "adversário".

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Em entrevistas recentes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diagnosticou o esgotamento do sistema político atual, ancorado no "presidencialismo de coalizão", que, segundo ele, seria um "presidencialismo de cooptação". É fato. No Brasil de hoje, em que impera a transparência e onde instituições de combate ao crime, como a Polícia Federal e o Ministério Público, atuam com total independência e autonomia, tornou-se insano prosseguir num modelo de uso do Estado como fonte de financiamento político – o que não é exclusividade de nenhum partido político. Se FHC ancorou sua governabilidade nos acordos com o antigo PFL de Antônio Carlos Magalhães, Lula e Dilma se valeram do PMDB e de partidos menores.

O custo desse sistema tem sido altíssimo para a sociedade e também para as empresas. O patrimonialismo à brasileira impõe um capitalismo de estado, que alimenta cartéis e reduz a competição no setor privado, pois só com margens de lucros maiores as empresas têm sobra de caixa para financiar a política. E como não há "almoço grátis", como bem definiu Paulo Roberto Costa, o sistema de doações privadas realimenta esse sistema patrimonialista.

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O que o país necessita, neste momento, é de lideranças políticas que sejam capazes de, não apenas enxergar e diagnosticar o óbvio esgotamento do modelo político atual, mas também construir pontes em torno de uma agenda comum. Uma agenda que mantenha as condições de funcionamento dos partidos (num sistema mais enxuto e racional) e amplie a segurança jurídica para a atividade de empresas, que também se tornaram vítimas do modelo de doações privadas à política.

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