Obama entende melhor o Brasil do que a imprensa nacional

O papel da grande imprensa brasileira, com as devidas exceções, é vergonhoso e claro: defender as elites brasileiras, os grupos econômicos, religiosos e financeiros, encastelados no poder desde sempre ditando as regras no país



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A estratégia da direita brasileira de tentar provar com a ajuda da grande imprensa que o Brasil vai mal a todo custo por culpa do PT chega muitas vezes às raias do ridículo.

Esta semana, o mundo todo assistiu a mais uma prova de antinacionalismo associado ao complexo de vira-latas que parte da elite brasileira carrega.

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A representante da Globonews, Sandra Coutinho, durante coletiva à imprensa, dia 30, na Casa Branca, com os presidentes Obama e Dilma Rousseff perguntou a Dilma: "O Brasil se vê como um ator global e liderança no cenário mundial, mas os EUA nos veem como uma potência regional. Como você concilia essas duas visões?"

Além da premissa não ser verdadeira a pergunta foi totalmente inoportuna num momento em que Brasil e EUA fazem um esforço diplomático para vencer o desconforto causado pelas denúncias de Edward Snowden ( ex-analista de sistemas da CIA ) de que o serviço secreto americano espionava via satélite os e-mails pessoais de Dilma, do governo brasileiro e de cidadãos brasileiros de uma maneira geral.

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A pergunta incomodou o presidente Obama, que interveio antes mesmo de Dilma responder, e disse: "Vou responder em parte a questão que você acaba de fazer para a presidente. Nós não vemos o Brasil como uma potência regional e sim como uma potência global."

O presidente americano não parou por aí. Ele reconheceu o que a oposição brasileira nega, ou seja, todo e qualquer avanço que o Brasil tenha alcançado durante os anos de governos petistas.

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Obama disse que há coisas que não são possíveis de serem feitas sem um parceiro "absolutamente indispensável como o Brasil".

E explicou o porquê: "Não vamos ter sucesso a não ser que trabalhemos com o Brasil e outros grandes países, para saber onde podemos identificar o surgimento de uma doença, como evitar que ela se torne uma pandemia... Se quisermos ter sucesso em mudanças climáticas, contraterrorismo e redução da extrema pobreza no mundo".

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Ao responder, Dilma deu seu recado: é natural que países passem por crises e dificuldades, mas isso não dá a nenhum país um papel menor no mundo.

Por que Obama reconhece o papel que o Brasil tem exercido na tentativa de aumentar a participação dos países desenvolvidos e em desenvolvimento na responsabilidade pela futuro das mudanças climáticas no mundo e a imprensa brasileira não elogia este nosso desempenho?

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Por que Obama fala em parceria com o Brasil para identificar o surgimento de uma doença e evitar que ela se transforme em pandemia?

Obviamente porque ele tem conhecimento do esforço do governo brasileiro tentando levar a áreas longínquas do interior, do sertão, da Amazônia, onde médicos brasileiros não querem ir, por meio do Mais Médicos, médicos cubanos, formados prioritariamente para a prevenção em áreas de poucos recursos.

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A imprensa brasileira por sua vez como age a respeito? Durante meses fez uma campanha suja e desinformadora tentando convencer a sociedade brasileira que médicos cubanos eram ruins, mal formados, que causariam mortes porque não falavam português e que estavam tirando vagas de empregos de brasileiros.

Vale lembrar que o Mais Médicos só convocou médicos estrangeiros numa segunda etapa após as vagas não terem sido preenchidas por médicos brasileiros.

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Por que Obama fala da importância da participação do Brasil na redução da extrema pobreza? Porque tem conhecimento e as estatísticas não mentem. Cerca de 40 milhões de brasileiros saíram da pobreza e alcançaram melhores condições de vida nos últimos 12 anos.

E qual é a campanha da grande imprensa a respeito? Que os governos petistas usam programas sociais como o Bolsa Família apenas para ganhar voto e que seus beneficiários por esta razão tornam-se dependentes e preguiçosos.

A grande imprensa repercute críticas totalmente infundadas a respeito como as ocorridas durantes as últimas eleições presidenciais de que a maioria dos beneficiários dos programas sociais para pessoas de baixa renda estão no nordeste, região de pessoas pobres e ignorantes, segundo a versão mais comum.

Programas como o Bolsa Família e o Bolsa Escola usados em outros países do mundo com sucesso são reconhecidos como positivos por especialistas nacionais e internacionais e os números provam que muitas pessoas a partir dai, evoluem, conseguem emprego e abrem mão espontaneamente do programa para que outros em pior situação sejam beneficiados e consigam também dar um passo a frente.

O papel da grande imprensa brasileira, com as devidas exceções, é vergonhoso e claro: defender as elites brasileiras, os grupos econômicos, religiosos e financeiros, encastelados no poder desde sempre ditando as regras no país.

Devemos iniciar uma luta séria e contínua para a abertura do debate a respeito da regulação da mídia no Brasil.

A regulação econômica da mídia não tem nada a ver com controle do conteúdo ou censura, como prega a grande imprensa familiar brasileira.

Na verdade, vai evitar monopólios e oligopólios e garantir a pluralidade de opiniões e manifestações culturais, tudo previsto na nossa Constituição, mas ainda não regulamentado.

Hoje existe uma concentração de poder nas mãos de poucos grupos midiáticos e a concentração de poder econômico dificilmente leva a relações democráticas.

Minha grande preocupação hoje como fundador do PT, e como cidadão brasileiro é fazer com que a população entenda que a participação política e a organização da sociedade em partidos ou organismos representativos é a maneira mais eficaz de mantermos as conquistas até hoje obtidas e de avançarmos na radicalização da democracia.

Radicalizar nossa democracia é também estarmos atentos ao papel da grande imprensa. Não podemos deixar que nesta luta de querer sangrar o inimigo, que ocorre hoje no Brasil inflamada pela imprensa e pela oposição, a grande perdedora termine sendo a importância da política.

Desta forma, vence a despolitização e ganha o ódio e não a análise histórica social e política do momento.

O importante é entender o que realmente aconteceu nos últimos anos. Nos governos petistas o Brasil avançou e vamos continuar avançando. O fato é público e notório e reconhecido publicamente até mesmo por um presidente americano. Quem diria! Novos tempos. A diplomacia cubana que o diga.

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