Argôlo nega denúncias de ex-contadora de Youssef

Deputado Luiz Argôlo (SD-BA), investigado pelo Conselho de Ética da Câmara, rebateu o depoimento que a contadora Meire Bonfim da Silva Poza prestou ao colegiado no dia 13 de agosto passado; ela disse que Youssef e Argôlo eram sócios e que o parlamentar recebeu mais de R$ 1 milhão do doleiro; "Eu só estive uma vez com ela e não foi no escritório dela", rebateu o parlamentar, destacando que Meire foi apresentada como uma "mulher problemática" quando o doleiro pediu para que a procurasse  

Deputado Luiz Argôlo (SD-BA), investigado pelo Conselho de Ética da Câmara, rebateu o depoimento que a contadora Meire Bonfim da Silva Poza prestou ao colegiado no dia 13 de agosto passado; ela disse que Youssef e Argôlo eram sócios e que o parlamentar recebeu mais de R$ 1 milhão do doleiro; "Eu só estive uma vez com ela e não foi no escritório dela", rebateu o parlamentar, destacando que Meire foi apresentada como uma "mulher problemática" quando o doleiro pediu para que a procurasse
 
Deputado Luiz Argôlo (SD-BA), investigado pelo Conselho de Ética da Câmara, rebateu o depoimento que a contadora Meire Bonfim da Silva Poza prestou ao colegiado no dia 13 de agosto passado; ela disse que Youssef e Argôlo eram sócios e que o parlamentar recebeu mais de R$ 1 milhão do doleiro; "Eu só estive uma vez com ela e não foi no escritório dela", rebateu o parlamentar, destacando que Meire foi apresentada como uma "mulher problemática" quando o doleiro pediu para que a procurasse   (Foto: Gisele Federicce)


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Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil

Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, o deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), investigado por quebra de decoro em função de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, rebateu o depoimento que a contadora Meire Bonfim da Silva Poza prestou ao colegiado no dia 13 de agosto passado.

Em audiência no Conselho de Ética da Câmara, a ex-contadora de Alberto Youssef disse que ele e Luiz Argôlo eram sócios e que, em uma das viagens a Brasília, o doleiro ficou hospedado no apartamento do deputado. Ela ainda afirmou que o parlamentar recebeu mais de R$ 1 milhão do doleiro.

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"Eu só estive uma vez com ela e não foi no escritório dela. Foi quando das cobranças pela venda do terreno", reafirmou, destacando que Meire foi apresentada como uma "mulher problemática" quando o doleiro pediu para que a procurasse para pegar parte do pagamento pela venda do terreno do irmão Manuelito Argôlo Júnior.

O parlamentar investigado ainda reafirmou que não tem sociedade com Yousseff e disse que não sabe qualquer detalhe sobre os pagamentos feitos pelo doleiro a empresas como Grande Moinho Cearense e M Dias Branco, para as quais o escritório de Meire emitiu notas em valor total superior a R$ 1,6 milhão.

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Ao ser perguntado sobre por que decidiu manter a relação com Yousseff, que já colecionava denúncias contra si, Argôlo fez um mea culpa e argumentou que, no dia a dia político, conhece várias pessoas e que o doleiro foi apresentado a ele como investidor em um jantar promovido pelo PP, partido pelo qual se elegeu deputado federal. Segundo ele, quem apresentou os dois foi o então líder do partido, Mário Negromonte.

"Se eu ando na rua e cidadão quer fazer um selfie comigo e posta, e depois descubro que ele é traficante ou estuprador, a culpa é minha? Se cometi falhas e erros, peço desculpas pela ingenuidade. Admito que houve da minha parte boa fé, ao não ter olhado a ficha corrida dele", afirmou. Ele garantiu que nunca usou o mandato como parlamentar para obter benefícios para si ou outras pessoas.

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O relator do processo contra Argôlo, deputado Marcos Rogério (PDT-RO), informou que o conselho não irá convocar mais testemunhas de defesa ou acusação. Sem dar sinal de qual será o tom de seu relatório, apenas informou que o depoimento do investigado vai contribuir para o parecer, que será concluído até 24 de setembro e votado em sessão convocada para 1º de outubro, caso haja quórum.

