Com 938 brasileiros, Mais Médicos chama 'gringos'

Primeira rodada de contratações ao programa atende a 6% da demanda municipal; 938 médicos brasileiros escolheram 404 dos 3.511 municípios cadastrados; necessidade é de 15.460 profissionais; brasileiros terão chance de mudar escolhas; próxima chamada será para profissionais estrangeiros; espanhóis, argentinos e portugueses se inscreveram em maior número; mais contratações de brasileiros acontecerão em 1º de setembro; trabalho é por três anos, com salários de R$ 10 mil

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247 – Num processo semelhante ao do programa Bolsa Família, que foi implantado sob críticas, a partir de 2002 e, em seus primeiros meses, com relativa adesão, o Mais Médicos apresentou hoje o resultado de sua primeira rodada de cadastramentos oficiais. Escolheram municípios para atuar, concordando com todas as regras do programa, contados 938 médicos brasileiros. Esse contingente atende apenas 6% da demanda relatada pelos municípios, que soma a necessidade de 15.460 médicos. Nesta primeira chamada sobre os 16.530 médicos brasileiros selecionados inicialmente, foram preenchidas vagas e 401 municípios, do universo de 3.511 cidades cadastradas.

Além de os primeiros números darem espaço para críticas, pela adesão considerada aquém das expectativas oficiais, o programa entra agora em uma fase ainda mais polêmica. Começarão a ser feitas as chamadas para os médicos estrangeiros ou brasileiros com diploma no exterior que preencheram os requisitos. A lista completa dos estrangeiros será divulgada pelo Ministério da Saúde no dia 13. Ao 247, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, adiantou que profissionais da Espanha, Argentina e Portugal são, pela ordem, os mais numerosos na lista completa. Médicos de Cuba irão aparecer atrás da quinta posição.

Os brasileiros já cadastrados, em razão do pequeno preenchimento do municípios, poderão escolher novas cidades onde irão cumprir o contrato mínimo de três anos de serviços prestados, com remuneração mensal de R$ 10 mil.

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A julgar pelos primeiros resultados, o governo terá mesmo que preencher o programa com uma maioria de médicos estrangeiros, como acontece em diferentes países da Europa.

O ministro Alexandre Padilha informou que os médicos já selecionados começarão a trabalhar a partir do dia 1º de setembro. Padilha disse que o governo irá usar todas as estratégias à disposição para preencher as 15.460 vagas do programa. Segundo ele, a partir do dia 15 de agosto, data de abertura da segunda rodada de contratações, o ministério irá investir em uma campanha para esclarecer dúvidas de profissionais brasileiros em relação ao programa e reforçar a divulgação da iniciativa fora do país.

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Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:

Inscritos no Mais Médicos atendem a 6% da demanda dos municípios

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06/08/2013
Aline Leal
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Dos 16.530 profissionais com diploma brasileiro ou revalidado preliminarmente inscritos no Programa Mais Médicos, 938 confirmaram a participação. O número equivale a 6% da demanda dos municípios, que apontaram a necessidade de 15.460 médicos. Os profissionais vão atender a regiões carentes de 404 municípios.

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Durante a apresentação dos dados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, trouxe a possibilidade de propor parcerias com universidades estrangeiras e com outros países. "Tendo o quadro da distribuição, onde se concentra a carência, fica mais factível para o Ministério da Saúde buscar parcerias com países e universidades", disse o ministro. Atualmente, só são aceitas inscrições individuais de médicos formados fora do país.

Em uma tentativa de aumentar o número de confirmações, o Ministério da Saúde prorrogou até a próxima quinta-feira (8) à meia-noite o prazo para a homologação e escolha de municípios para os inscritos com diploma brasileiro. Para o presidente da Frente Nacional dos Prefeitos, José Fortunati, houve "fraude" nas inscrições. "Mais de 14 mil médicos fraudaram a inscrição", disse. "O que imperou foi o sentido corporativista das entidades".

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O ministério recebeu denúncias de que grupos estavam se organizando para boicotar o programa e pediu que a Polícia Federal investigasse o caso. Mais de 6 mil inscritos deixaram o número do registro profissional em branco. Outros 171 colocaram traços ou zeros nos espaços e muitos colocaram números inconsistentes.

Quase 50% dos médicos inscritos concluíram a graduação entre 2011 e 2013. Mais de 70% dos profissionais se formaram nos últimos dez anos. Os profissionais começam a trabalhar em setembro. Ao todo, 51% dos profissionais vão atender em periferias de capitais e de regiões metropolitanas. Os demais vão atuar em municípios do interior de alta vulnerabilidade social.

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Pouco mais de 47% dos profissionais têm entre 23 e 30 anos, 25,48% estão na faixa de 31 a 40 anos. Médicos com mais de 41 anos somam 27,24% dos inscritos. Os homens somam pouco mais de 58% dos médicos inscritos.

Dos 404 municípios que vão receber médicos, 213 estão em regiões com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, 111 em regiões metropolitanas, 24 são capitais. Foram atendidos ainda 16 distritos sanitários indígenas (Dsei). Mais de 2 mil municípios não atraíram o interesse dos profissionais, 782 em regiões prioritárias.

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A Região Nordeste é a que vai receber um maior número de profissionais, serão 372 direcionados a 203 cidades e um Dsei. Em seguida vem o Sudeste, com 216 médicos para atender a 77 municípios. Em terceiro lugar ficou a Região Norte, com 144 médicos em 49 municípios e 14 Dseis. A Região Sul vai receber 107 médicos em 53 municípios, e a Região Centro-Oeste vai contar com 99 médicos em 22 municípios e um Dsei. O Ceará, com 91 médicos, é o estado que mais vai receber médicos na primeira etapa, em seguida vem a Bahia, com 85, Goiás, com 70 e Minas Gerais, com 74.

Apenas 11% dos municípios que aderiram ao Mais Médicos vão receber profissionais nesta etapa. A demanda atendida na Região Norte é 8,1%, no Nordeste, 7,7%. Sul e Sudeste tiveram cerca de 4% e Centro-Oeste terá 9% da sua demanda atendida.

Os municípios têm até 25 de agosto para iniciar ao Ministério da Saúde como será feito o deslocamento do profissional e qual será a moradia oferecida ou se vai optar por pagar auxílio-moradia. Além de ajuda de custo, para compensar eventuais despesas de instalação, o médico receberá também auxílio do município para alimentação.

Os 1.920 médicos com diploma estrangeiro que também se inscreveram têm até a quinta-feira (8) para completar o cadastro. Dia 15 de agosto o programa vai abrir uma nova etapa de inscrições para municípios e médicos.

Lançado dia 8 de julho, por medida provisória, o Programa Mais Médicos tem como uma das metas levar profissionais para atuar durante três anos na atenção básica à saúde em regiões pobres do Brasil, dado prioridade a médicos formados no Brasil. A medida tem sido criticada por entidades de classe, sobretudo pelo fato de o programa não exigir a revalidação do diploma de médicos formados fora do país.

Edição: Fábio Massalli

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