Marina pede afastamento de denunciados. E agora Cunha?

Ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) se manifestou sobre a crise institucional gerada pelo rompimento político do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo da presidente Dilma Rousseff, por meio de um artigo onde defende o afastamento dos políticos denunciados na Operação Lava Jato; ex-senadora destaca que o afastamento evitaria pressões por parte dos detentores de altos cargos; "Quando as investigações resultarem em provas e denúncias formais ao Supremo Tribunal Federal, devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões. Mas, desde já, precisamos estar atentos contra qualquer tentativa de sabotagem"; escreveu; isolamento gradativo de Cunha fica cada vez mais evidente 

Ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) se manifestou sobre a crise institucional gerada pelo rompimento político do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo da presidente Dilma Rousseff, por meio de um artigo onde defende o afastamento dos políticos denunciados na Operação Lava Jato; ex-senadora destaca que o afastamento evitaria pressões por parte dos detentores de altos cargos; "Quando as investigações resultarem em provas e denúncias formais ao Supremo Tribunal Federal, devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões. Mas, desde já, precisamos estar atentos contra qualquer tentativa de sabotagem"; escreveu; isolamento gradativo de Cunha fica cada vez mais evidente 
Ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) se manifestou sobre a crise institucional gerada pelo rompimento político do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o governo da presidente Dilma Rousseff, por meio de um artigo onde defende o afastamento dos políticos denunciados na Operação Lava Jato; ex-senadora destaca que o afastamento evitaria pressões por parte dos detentores de altos cargos; "Quando as investigações resultarem em provas e denúncias formais ao Supremo Tribunal Federal, devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões. Mas, desde já, precisamos estar atentos contra qualquer tentativa de sabotagem"; escreveu; isolamento gradativo de Cunha fica cada vez mais evidente  (Foto: Paulo Emílio)


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247 - A ex-senadora Marina Silva (PSB-AC), que até o momento ainda não havia se pronunciado diante da tensão politica atual, se manifestou sobre a crise institucional gerada com o rompimento político do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)por meio de um artigo onde defende que os políticos denunciados na Operação Lava Jato sejam afastados de seus cargos. Atualmente, 52 políticos são investigados pela Procuradoria-Geral da República, incluindo o proprio Cunha, que foi apontado pelo consultor Julio Camargo como beneficiário de propinas no valor de US$ 5 milhões. 

No artigo publicado pelo blogueiro do G1 Matheus Leitão, a ex-senadora evita citar nomes dos políticos investigados, mas destaca que o afastamento evitaria que os detentores de altos cargos possam interferir nas decisões. "Quando as investigações resultarem em provas e denúncias formais ao Supremo Tribunal Federal, devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões. Mas, desde já, precisamos estar atentos contra qualquer tentativa de sabotagem", avaliou Marina.

Apesar de defender o afastamento dos políticos denunciados, ela, porém, destaca que parte dos que pedem a saída Cunha da Presidência da Câmara parece ter como objetivo desviar o foco dos gritos de "fora Dilma". No final, a ex-senadora observa que é preciso
"cuidar de manter as bases institucionais democráticas [construídas] a duras penas", e que "ao menos em nome do bom senso impõe-se evitar mexer mais ainda num equilíbrio institucional que já está precário, não usando poderes públicos como navios de guerra de onde os litigantes disparam contra os outros".

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A referência a Eduardo Cunha é bastante clara, já que poucas horas após anunciar o seu afastamento do governo, Cunha anunciou que irá criar quatro novas CPIs e organizar cerca de 15 pedidos de impeachment contra a presidente Dilma. Para Marina, a melhor maneira de "evitar precipitações ou aventuras" é "a confiança vigilante nas instituições". "Precisamos estar alertas contra a manipulação política de qualquer lado e contra todas as formas de pressão e intimidação sobre a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal", justifica.

Segundo ela, ao término do artigo, a expectativa é que o término da crise seja marcado pelo "prólogo de uma nova história de afirmação da democracia no Brasil".

