Empresas devem R$ 452 bilhões à Previdência, que Temer quer reformar

Dado foi confirmado em audiência pública na Câmara nesta quinta-feira 16 pela procuradora da Fazenda Anelise Lenzi, diretora do Departamento de Gestão da Dívida Ativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); segundo ela, os débitos previdenciários inscritos em dívida ativa crescem a uma taxa média de 15% ao ano, em função dos juros, mas também de novos débitos; dessas dívidas, 58% são consideradas de baixa chance de recuperabilidade a quase irrecuperável; quando defende a reforma da Previdência, cujo movimento contrário levou ontem cerca de 1 milhão de brasileiros às ruas em todo o País e parou diversas categorias, Michel Temer não cita os débitos das empresas

Dado foi confirmado em audiência pública na Câmara nesta quinta-feira 16 pela procuradora da Fazenda Anelise Lenzi, diretora do Departamento de Gestão da Dívida Ativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); segundo ela, os débitos previdenciários inscritos em dívida ativa crescem a uma taxa média de 15% ao ano, em função dos juros, mas também de novos débitos; dessas dívidas, 58% são consideradas de baixa chance de recuperabilidade a quase irrecuperável; quando defende a reforma da Previdência, cujo movimento contrário levou ontem cerca de 1 milhão de brasileiros às ruas em todo o País e parou diversas categorias, Michel Temer não cita os débitos das empresas
Dado foi confirmado em audiência pública na Câmara nesta quinta-feira 16 pela procuradora da Fazenda Anelise Lenzi, diretora do Departamento de Gestão da Dívida Ativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN); segundo ela, os débitos previdenciários inscritos em dívida ativa crescem a uma taxa média de 15% ao ano, em função dos juros, mas também de novos débitos; dessas dívidas, 58% são consideradas de baixa chance de recuperabilidade a quase irrecuperável; quando defende a reforma da Previdência, cujo movimento contrário levou ontem cerca de 1 milhão de brasileiros às ruas em todo o País e parou diversas categorias, Michel Temer não cita os débitos das empresas (Foto: Gisele Federicce)


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247 - Empresas têm um débito de nada menos que R$ 452 bilhões à Previdência do Brasil e a dívida cresce a uma taxa média de 15% ao ano, em função dos juros, mas também de novos débitos. A informação foi confirmada em audiência pública na Câmara nesta quinta-feira 16 pela procuradora da Fazenda Anelise Lenzi, diretora do Departamento de Gestão da Dívida Ativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Dessas dívidas, segundo ela, 58% são consideradas de baixa chance de recuperabilidade a quase irrecuperável. O governo Temer, que propôs uma reforma da previdência que é rechaçada pela grande maioria da população (63,7%, segundo o Paraná Pesquisas), e que levou ontem cerca de 1 milhão de brasileiros às ruas, além de ter paralisado diversas categorias, usa o argumento do "rombo" no sistema para tirar ou dificultar o acesso ao benefício.

Quando defende sua proposta, como fez Temer ontem, ignorando os protestos e dizendo que a população entende a importância de apoiar as reformas, o peemedebista não cita os débitos das empresas, e muito menos explica por que essas companhias não são cobras e punidas por não repassarem verba ao sistema, enquanto os trabalhadores têm desconto automático em folha.

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Leia mais sobre a audiência pública na reportagem da Agência Brasil:

Dívida ativa da Previdência cresce 15% ao ano, diz procuradora

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Mariana Branco – A procuradora da Fazenda Anelise Lenzi, diretora do Departamento de Gestão da Dívida Ativa da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), informou hoje (16) que os débitos previdenciários inscritos em dívida ativa, atualmente em R$ 452 bilhões, crescem a uma taxa média de 15% ao ano. Anelise participa de audiência pública na comissão especial da Câmara dos Deputados que debate a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, da reforma da Previdência.

O crescimento da dívida ocorre em função dos juros, mas também é resultado da inscrição de novos débitos. De acordo com a procuradora, boa parte do estoque é recuperável. "Fizemos, por determinação do TCU [Tribunal de Contas da União], um grupo de trabalho para analisar a recuperabilidade desse estoque. Nós concluímos que, desse valor, 4% são altamente recuperáveis e 38% tem uma recuperabilidade entre média e alta. Ou seja, 42% têm potencial de recuperabilidade", ressaltou.

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Anelise disse que os outros 58% têm recuperabilidade entre baixa e quase irrecuperável. A medição considera questões como antiguidade do débito e perfil do devedor. De acordo com a procuradora, o estudo será apresentado nos próximos dias ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A prioridade da PGFN, segundo ela, são os débitos de maior recuperabilidade.

"A recuperação desses débitos [de baixa recuperabilidade] é uma solução [a ser pensada] para o futuro. O que realmente interessa, para a discussão de hoje, é recuperar esses 42% o mais rápido possível" afirmou. Segundo a procuradora, desde o segundo semestre de 2015, a PGFN vem desenvolvendo ações para acelerar a cobrança da dívida ativa e reduzir a judicialização dos casos.

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"Temos hoje quase 5 milhões de processos de execução fiscal. Havia uma lógica de encaminhamento para o Judiciário, indiscriminadamente, dos débitos acima de R$ 20 mil. O processo judicial é caro e lento e não chegou a um patamar de eficiência. A PGFN tem se aproximado de processos de mercado. A gente faz uma separação por tipo de devedor", declarou.

Segundo Anelise, a procuradoria aborda de maneira diferente os débitos de pequenos e os de grandes devedores. No caso dos grandes, foi instalado um grupo de operações para combater a fraude fiscal estruturada, o que, segundo ela, são tentativas de grandes grupos econômicos ou pessoas físicas de "ludibriar o sistema, dissolvendo patrimônio, botando laranja, mandando para o exterior".

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Anelise Lenzi também criticou os programas de parcelamento de débitos. Recentemente, a Medida Provisória (MP) 766 instituiu um novo parcelamento. "Há a falsa ideia de que estender prazos e dar descontos resolveria o problema. Desde 2000, mais de 30 programas de parcelamento foram concedidos. Os índices demonstram que os programas só geram uma cultura de inadimplemento."

Desonerações

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Além dos débitos em aberto, as desonerações concedidas pelo Poder Público têm impacto sobre as receitas da Previdência. O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, afirmou que, com a desoneração da contribuição patronal para as folhas de pagamento de alguns setores da economia, implementada em 2012, o total da renúncia fiscal sobre a arrecadação passou de 0,88%, naquele ano, para 6,25%, em 2015.

"Com a volta da contribuição para alguns setores em 2016, o percentual caiu para 3,73%", disse. No caso do Simples Nacional, programa de simplificação tributária para pequenas empresas, a renúncia foi de R$ 20,7 bilhões em 2016. No caso das entidades filantrópicas de áreas como saúde e educação, que gozam de imunidade tributária, a renúncia fiscal somou cerca de R$ 11 bilhões.

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