Cardozo: críticas chegam a ser 'esquizofrênicas'

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta sexta (10) que não está surpreso com a convocação para depor na CPI da Petrobras e que não vê problema em ir ao Congresso; ele também rechaçou a ideia de que tenha que ter controle sobre a PF; "Tenho visto pelo jornal que algumas pessoas não se agradam e acham que eu perdi o controle. Acho engraçado porque só se perde algo que se tem. Eu não devo controlar a Polícia Federal no mérito da investigação, mas a supervisão hierárquica de eventuais desmandos administrativos", afirmou; Cardozo disse também que não se sente abandonado pelo partido: "Já recebi da bancada de deputados do PT um manifesto de apoio"

Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresenta o novo passaporte comum eletrônico brasileiro.O documento passou a ser emitido desde a última segunda -feira (6) pela Polícia Federal (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresenta o novo passaporte comum eletrônico brasileiro.O documento passou a ser emitido desde a última segunda -feira (6) pela Polícia Federal (Marcelo Camargo/Agência Brasil) (Foto: Valter Lima)


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247 - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta sexta-feira (10) que não está surpreso com a convocação para depor na CPI da Petrobras e que não vê problema na convocação. Segundo ele, as críticas a sua postura chegam a ser "esquizofrênicas".

"Recentemente tive um episódio que envolvia cartel nos metrôs de São Paulo e alguns parlamentares de oposição estavam dizendo que eu estava instrumentalizando a Policia Federal. Alguns acham que eu estou instrumentalizando e outros acham que eu não controlo. Nem uma coisa nem outra. Esse não é meu papel", afirmou.

De acordo com o ministro, a ida de seus assessores ao Congresso faz parte de um "procedimento padrão", para sugerir que qualquer informação devida possa ser dada também por meio de convite ou visita de uma comissão de deputados ao ministério.

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"Sempre acontece isso. Algumas vezes situações de convocação ensejaram uma vinda de deputados para falar comigo. Várias vezes já aconteceu", disse. "Em outros casos foi convite, agora é convocação. No meu posicionamento nada altera. Se o parlamento preferir convocação, que seja convocação. Se preferir vir aqui, que venham. E se for um convite, eu vou. Não vejo absolutamente problema nenhum", completou.

O ministro negou que a falta de articulação política do governo tenha sido responsável pela situação.

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"Não me considero surpreso. É absolutamente normal. Se querem esclarecimentos, se há coisa a esclarecer irei com grande prazer", disse. "Temos que perder essa mania de que ministros não devem ir ao Parlamento. Tenho dever de esclarecer a opinião pública. Se alguém tem alguma dúvida que eu passa esclarecer, se posso contribuir em uma investigação, tenho que falar. É meu dever", defendeu.

Perguntado se o depoimento pode acabar por prejudicar o PT, o ministro respondeu de forma genérica.

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"Aquilo que está sob sigilo eu não tenho conhecimento. O que não está, eu tenho conhecimento e os senhores também têm. Não vejo o que eu possa, sob esse aspecto, fazer juízo de valor sobre esse partido ou qualquer outro. Ninguém deve temer nunca a verdade", afirmou

Cardozo disse também que não se sente abandonado pelo partido.

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"Tenho visto pelo jornal que algumas pessoas não se agradam e acham que eu perdi o controle. Acho engraçado porque só se perde algo que se tem. Eu não devo controlar a Polícia Federal no mérito da investigação, mas a supervisão hierárquica de eventuais desmandos administrativos", explicou. "Já recebi da bancada de deputados do PT um manifesto de apoio."

Cardozo também afirmou que é conhecido por ser duro nas punições disciplinares quando lhe cabe, mas que não decide quem deve ser investigado e quem não deve. Ele também diz que o Ministério da Justiça deve permitir a autonomia das investigações.

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"Cumpro meu papel: garantir autonomia para investigação da Polícia Federal. O que eu posso fazer é diante de indícios de abusos, determinar investigações. Como é o caso das escutas. A escuta ilegal é abuso de poder. Ou não houve? Quem fez? Quem não fez? Sempre que isso acontece eu intervenho", afirmou. "Essa é minha opinião, minha posição e, enquanto estiver no Ministério da Justiça, permanecerei atuando nessa linha", concluiu.

O ministro acrescentou que desconhece qualquer ação da Polícia Federal na Operação Lava Jato que não tenha decorrido de ordem judicial expressa, salvo as que estão sob investigação. Assim, segundo ele, se houve situação abusiva e diante da ordem judicial, cabe aos tribunais rever as decisões. 

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