Dirceu a Moro: ‘fui rotulado inimigo público’
Em nova petição encaminhada na noite desta terça-feira ao juiz da Lava Jato para tentar evitar uma eventual prisão, o ex-ministro alega que "não aguenta mais a situação" e que foi "com seus 70 anos, rotulado indelevelmente de inimigo público"; advogado do ex-ministro, o criminalista Roberto Podval, cita "angústia" e "aflição" de José Dirceu em relação a "uma possível ordem de prisão contra si", o que "já é fato público e notório"; "Não apenas pipocam diariamente na imprensa notícias sobre seu iminente encarceramento, mas, também, todos os dias surgem 'novos' depoimentos que, ainda segundo a mídia, complicariam a situação do peticionário", diz trecho do documento, impetrado após nova denúncia do delator Júlio Camargo, de que teria repassado R$ 4 milhões a Dirceu em dinheiro vivo
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247 – Diante da "angústia" e "aflição" de seu cliente, o advogado Roberto Podval enviou na noite desta terça-feira ao juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, uma nova petição para tentar evitar uma eventual prisão do ex-ministro José Dirceu no âmbito da investigação. "Com seus 70 anos e rotulado indelevelmente de inimigo público, não aguenta mais a situação a qual é submetido diariamente", escreveu o criminalista.
"A aflição do peticionário – e também de seus defensores – a respeito de uma possível ordem de prisão contra si já é fato público e notório. Não apenas pipocam diariamente na imprensa notícias sobre seu iminente encarceramento, mas, também, todos os dias surgem 'novos' depoimentos que, ainda segundo a mídia, complicariam a situação do peticionário", acrescenta o defensor.
Podval destaca ainda que, ao longo de terça, o carro de uma emissora de televisão ficou estacionado em frente à casa de Dirceu "certamente aguardando a tão esperada prisão". O texto destaca ainda o comportamento do petista durante o julgamento da Ação Penal 470, o 'mensalão', respondida por ele "em liberdade, jamais demonstrando intenção de fugir ou de qualquer forma frustrar a aplicação da lei penal".
A nova petição, anexada aos autos às 23h48 de ontem, foi elaborada após o ex-executivo da Toyo Setal Julio Camargo afirmar em novo depoimento à Justiça, na tarde de terça, que teria entregue R$ 4 milhões ao ex-ministro em dinheiro vivo. O repasse teria sido um pedido do ex-diretor da Petrobras Renato Duque, segundo ele.
Confira aqui a íntegra da petição.
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