Em depoimento antecipado, Argôlo se diz vítima de vazamento seletivo de mensagem

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O deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA) surpreendeu parlamentares hoje (3) ao comparecer ao Conselho de Ética da Câmara. Ele antecipou em um dia o depoimento marcado para ouvi-lo no processo que apura quebra de decoro parlamentar em função de relações com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Argôlo garantiu que não tem qualquer sociedade com o doleiro e explicou que a troca de mensagens, interceptada pela PF, tratava unicamente de um negócio privado de família.

Segundo Argôlo, ele intermediou a venda de um terreno de seu irmão para o doleiro, o que justifica as transferências bancárias e sua presença em um dos escritórios de Youssef em São Paulo, para buscar dinheiro.

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"Eu conheci [Youssef] como empresário e investidor no Brasil, mas especialmente na Bahia. Ele tem propriedade de grande hotel em Salvador, em Porto Seguro, e de terrenos em Lauro de Freitas. E quando algum empresário declara interesse em investir no estado, eu sou um motivador, não só dele, mas de qualquer empresário", explicou.

O parlamentar – investigado por quebra de decoro parlamentar em função das denúncias de envolvimento com o doleiro, inclusive em negócios ilícitos – disse que os trechos divulgados por jornais e revistas foram propositalmente "selecionados". "O que ocorreu foi vazamento seletivo. Selecionaram as mensagens que eram de interesse", destacou, ao mencionar os textos sobre uma viagem do empresário a Brasília, que tratam da hospedagem de Youssef no apartamento funcional do deputado.

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Argôlo afirmou que nunca houve intenção de atrapalhar as investigações, mas que esperava o momento correto para comparecer ao conselho. O deputado explicou que a venda do terreno foi decidida pelo irmão Manuelito Argôlo Júnior, que enfrentava dificuldades financeiras antes de perder as eleições para a prefeitura de Entre Rios e do processo de separação conjugal. "Por uma questão muito familiar e pessoal que não gostaria de deixá-lo exposto", explicou ao se referir ao irmão.

Segundo o deputado, a venda foi fechada após as eleições de 2012, no valor total de R$ 375 mil, mas que apenas de R$ 180 mil a R$ 200 mil foram pagos. Argôlo explicou que todos os pagamentos e cobranças que aparecem nas mensagens trocadas com o doleiro se referem a essa negociação e que o doleiro estava com dificuldades de repassar o valor integral justificando mudanças cartoriais e de documentos em seus empresas.

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Em uma das mensagens, o deputado pede o repasse de parte do valor para a empresa Bombain. Segundo o parlamentar, trata-se da empresa de gado de um amigo que mantinha negócios com o irmão. A transferência foi feita para quitar uma venda que não foi paga porque o dinheiro do terreno ainda não havia sido totalmente repassado. "Ele falou que não faria o depósito em conta porque estava com dificuldade contratual por causa da transferência da empresa. Insisti porque não era uma coisa minha, mas da minha família. Ele dizia 'me passe a conta de terceiros que precisa ser paga e depois faço os depósitos'", explicou.

Para antecipar para hoje a manifestação de Argôlo, a defesa dispensou o depoimento de Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, que, no último dia 13, confirmou a relação de amizade entre Youssef e Argôlo e a sociedade mantida pelos dois na empresa Malga Engenharia.

"Nunca fui sócio dele", afirmou o deputado no depoimento desta terça-feira, ao citar a Malga Engenharia. Sobre o apelido "Bebê Johnson", usado por Alberto Youssef para falar de Argôlo, segundo relato de Meire Poza, o parlamentar ressaltou que não tinha qualquer relação com a contadora. Meire trabalhou quase quatro anos para o doleiro, entre 2010 e 2014, prestando serviços contábeis e de assessoria às empresas de Youssef.

A defesa ainda apresentou extratos bancários de Vanilton Bezerra para provar que não havia depósitos no valor de R$ 120 mil para a conta do chefe de gabinete do parlamentar, como foi divulgado em denúncias divulgadas pela revista Veja e pelo jornal Folha de S.Paulo que revelaram a troca de mensagens entre Argôlo e Youssef.

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