Operação desarticula esquema que sonegou R$ 11 milhões na Bahia

Deflagrada nesta quinta-feira, a 'Operação Sede de Justiça' prendeu quatro pessoas ligadas à empresa Frésca, que produz água mineral; eles são investigados por sonegação de impostos e outras fraudes fiscais como uso de 'laranjas'; segundo as investigações, o esquema sonegou mais de R$ 11 milhões nos últimos cinco anos; a delegada de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública, Márcia Pereira (no centro da foto), disse que entre os detidos estão um 'sócio laranja' e três 'sócios ocultos', que seriam os verdadeiros proprietários das empresas; "Foram identificadas outras pessoas, possíveis 'laranjas', que serão interrogadas. Em torno de seis pessoas ainda serão ouvidas"

Coletiva de imprensa sobre fraudes praticadas pela empresa de água mineral Frésca Na foto: Márcia Pereira, delegada da Polícia Civil
Coletiva de imprensa sobre fraudes praticadas pela empresa de água mineral Frésca Na foto: Márcia Pereira, delegada da Polícia Civil (Foto: Romulo Faro)


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Bahia 247 - Deflagrada nesta quinta-feira (27), a 'Operação Sede de Justiça' - composta por secretaria estadual da Fazenda (Sefaz-BA), Polícia Civil e Ministério Público Estadual (MPE) - prendeu quatro pessoas ligadas à empresa Frésca, que produz água mineral. Eles são investigados por sonegação de impostos e outras fraudes fiscais como uso de 'laranjas'. Os resultados da ação foram apresentados na sede da Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública (Dececap), no bairro de Piatã, em Salvador.

Além dos mandados de prisão temporária, foram executadas seis ordens de busca e apreensão na sede da empresa, em Dias D'Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, nas residências dos acusados e também em um escritório de contabilidade da capital. A operação apreendeu documentos e computadores.

Segundo as investigações, o esquema sonegou mais de R$ 11 milhões nos últimos cinco anos. Entre as irregularidades praticadas pelos empresários estão a falta de recolhimento do ICMS declarado e a utilização de artifícios no processo de produção e distribuição da água mineral engarrafada, com o objetivo de escapar da tributação.

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A equipe da força-tarefa constatou ainda a venda sem emissão do respectivo documento fiscal na comercialização de produtos envasados e distribuídos, subfaturamento nas vendas de água mineral em garrafões de 20 litros, omissão de saídas de produto acabado tributado, utilização de 'sócio laranja' na composição societária de empresas e ocupação irregular do mesmo endereço por mais de uma empresa por mais de um período.

A delegada de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública (Dececap), Márcia Pereira, informou que entre os detidos estão um 'sócio laranja' e três 'sócios ocultos', que seriam os verdadeiros proprietários das empresas. "Foram identificadas outras pessoas, possíveis 'laranjas', que serão interrogadas. Em torno de seis pessoas ainda serão ouvidas".

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Segundo a inspetora de investigação e pesquisa da Sefaz-BA, Sheila Meirelles, a fraude configura concorrência desleal, pois a Frésca desestabilizou o mercado, permitindo aos envolvidos acumular patrimônio de forma irregular.

"Eles praticavam um preço abaixo do mercado e, com isso, havia reclamação por parte dos representantes da classe. A empresa só pagava regularmente seus impostos quando a fiscalização era colocada em regime especial, com prepostos da Sefaz fiscalizando a entrada e saída de mercadorias e cobrando o imposto na hora".

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Redução de alíquota

O desequilíbrio na livre concorrência no mercado, levou a Secretaria da Fazenda a adotar a redução temporária da alíquota de ICMS relativa ao segmento de água mineral - de 17% para 7% por tempo até dezembro. Enquanto isso, o governo vinha intensificando os esforços para cassar liminares da Frésca e de um grupo de empresas que, mesmo apresentando débitos inscritos em dívida ativa, vinham obtendo na Justiça o acesso ao Selo Fiscal que atesta o pagamento dos tributos.

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Em maio, numa ação conjunta com o Ministério Público, a Vigilância Sanitária interditou as instalações da empresa, em Dias D'Ávila, em decorrência de questões sanitárias.

"A empresa é investigada por várias fraudes, não só criminais, mas sanitárias e ambientais", disse a promotora Vanezza Rossi, do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica, as Relações de Consumo, a Economia Popular (Gaesf).

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