Jovens fazem cerco a todas as instâncias do poder

O Congresso e o Palácio do Planalto, em Brasília; o Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo; a Assembleia Legislativa, no Rio; com violência pontual ou em paz, estudantes, na grande maioria, pressionaram o poder, em todas as suas esferas, na noite da segunda-feira 17; "Destravou", resumiu ao 247 o deputado federal Ivan Valente (PSOL); "O povo tomou gosto pela rua e não vai sair tão cedo"; após o grosso das manifestações se dispersar, aumentou a tensão em cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília, onde manifestantes entraram em confronto com policiais; grupo dissidente de mil pessoas em São Paulo empurrou grades e chegou a soltar bomba de efeito moral dentro da sede do governo estadual; Polícia Militar evitou reagir com violência

Jovens fazem cerco a todas as instâncias do poder
Jovens fazem cerco a todas as instâncias do poder


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 – O poder foi cercado. Nas principais capitais do País, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, os estudantes, em grande maioria, tomaram avenidas, pressionaram às portas centros de poder como o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, a Assembleia Legislativa (RJ) e o Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, para dizer algo que soa como uma forte critica generalizada a "tudo o que está aí". Um basta na forma de mais de 300 mil jovens nas ruas em todo o País. Também ocorreram passeatas numerosas em Belo Horizonte, onde houve conflito com a Polícia Militar, Fortaleza, Vitória, Maceió, Belém, Salvador, Curitiba, Porto Alegre. Há manifestações também em Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Indaiatuba (SP) e Juiz de Fora (MG).

Por volta das 21h, uma parte da marcha que caminhava por São Paulo chegou ao portões do Palácio do Governo de São Paulo. Estudantes chegaram a empurrar as grades, repetindo uma cena de décadas atrás, quando professores em greve derrubaram parte da proteção. Uma pequena bomba chegou a ser jogada nos jardins da sede do governo. A tensão continuava até perto da meia-noite, quando um pequeno grupo ainda encarava a guarda reforçada pela Polícia Militar. Mais cedo, a Avenida Paulista estava tomada pelas passeatas, assim como a Rua Augusta. 

Em Brasília, o vice-presidente do Congresso, André Vargas (PT-PR), resolveu, também depois das 21h, ir pessoalmente ao edifício que, sob resistência da polícia, os estudantes tentaram tomar. A luta de posições chegou até a chapelaria da Câmara, tradicional porta de entrada dos políticos, funcionários e visitantes. A Polícia Militar usou gás de pimenta para fazer os manifestantes recuarem, mas estes respondiam com o arremesso de garrafas com água. 

continua após o anúncio

No Rio de Janeiro, os estudantes conseguiram chegar à escadaria da Assembleia Legislativa, de onde lançaram bombas e morteiros na direção da Policia Militar, que respondeu com gás. Dezenas de policiais se feriram e necessitaram de resgate médico no local.

Em Porto Alegre, a marcha estudantil também entrou para o terreno do vandalismo. A partir das 18h, os estudantes tomaram a principal avenida da cidade, a João Pessoa. Em seguida, houve quebra-quebra. Uma loja de motocicletas foi invadida e toda mercadoria, derrubada. A Polícia Militar precisou da cavalaria para enfrentar as barricadas montadas pelos estudantes. Tiros com balas de borracha foram disparados às dezenas. O centro da cidade ficou parcialmente destruído. Contêineres de lixo focram queimados. A situação era um verdadeiro tumulto às 22h.

continua após o anúncio

Protestos

O que começou como marchas de protesto contra aumentos nas tarifas de ônibus se ampliou, agora, na forma de passeatas de protesto contra o establishment – conjunto de instituições que compõe o poder formal. Não estava combinado, por exemplo, que a marcha em Brasília deveria se dirigir ao edifício do Congresso Nacional, primeiro, e ao Palácio do Planalto, em seguida, mas foi o que se deu, com milhares de jovens gritando contra a corrupção.

continua após o anúncio

Em São Paulo, a marcha que deveria sair de Pinheiros para a Avenida Paulista se dividiu de modo a um grande grupo de manifestantes rumar em direção à sede da Rede Globo, fechando no trajeto a avenida Marginal e, desse modo, asfixiando o trânsito pesado da hora do rush. No alto da ponte Estaiada, mirando dali a sede da Rede Globo, milhares de jovens pararam para cantar o Hino Nacional.

Noutra frente, com palavras de ordem diversas, pelo menos 60 mil estudantes tomavam pacificamente a Avenida Faria Lima, uma das mais elegantes da capital, e subiam para a Avenida Paulista, por volta das oito da noite. Lá, no endereço que representa o poder financeiro do Estado mais rico da federação, tudo poderia acontecer. A tropa de choque da PM estava mobilizada para entrar em ação ao primeiro sinal de tumultos.

continua após o anúncio

No Rio, quando cem mil jovens tomavam a Avenida Rio Branco, no centro da cidade, a violência estourou também por volta das oito horas. As escadarias da Assembléia Legislativas foram ocupadas e, deibaixo das pilastras do prédio histórico, fogo foi ateado. Antes, um automóvel fora explodido.

O que está sendo questionado é o poder e as instâncias que o representam.

continua após o anúncio
continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247