Cotado para ministério de Bolsonaro quer mais desmatamento e saída do Acordo de Paris

Cotado para ser o futuro ministro da Agricultura em um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL), o presidente da UDR, Nabhan Garcia, quer ampliar o desmatamento na Amazônia em prol do agronegócio e a saída do Brasil do Acordo de Paris, assinado por 195 países visando conter o aquecimento global; "Se um produtor rural qualquer comprar mil hectares de terra não vai poder desmatar porque eles falam de desmatamento zero? Isso é um absurdo" disparou; para ele, "a base dos produtores rurais que está com Bolsonaro" não aceita as posições do Acordo de Paris por representarem interesses externos; "O que o Acordo de Paris nos oferece? Nada", afirmou

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247 - Com o nome cotado para ser o futuro ministro da Agricultura em um eventual governo de Jair Bolsonaro (PSL), o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, defendeu o aumento do desmatamento na Amazônia em prol do agronegócio e a saída do Brasil do Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países visando conter o aquecimento global. "O País tem o Código Florestal, debatido por quase 20 anos, aprovado no Congresso e que vale para o País todo, inclusive para a Amazônia", afirmou o ruralista. "Se um produtor rural qualquer comprar mil hectares de terra não vai poder desmatar porque eles falam de desmatamento zero? Isso é um absurdo" disparou Garcia.

Pelo Código Florestal brasileiro, os proprietários de terras na área da Amazônia devem preservar 80% da área de florestas em suas terras dentro da chamada Reserva Legal. Nesta linha contrária à defesa do meio ambiente, ele também disse que "a base dos produtores rurais que está com Bolsonaro" não aceita as posições do Acordo de Paris que, segundo ele, representam "interesses de outros países, de ONGs e interesses comerciais. O que o Acordo de Paris nos oferece? Nada", afirmou Garcia ao jornal O Estado de S. Paulo.

Garcia também defende iniciativas contra o que qualifica como "cartéis e monopólios" que teriam lucros extremamente elevados em função da desvalorização cambial. "Estamos à mercê dos grandes frigoríficos e de poucas empresas de exportadores de grãos", disse, sem fazer referência à safra recorde que o Brasil deve registrar.

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Ele também se mostra favorável a uma das principais pautas em prol da bancada ruralista e do agronegócio defendidas por Bolsonaro, que é a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, colocando interesses conflitantes – a defesa do meio ambiente e a expansão do agronegócio por meio do desmatamento – na mesma pasta. Para especialistas do setor, as propostas são um retrocesso e podem levar os produtores rurais a terem prejuízos no futuro, uma vez que os países importadores têm levado em consideração os cuidados com o meio ambiente na hora de definirem seus fornecedores.

"Isso vai nos colocar em uma saia-justa enorme no mundo. Enchem a boca, como se apenas nós exportássemos soja, carne. Mas temos muitos concorrentes. A União Europeia já não tem boa vontade nenhuma em nos fazer concessões. Imagine em um governo que confirme seus piores temores. Seremos marginalizados. Vão dizer que é carne e soja produzidas à base da destruição da Amazônia", observa o diplomata e ex-ministro Rubens Ricupero.

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A declaração sobre ampliar o desmatamento na Amazônia e sobre uma possível saída do Brasil do Acordo de Paris foi duramente criticada pelo Greenpeace, uma das maiores ONGs ligadas à defesa do meio ambiente em nível mundial. "É uma declaração infeliz, ultrapassada e antiquada. O mundo que compra do Brasil não quer consumir produtos que destroem florestas. É uma declaração que está desconectada da cabeça do passado e que acha que desmatar é desenvolvimento. Desmatar é atraso de vida, inclusive econômico para o País", avalia o coordenador de Políticas Públicas do Greenpeace, Márcio Astrini.

Para ele a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente "está claramente dando um recado de que a proteção ao meio ambiente será combatida, e não o crime ambiental. (A fusão) significa a extinção do Ministério do Meio Ambiente". Sobre a afirmação feita por Garcia de que o país poderá se retirar do Acordo de Paris em um eventual governo Bolsonaro, Astrini foi taxativo ao afirmar que a ideia é "irresponsável e burra, típica de quem não conhece o que está falando". "São pouquíssimos os países que estão fora. Você querer sair é se igualar à exceção, não ao mundo", completou.

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