Unguento para os que se incomodam com o canto dos pássaros

Todos os governantes terão que oferecer Mais Médicos, Mais Professores, Mais Casas, Mais Empregos, Mais PAC etc. A pauta da justiça social encalacrou os políticos – espero que para sempre



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Que bons augúrios nos trazem os ventos, os pássaros e os dias que virão?

Os pássaros, com sua insistência de abnegados mensageiros, vêm cantar todas as manhãs à nossa janela.

Porém, quase sempre, não lhes damos a devida atenção; sequer lhes percebemos a presença.

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Alheios a nossa indiferença, insensibilidade, “rabugice” ou mera distração, os pássaros inexorável e simplesmente cantam. E voam para além de onde a nossa vista alcança.

De uns tempos para cá dei para prestar mais atenção ao canto dos sabiás, sanhaços, bem-te-vis, canários e até maritacas, com seu alegre alarido. É tocante, pungente o canto dos pássaros.

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Li, recentemente, não lembro ao certo onde, não sem certa incredulidade inicialmente, que os paulistanos andavam “incomodados”  – sim, incomodados! – com o canto do sabiá laranjeira, que entra na muda (ou no cio) a partir do mês de agosto e então canta até se esgoelar à tardezinha e madrugada adentro. 

Fala-se muito do conservadorismo mal-humorado [na moral e na política] do paulista em geral. Pura intriga e bairrismo, decerto. 

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Afinal, como pode um povo incomodar-se com o canto dos pássaros? 

Como poderia, por outro lado, um povo incomodar-se tampouco com a leve brisa, alvissareira e acolhedora, que faz tilintar suavemente os sinos chineses da felicidade dependurados à nossa porta?

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Pensei nessa metáfora do canto dos pássaros, e da leve brisa que bafeja o nosso cotidiano, ao vislumbrar o futuro benfazejo que se descortina para o Brasil nos próximos anos. Não nos faltam bons augúrios. Não nos faltam notícias alvissareiras.

 Alvíssaras! 

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O país experimenta um antes inimaginável momento de pleno emprego. A exploração do pré-sal irá gerar mais riqueza para o país e renda para o seu povo; mais recursos para a educação e para a saúde; mas recursos para investimentos em mobilidade urbana e serviços públicos. 

Só no reservatório de Libra estima-se de 8 a 12 bilhões de barris recuperáveis – considerando-se a média, 10 bilhões de barris, com o barril a US$100,00, são, grosso modo, cerca de USS 1 trilhão de dólares. Não há cálculo econométrico capaz de demonstrar em números o efeito multiplicador que a exploração dessa riqueza causará na qualidade de vida do povo brasileiro no médio e longo prazo. No PIB, provavelmente já em 2014/2015 poderemos constatar essas consequências. 

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Na sequência, será explorado outro gigantesco reservatório, batizado de Pau-Brasil, tão monumental quanto Libra.

O PIB deverá prosseguir crescendo modesta, mas firmemente, a cerca de 3,0% ou 3,5%. A inflação está sobcontrole, dentro da meta. Vivemos o pleno emprego, com os rendimentos do trabalho crescendo marginal e progressivamente. 

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Os programas sociais seguem amparando e incluindo os desassistidos. A pobreza diminui a olhos vistos e os indicadores sociais melhoram de modo consistente – a última PNAD demonstra isso de modo inequívoco. Aconselho também uma “passada de olhos” nos relatórios, artigos e ensaios dos técnicos do Ipea a esse respeito.

Porém, a despeito dessas melhoras substanciais, ainda vivemos sérios problemas na área da Segurança e Saúde Pública, com o recrudescimento da violência urbana, a chaga do crack e o aumento preocupante do crime organizado, mancomunado, algumas vezes, com agentes públicos e até políticos. 

A corrupção é outro ponto nevrálgico que está sendo exemplarmente combatido pela PF e pelo MP. Porém esse tema merece um debate específico, posto que suga/parasita a riqueza pública, enfraquecendo e atravancando o nosso desenvolvimento. 

 A Saúde enfrenta problemas estruturais que vão muito além do Mais Médicos.

Espera-se que os recursos do pré-sal compensem os graves problemas causados pela má gestão e desvios dos recursos públicos destinados à Saúde nos Estados e municípios, e pela extinção da mal afamada e sepultada CPMF, que era importante fonte de recursos para essa área, além de ajudar na fiscalização e tributação de ativos financeiros.

Com esse cenário auspicioso e alvissareiro, o país tem tudo para decolar rumo a um desenvolvimento sustentável.

Some-se a esses fatores o fato de que os governantes, e homens públicos em geral, agora competem entre si, notadamente para fins eleitorais, amarrados que estão pela chamada “agenda social”, que é pautada pelos sindicatos e movimentos sociais, e implementada e sacramentada por gestões e governos de partidos de esquerda (PT, PCdoB, PSB e PSOL, notadamente).

Todos os governantes terão que oferecer Mais Médicos, Mais Professores, Mais Casas, Mais Empregos, Mais PAC etc.  A pauta da justiça social encalacrou os políticos – espero que para sempre.

Ou seja, dificilmente a direita, ou mesmo a centro-direita, conseguirá se apropriar desse espólio, dessa herança bendita. Sob risco de retrocesso. Sob o risco de ruína.

Considerando-se que a excelentíssima  Dilma Rousseff ainda conta com o melhor cabo eleitoral do mundo; levando-se em conta ainda que o Partido do Trabalhadores e os demais partidos de esquerda têm maior inserção, militância e representatividade na sociedade, dificilmente vão conseguir lhe tirar o direito de completar a sua obra num segundo mandato. Dificilmente.

Ou será que a dupla Marina-Campos conseguirá tomar o leme e mudar o rumo desse barco?

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