Otto mantém discurso contrário ao de Kassab

Apesar de o presidente do PSD, Gilberto Kassab, deixar claro à presidente Dilma que queria reciprocidade do PT em Santa Catarina e na Bahia em 2014, o possível candidato peessedista à sucessão de Jaques Wagner afirma que não tem pretensão de ser governador e que só será candidato se for escolhido pelo petista; mas há quem diga que é estratégia e há quem torça pela candidatura de Otto, pois ele seria capaz de levar para o palanque governista o nome mais forte da oposição na Bahia para 2014, o prefeito ACM Neto (DEM)

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Bahia 247

Ao selar o ingresso do PSD na base aliada da presidente Dilma Rousseff no Congresso, o presidente do partido, Gilberto Kassab, teria condicionado a aliança ao apoio do PT a candidatos do PSD na disputa eleitoral de 2014. As prioridades do novo partido no ano que vem são a Bahia, do vice-governador Otto Alencar, e Santa Catarina, onde Raimundo Colombo tentará se reeleger.

Contudo, apesar dos discursos explícitos de Kassab neste sentido, Otto afirma desde o início da aliança com o PT, em abril último, que não tem pretensão de ser candidato a governador e que só será candidato se for escolhido por Jaques Wagner e com apoio dos demais 12 partidos que compõem a base aliada (além do PSD e do próprio PT).

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Há quem faça leitura de que o discurso ameno de Otto Alencar é 'estratégia' e que sua candidatura é irreversível. Mas ele continua a negar e a dizer exatamente o contrário.

Para caciques do governo e até de oposição, Otto seria capaz de reunir em seu palanque (se for candidato) os partidos da base com o nome mais forte da oposição para enfrentar o candidato de Wagner em 2014, o prefeito ACM Neto, do DEM.

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O prefeito afirma que não há possibilidade de ser candidato e a estratégia dos governistas seria, com Otto candidato, de o democrata não apoiar o peemedebista Geddel Vieira Lima e dar jus às especulações de que pode apoiar a presidente Dilma Rousseff em 2014. Otto Alencar é ex-carlista e foi um dos homens de maior confiança do ex-senador e ex-governador ACM.

Abaixo trechos da entrevista do vice-governador ao jornal Tribuna da Bahia na edição desta segunda-feira.

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A queda da popularidade da presidente Dilma, aliada ao momento econômico, impacta diretamente na eleição de 2014, trazendo consequências também para a Bahia. É cogitado que o governador Jaques Wagner apresente um nome alternativo, que ele está apresentando hoje, que é o secretário Rui Costa. Diante desse cenário, o seu nome surge como um dos mais fortes da base governista. Está preparado para esse desafio?

O impacto das manifestações é muito grande, havendo queda na popularidade Dilma, mas aquele fantasma da inflação que a oposição colocou na cabeça das pessoas não é. O índice de inflação caiu bastante agora, vai para 6%, 6,5%. Em 2002, quando eu fui governador interino, a inflação no último ano de Fernando Henriques estava em mais de 12%, o dólar estava 3,76% e o maior crítico do governo federal atualmente é o PSDB, do pré-candidato, o senador Aécio Neves. Inclusive, acho que é uma bandeira que eles não vão ter como explicar nas eleições. Como explicar as privatizações que foram feitas no período de Fernando Henrique Cardoso? A Companhia Siderúrgica Nacional foi vendida a preço de banana. Como explicar o desejo de privatizar a Petrobras? Vale lembrar que é estratégico manter o controle da Petrobras. Como explicar que queriam privatizar o Banco do Brasil? Essa queda da presidente Dilma e essa crise aguda podem ser recuperadas tranquilamente. Com a inflação se acalmando, ela pode ter uma ascensão e ganhar a eleição, como aconteceu com o Lula em 2005 que um ano depois ganhou as eleições. 2014 vai ser avaliado em 2014. Nós estamos em 2013 e em ano ímpar não se discute eleição, sobretudo 13, que é o número do PT. Então vamos ficar quietos agora em 2013 e esperar 2014 para ver o que vai acontecer. Eu sou um aliado do governador Wagner, do grupo, dos 14 partidos que apoiam o governador e o nome que sair, que for escolhido pelo governador vai ser o meu candidato. Eu não tenho paixão, nem obsessão por ser candidato a absolutamente nada. Eu quero fazer um bom trabalho na Secretaria de Infraestrutura. Os gregos diziam que quando os deuses querem enlouquecer um homem o enchiam de paixão, de compulsão. Eu não quero ficar louco.

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O PSD terá autonomia para se aliar a qualquer partido nos estados no próximo ano. Isso é um sinal de que o seu discurso cauteloso começa a mudar?

Não. O Diretório nacional decidiu que nos estados os diretórios estaduais vão ter condições de fazer as alianças. Aqui na Bahia, o PSD vai estar na aliança do governador Jaques Wagner e demais partidos da base. Em nível nacional, eu acho que vai estar na aliança com a presidente Dilma, pelo menos eu conversei com o presidente da sigla, Gilberto Kassab, nesse domingo (28/7) e a tendência é essa. Aqui na Bahia, sem dúvida nenhuma, vamos caminhar com o candidato do governador Jaques Wagner.

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Tem alguma possibilidade de pressão, já que Kassab tem na mão a chance real de um quadro do partido poder assumir o comando no Estado?

Não. Nós acertamos que aqui na Bahia, assim como em outros estados, haveria liberdade nas alianças, de agir de acordo com o diretório estadual e com o que a maioria deseja. Aqui na Bahia, a maioria deseja continuar na aliança com o governador Jaques Wagner. Não haverá em hipótese nenhuma qualquer diáspora.

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Como o senhor analisa a ânsia do PT pelo poder? Acha legítima a tentativa de manter a hegemonia?

Vejo com naturalidade. O PT tem vários nomes que têm história, condições de disputarem a eleição e sucederem o governador Jaques Wagner. Acho que é algo natural esse desejo, assim como acontece no PDT, que coloca o nome do deputado Marcelo Nilo, o PSB com a senadora Lídice da Mata, os nomes da oposição que estão sendo colocados. É um desejo de cada um disputar aquilo que acha que deve disputar para exercer o poder da melhor forma possível, na direção de atender aquilo que o povo precisa.

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