Damares denuncia estupro sofrido por ela quando criança por pastores

Futura ministra dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves contou em entrevista à Folha que era estuprada quando criança; "O primeiro abusador foi às vias de fato. Fui estuprada por dois anos. Ele dizia que eu era 'enxerida', que a culpa era minha e que, se falasse, meu pai morreria", relatou; "Falar sobre isso me dói, me expor custa demais, mas entendo que preciso passar a mensagem de que sobrevivi", disse

Damares denuncia estupro sofrido por ela quando criança por pastores
Damares denuncia estupro sofrido por ela quando criança por pastores (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)


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247 - A futura ministra de Mulheres, Família e Direitos Humanos do governo Bolsonaro, Damares Alves, contou em entrevista à jornalista Camila Brandalise, da página Universa, do UOL, que era estuprada quando criança por dois pastores da igreja onde ela frequentava. Eles ainda a ameaçam caso contasse sobre a violência para alguém.

"O primeiro abusador foi às vias de fato. Fui estuprada por dois anos. Ele dizia que eu era 'enxerida', que a culpa era minha e que, se falasse, meu pai morreria", contou a futura ministra. O segundo, que a machucou quatro vezes, em uma delas, ejaculou em seu rosto. "Falar sobre isso me dói, me expor custa demais, mas entendo que preciso passar a mensagem de que sobrevivi", disse.

"Já adulta soube que meus pais descobriram. Mas, na época, nada foi feito. E eu também não falava nada, porque tinha medo de que ele matasse meu pai (Damares se refere ao primeiro estuprador). Fiquei refém daquele predador. Acontece com a maioria das meninas abusadas: algumas não falam porque são ameaçadas, outras, porque têm medo da reação do pai e da mãe e há as que acham que ninguém vai acreditar, mas eu emitia muitos sinais. Infelizmente, ninguém notou", relatou ainda.

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A deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB), que concorreu à vice-presidência na chapa de Fernando Haddad (PT) em 2018, fez um longo post no Facebook comentando a entrevista e lamentando a violência relatada pela futura ministra. Ela aproveita para defender políticas públicas contra a violência contra a mulher e medidas contra a cultura do estupro.

"Temos que falar em formas de mudar uma das principais causas de tudo isso: a cultura do estupro. E isso passa, entre outras coisas, pela educação", escreve Manuela, à ministra que defende políticas como o Escola sem Partido, que censura professores. "Temos, portanto, Damares, que caminhar muito para chegarmos a uma sociedade civilizada e que a cultura da violência. Use sua nova função para batalhar por todas nós, incluindo você, que sofreu na própria pele essa barbárie", completa a deputada.

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