No processo de Atibaia, Moro adiou depoimento de Lula para “evitar exploração eleitoral”

Depois de negar ao decorrer da Lava Jato uma suposta partidarização das apurações, Sérgio Moro não consegue se livrar de suas contradições; ele liberou a delação do ex-ministro Antonio Palocci sobre o ex-presidente Lula a seis dias da eleição; o curioso é que, em agosto, no processo do sítio em Atibaia (SP), Moro adiou para novembro os interrogatórios de Lula dizendo que era preciso "evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios"; coerência?

No processo de Atibaia, Moro adiou depoimento de Lula para “evitar exploração eleitoral”
No processo de Atibaia, Moro adiou depoimento de Lula para “evitar exploração eleitoral” (Foto: Pedro de Oliveira/ ALEP)


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247 - Depois de negar ao decorrer das investigações da Operação Lava Jato uma suposta partidarização das apurações, Sérgio Moro não consegue se livrar de suas contradições. Ele liberou a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci sobre o ex-presidente Lula a seis dias da eleição, o que pode prejudicar a candidatura de Fernando Haddad (PT).

O curioso é que, em agosto, no processo do sítio em Atibaia (SP), Moro adiou para novembro os interrogatórios de Lula. Em seu despacho, Moro justificou: "a fim de evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios, seja qual for a perspectiva, reputo oportuna redesignar as audiências".

Com a força de Lula mostrando-se cada vez mais evidente na transferência de votos para o presidenciável Fernando Haddad (PT), Moro deixou clara, mais uma vez, a partidarização da Lava Jato, depois de condenar o ex-presidente sem provas e emitir ordem de prisão sem o esgotamento de todos os recursos judicais.

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Leia abaixo a reportagem da Agência Brasil, publicada em agosto, sobre a decisão de Moro: 

O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, decidiu adiar para novembro os interrogatórios de Luiz Inácio Lula da Silva e outros réus da ação penal que julga eventual favorecimento do ex-presidente no pagamento de propinas por meio de reformas em sítio de Atibaia cuja propriedade é atribuída a ele pelo Ministério Público Federal.

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De acordo com a acusação, as reformas foram pagas por empresas contratadas pela Petrobras. A defesa nega a tese do Ministério Público Federal e diz que o sítio não está em nome do ex-presidente. Os interrogatórios estavam previstos para ocorrer em setembro, durante a campanha presidencial.

"A fim de evitar a exploração eleitoral dos interrogatórios, seja qual for a perspectiva, reputo oportuna redesignar as audiências", escreve Moro em despacho.

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A nova data do interrogatório do ex-presidente está prevista para 14 de novembro – no mesmo dia do pecuarista José Carlos Bumlai.

Além dos dois, são réus na ação penal mais 11 pessoas. As audiências de todos foram adiadas para ocorrer a partir de 5 de novembro. Os interrogatórios dos réus são a fase final do processo, antes da decisão judicial.

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O ex-presidente Lula está preso desde 7 de abril em cela especial na sede da Polícia Federal em Curitiba, cumprindo pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro na ação penal do caso do triplex do Guarujá (SP).

Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que um processo criminal não pode ser baseado no calendário eleitoral. "A mudança das datas dos depoimentos, porém, mostra que a questão eleitoral sempre esteve e está presente nas ações contra o ex-presidente Lula que tramitam em Curitiba".

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