Cardozo: Moro deveria ter feito quarentena ética

O ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirma que Moro, ao aceitar o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, lança dúvidas sobre sua isenção na Lava Jato e diz que o juiz deveria ter se imposto uma “quarentena ética” antes de ir para o Executivo; ele ainda diz que a postura de Moro não é ilegal, mas que “não existe cargo de ministro que não seja político", ressaltando que "um ministro tem que guardar uma relação com o governo e sua visão política”

Cardozo: Moro deveria ter feito quarentena ética
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247 - Em entrevista concedida à Folha de S.Paulo, o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirma que é um contraponto a ideia defendida pelo juiz federal Sergio Moro, que diz que quando assumir o ministério da Justiça, em janeiro, estará exercendo um cargo técnico, defendendo que "Moro deveria ter feito uma quarentena ética". “Não existe cargo de ministro que não seja político. Um ministro tem que guardar uma relação com o governo e sua visão política”, diz.  

O ex-ministro diz que não imaginava Moro num cargo político. "Um defensor público da ética, defensor público da magistratura, ele sempre disse que não aceitaria nenhum cargo político porque isso poderia inclusive prejudicar o seu trabalho. Então eu imaginava: não, ele vai recusar", relembra. 

No entanto, Cardozso se diz surpreso com a postura do juiz. "Fiquei estupefato, ele aceitou o cargo de ministro. E não só desdizendo tudo aquilo que ele vinha dizendo antes, mas colocando evidência sobre uma acusação que já existia há muito tempo contra ele, de que ele tomava decisões arbitrárias e que tinha motivação política. Mais do que nunca agora isso precisa ser analisado e considerado", alerta. 

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Moro deveria passa por uma "quarentena ética"

Cardozo salienta que, "no fundo, Moro está encontrando retoricamente uma maneira de dizer que o cargo é técnico para que ele possa se justificar diante daquilo que ele disse anteriormente".

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"Agora, vamos ser sinceros? Ele não só disse isso como também o presidente disse que ele poderia ser nomeado para a Suprema Corte. Ora, depois disso ele tomou decisões que influenciaram o processo eleitoral. É uma situação que exigia dele, no mínimo, uma quarentena ética", defende. 

Fim de uma extensa carreira

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Cardozo declara ainda que encerrou a carreira política de 27 anos em 12 de maio de 2016, dia em que a presidente Dilma Rousseff foi afastada do cargo de presidente da República. Ele inclui nessa trajetória, além dos cargos no Legislativo, a passagem de cinco anos pelo Ministério da Justiça.

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