"Gravação tem objetivo de desviar foco da apuração"
Acusado de saber de todo o esquema da máfia do ISS em São Paulo na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), Mauro Ricardo Costa diz que as gravações telefônicas em que um dos servidores presos diz que "ele tinha ciência de tudo" têm como objetivo atrapalhar o trabalho da polícia; "Quanto a ilações precipitadas que se possa tirar de gravação telefônica em que um dos servidores investigados, já conhecedor desta situação, diz, repito: caso o servidor tenha se referido a mim são acusações absolutamente infundadas e tem como objetivo desviar o foco das apurações"
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Bahia 247 - Cada vez mais imerso no mar de descobertas que mancham sua gestão na secretaria municipal de Finanças de São Paulo, o atual titular da Fazenda de Salvador, Mauro Ricardo Costa, diz que as gravações telefônicas de um dos servidores presos por desvio de recursos do ISS na capital paulista têm objetivo de "tirar o foco das investigações".
"Quanto a ilações precipitadas que se possa tirar de gravação telefônica em que um dos servidores investigados, já conhecedor desta situação, diz que 'os Secretários e os Prefeitos com quem eu trabalhei tinham ciência de tudo', repito o que já disse a diversos veículos de comunicação, como o próprio Bahia Notícias, Folha de São Paulo, Estadão, Rede Globo, entre outros, e que imaginava já ser do seu conhecimento: caso o servidor tenha se referido a mim são acusações absolutamente infundadas e tem como objetivo desviar o foco das apurações".
Em carta enviada ao jornalista Samuel Celestino, âncora do site Bahia Notícias, Mauro Ricardo volta a negar conhecimento dos detalhes do esquema e que tenha mandado arquivar apuração de denúncia anônima chegada a seu gabinete. O tucano ainda se gaba de, segundo ele, ter aumentado em 220% arrecadação do tributo na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD). Abaixo a carta enviada ao Bahia Notícias.
Mauro Ricardo envia nota sobre máfia do ISS em São Paulo
"Prezado Samuel Celestino, Com relação ao texto da sua coluna deste domingo, gostaria de esclarecer que sou funcionário público federal de carreira há mais de 30 (trinta) anos e já tive a oportunidade de ocupar cargos de direção em diversos órgãos públicos, em várias cidades do país, e em todos, minha conduta sempre foi pautada pelo irrestrito atendimento ao interesse público.
Ressalto que em todos os órgãos nos quais fui gestor tive as prestações de contas aprovadas pelos respectivos tribunais de contas e nunca tive condenações na justiça, o que comprova meu cuidado e correção com a aplicação das leis e normas que regem o serviço público.
Na Secretaria de Finanças do município de São Paulo, onde estive em duas oportunidades, sempre imprimi uma gestão voltada à modernização da administração fazendária, com dois focos principais: a redução de despesas de custeio da máquina e das dividas, bem como a ampliação de receitas, via combate a sonegação e a inadimplência. Este modelo mostrou-se muito efetivo e propiciou um incremento do orçamento do município de São Paulo em cerca de 220%, com a arrecadação saltando de cerca R$ 13 bilhões em 2004 para mais de R$ 42 bilhões no presente exercício.
Com relação ao desvio de recursos praticado por servidores, é relevante salientar que, tanto o ex-Subsecretário da Receita Municipal, Sr. Ronilson Bezerra, quanto os seus subordinados imediatos, já encontravam-se nomeados quando assumi a Secretaria em janeiro de 2011. Quando no final de 2012 recebi denúncia anônima contra o ex-Subsecretário determinei sua apuração imediata, culminando com a sua exoneração em 19 de dezembro de 2012, portanto ainda durante a minha gestão. A continuidade das investigações pelo atual governo municipal veio a corroborar de forma inequívoca o acerto daquela decisão.
Quanto a ilações precipitadas que se possa tirar de gravação telefônica em que um dos servidores investigados, já conhecedor desta situação, diz que "os Secretários e os Prefeitos com quem eu trabalhei tinham ciência de tudo" repito o que já disse a diversos veículos de comunicação, como o próprio Bahia Notícias, Folha de São Paulo, Estadão, Rede Globo, entre outros, e que imaginava já ser do seu conhecimento: caso o servidor tenha se referido a mim são acusações absolutamente infundadas e tem como objetivo desviar o foco das apurações.
Neste sentido, merece destaque a declaração do Promotor do Ministério Público de São Paulo, Roberto Bondini, principal responsável pela investigação das fraudes do ISS, a seguir transcrita: "Nesses sete meses de investigação nós ficamos atentos e procuramos descobrir se havia mais alguém envolvido. Seja superior, colateral, inferior, qualquer lado. Nós não obtivemos êxito. Seja um secretário seja um faxineiro"
Ou seja, o promotor afasta quaisquer possibilidades de envolvimento de outras pessoas quando declara que passou os últimos 7 (sete) meses buscando encontrar algo e não encontrou nada. O motivo é simples, prezado Samuel: não há nada a ser encontrado com relação a minha pessoa. Por fim, lamento profundamente o subtítulo da sua coluna por ser extremamente agressivo à minha honra e à minha história. Encerro reafirmando a certeza de que a investigação promovida pelo Ministério
Público do Estado de São Paulo apresentará toda verdade sobre os lamentáveis fatos ocorridos.
Mauro Ricardo Costa"
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