"Não se tornem policiais de segunda classe", diz Gilmar a auditores

Recentemente, foi divulgado um relatório da Receita sobre o ministro Gilmar. Nele, o auditor fiscal diz que apura indícios de cometimento de lavagem de dinheiro e tráfico de influência, assuntos cuja investigação não cabe ao Fisco

"Não se tornem policiais de segunda classe", diz Gilmar a auditores
"Não se tornem policiais de segunda classe", diz Gilmar a auditores (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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Por Pedro Canário, do Conjur "Minha preocupação é para que vocês não virem uma polícia de segunda classe, porque estão sendo usados para isso", disse o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a representantes de entidades de classe da Receita Federal. "Talvez vocês estejam orgulhosos por estarem prestando serviços, mas vocês estão distorcendo o seu papel institucional."

Gilmar se reuniu nesta sexta-feira (22/2) com o auditor Kleber Cabral, presidente do sindicato dos auditores, o Sindifisco, e com o auditor Mauro Silva, diretor de assuntos técnicos da Unafisco, outra entidade da corporação. Segundo ele, os integrantes da Receita estão sendo usados como "farejadores de outros órgãos", e as entidades sindicais precisam cuidar para que isso não volte a acontecer.

Recentemente, foi divulgado um relatório da Receita sobre o ministro Gilmar. Nele, o auditor fiscal diz que apura indícios de cometimento de lavagem de dinheiro e tráfico de influência, assuntos cuja investigação não cabe ao Fisco. Mas, conforme revelado pela ConJur, o relatório faz parte de um programa interno da Receita que investiga secretamente 134 "agentes públicos" em busca de indícios de crimes.

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De acordo com o ministro, o Copes, órgão que toca essas investigações, "é uma excrescência" que "precisa acabar". "Bendito vazamento, porque se vocês estão produzindo esse tipo de peça, estão produzindo coisas imprestáveis, inconsistentes, não é digno de vocês."

A reunião aconteceu no gabinete do ministro, a pedido dele. O objetivo, conforme ele explicou aos interlocutores, foi demonstrar a preocupação em relação aos novos métodos de trabalho da Receita.

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Os representantes da Receita concordaram com o ministro, e se disseram bastante preocupados com o vazamento do relatório. E reclamaram que o Ministério Público Federal vem usando de seu poder de requisição 'com coisa que não dá resultado nenhum". O MPF pode, a qualquer momento, pedir ao Fisco que envie relatórios sobre alvos de seus inquéritos. "A gente fica um pouco amarrado com o poder de requisição', disse um dos auditores.

"Faltou gente que tivesse frequentado uma aula de Direito", respondeu Gilmar. "Esse pequeno escândalo é só um pequeno escândalo. Virão outros, certamente, porque isso é viciado. Voltem ao mandado de fiscalização, façam a reinstitucionalização da Receita, acabem essa bagunça que se estabeleceu."

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Nesta sexta, o subprocurador-geral da República Lucas Rocha Furtado enviou representação ao Tribunal de Contas da União para que investigue desvio de finalidade na Receita Federal

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