Defesa de Temer tenta anular depoimentos de delatores da Odebrecht

A defesa de Michel Temer estuda a possibilidade de pedir ao TSE a impugnação de todos os depoimentos de delatores da empreiteira Odebrecht sob o argumento de que houve base ilegal na convocação do empresário Marcelo Odebrecht e a de outros empreiteiros pelo ministro do TSE, Herman Benjamin, relator do processo que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer; de acordo com os advogados de Temer, o relator não poderia ter pedido o depoimento tendo como ponto de partida uma “prova ilícita”, que foi o vazamento da delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht; a delação estava sob sigilo e veio a público em dezembro do ano passado; Melo Filho disse que Temer negociou repasses "direta e pessoalmente" com Marcelo Odebrecht, em reunião no Palácio do Jaburu, em maio de 2014

Brasília - O vice-presidente da República, Michel Temer, durante entrevista coletiva no Palácio Itamaraty (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília - O vice-presidente da República, Michel Temer, durante entrevista coletiva no Palácio Itamaraty (Marcelo Camargo/Agência Brasil) (Foto: Leonardo Lucena)


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247 - A defesa de Michel Temer estuda a possibilidade de pedir ao Tribunal Superior Eleitoral a impugnação de todos os depoimentos de delatores da empreiteira Odebrecht sob o argumento de que houve base ilegal na convocação do empresário Marcelo Odebrecht e a de outros empresários pelo ministro do TSE, Herman Benjamin, relator do processo que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Temer. De acordo com os advogados de Temer, o relator não poderia ter pedido o depoimento tendo como ponto de partida uma “prova ilícita”, que foi o vazamento da delação premiada do ex-diretor da Odebrecht Cláudio Melo Filho. A delação estava sob sigilo e veio a público em dezembro do ano passado. A informação é do Estadão.

O pedido pode retardar o processo no TSE, e deixar o julgamento para 2018, último ano do governo Temer.

Outro componente pode retardar as investigações. Em abril e maio, terminam os mandatos de Henrique Neves e Luciana Lóssio no TSE. Temer poderá indicar dois novos magistrados para o Tribunal. “Nós não colaboramos para que o processo não tenha sido julgado ainda”, afirmou Gustavo Guedes, advogado de Temer. “Até agora não houve nenhum requerimento de prova e não procede essa história de que estamos esperando a troca de ministros no TSE”, acrescentou.

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Na quarta-feira (1), o empreiteiro Marcelo Odebrecht afirmou que foi de R$ 150 milhões o valor acertado para a campanha presidencial da chapa Dilma-Temer, em 2014, sendo uma parte via caixa 2. Segundo ele, do total, R$ 50 milhões eram uma contrapartida à votação da Medida Provisória do Refis, enviada ao Congresso Nacional em 2009. A MP beneficiou a Braskem, empresa controlada pela Odebrecht.

O depoimento de Marcelo também agravou a situação política do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que tirou licença do cargo dias antes de se submeter, na segunda-feira (27), a uma cirurgia para retirada da próstata. O relato é de que Padilha teria participado de um acordo para o pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB, quando ele era dirigente do PMDB, e não durante o jantar no Palácio do Jaburu, do qual Temer participou quando ocupava a vice-presidência da República. Dessa forma, Odebrecht confirmou o relato de Cláudio melo Filho.

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Se não bastasse o depoimento de Odebrecht, outra delação pode implodir o governo Michel Temer. Seu ex-assessor especial da Presidência José Yunes afirmou à Procuradoria-Geral da República que serviu de “mula involuntária” de Padilha quando recebeu no seu escritório de advocacia, após o jantar, um “pacote” das mãos do lobista Lúcio Funaro. Há suspeitas de que o “pacote” – retirado depois do escritório – conteria R$ 1 milhão. O pedido teria sido feito por Padilha e o pacote entregue em setembro de 2014.

Funaro é operador financeiro do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos presos na Lava Jato.

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Outro delator, o ex-diretor da Odebrecht Ambiental Fernando Cunha Reis, disse que foram pagos R$ 4 milhões ao PDT para garantir o apoio do partido à chapa presidencial reeleita em 2014, o que pode cmplicar ainda mais a vida de Temer.

 

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