Singer: País não sabe enfrentar o problema da criminalidade
Cientista político afirma que o sistema penitenciário brasileiro vem dando recados de sua situação caótica há tempos e cita os presos degolados no Maranhão, em 2014; "Entre um e outro choque, nada efetivo será feito. Por quê? Porque o país se encontra em absoluto desacordo sobre como proceder em relação ao problema da criminalidade"; André Singer vê como saída para a crise na segurança o forte investimento social: "Agora, diante dos vinte anos de limitação do gasto público, tal visão se torna, outra vez, utopia"
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
247 - O cientista político André Singer analisa a situação da criminalidade no País tendo como gancho os dois massacres recentes nos presídios de Manaus e Boa Vista. Ele lembra que já em 2014, quando presos no Maranhão foram degolados, o sistema carcerário brasileiro já dava recados, porém nada de efetivo foi feito para mudar a realidade crua das cadeias.
"Entre um e outro choque, nada efetivo será feito. Por quê? Porque o país se encontra em absoluto desacordo sobre como proceder em relação ao problema da criminalidade", escreve em seu artigo na Folha de S.Paulo.
Singer lembra que o plano das UPPs consistia em apoio social junto com segurança. "Moradia, mobilidade, saúde, educação e lazer precisariam vir junto com a presença de uma força armada de controle. Agora, diante dos vinte anos de limitação do gasto público, tal visão se torna, outra vez, utopia".
"Enquanto não formar amplo consenso civilizatório, a casa dos mortos continuará a enviar sinais, intermitentes e nítidos, da barbárie brasileira profunda. Sem respostas vindas de cima. Não é casual o presidente da República ter chamado a chacina amazônica de acidente".
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247