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Leia aqui ou veja abaixo a íntegra do artigo escrito pela ex-senadora Marina Silva:

Justiça a tempo

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Quem ainda tem esperança de um mundo e de um Brasil melhores deve manter neste momento uma grande atenção nas conquistas democráticas e apoiar com firmeza o trabalho da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça. O que está em curso no Brasil não é apenas a desconstrução de um sistema político que revela, a cada dia, sua falência. Há também uma lenta construção da democracia e de instituições independentes e fortes, instrumentos de navegação em meio às crises.

Assim como saímos do impeachment de Collor para outro ciclo de evolução, com a estabilização econômica nos governos de Itamar e Fernando Henrique, que possibilitou avanços sociais no governo Lula, da mesma forma podermos ser capazes de sair da crise atual para outro momento positivo. Para isso, entretanto, devemos cuidar de manter as bases institucionais democráticas que construímos a duras penas e, como diz o ditado popular, não jogar a criança fora com a água suja.
Aparentemente, há apenas sujeira. Mas devemos ver além das aparências, ou seja, além da crise e da confusão política que se profundam e crescem. Na realidade, as novidades são poucas. A crise é a mesma e todos os envolvidos nela já faziam o que fazem e diziam o que dizem – com os mesmos maus resultados na vida do povo brasileiro – há vários meses. Os rompantes dos dirigentes políticos e as manifestações de seus seguidores, a histeria na guerrilha virtual, as justificativas diante das denúncias, tudo igual.

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Num artigo que escrevi há alguns meses, quando reclamavam que eu estava em silêncio, mostrei que continuava participando da vida política brasileira com os poucos meios que tenho à minha disposição. Naquela ocasião afirmei: "basta olhar o ambiente político para ver que tudo serve à manipulação, que o objetivo não é sair da crise, mas usá-la". Isso também continua.
Se a manipulação da crise foi o modo como o presidente da Câmara encontrou para aumentar seu poder, é normal que ele agora tente explicar as denúncias de corrupção que recebe como sendo manipulação dos outros – o governo, no caso. Não há novidade nisso e boa parte dos que saem gritando "fora Cunha" parecem querer apenas aproveitar a oportunidade de apontar um novo inimigo público para desviar a atenção dos gritos de "fora Dilma".

O Congresso Nacional divide com o governo as responsabilidades pela crise e a atenção pública se volta para os parlamentares. Neste momento, deveria predominar entre eles a consciência de que o Poder Legislativo é maior que seus membros, mesmo aqueles que ocupam cargos de direção. Como poder independente, deve respeitar a independência dos demais poderes e avaliar suas ações em conformidade com a Constituição Federal.

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Repito o que disse há pouco mais de uma semana, numa nota pedindo apoio aos órgãos de investigação e do sistema judiciário: "a confiança vigilante nas instituições é a melhor maneira de evitar precipitações ou aventuras". Precisamos estar alertas contra a manipulação política de qualquer lado e contra todas as formas de pressão e intimidação sobre a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Quando as investigações resultarem em provas e denúncias formais ao Supremo Tribunal Federal, devemos exigir o afastamento dos que ocupam cargos cujos poderes possam interferir nas decisões. Mas desde já precisamos estar atentos contra qualquer tentativa de sabotagem.
Aos denunciados resta rever suas práticas e posturas. Ao menos em nome do bom senso impõe-se evitar mexer mais ainda num equilíbrio institucional que já está precário, não usando poderes públicos como navios de guerra de onde os litigantes disparam contra os outros.
Obviamente, ninguém mais espera um comportamento minimamente virtuoso da maioria dos personagens no palco da política brasileira dos dias atuais. Mas se temos que respeitar as instituições que eles, infelizmente, dirigem tão mal, e respeitar a população que lhes confiou seu voto, temos também que manter viva nossa esperança de que a Justiça será feita e os erros serão punidos. Afinal, como disse Rui Barbosa, "a Justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada".
Que o epílogo desse drama, quando ocorrer, seja o prólogo de uma nova história de afirmação da democracia no Brasil.

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