'Vão cassar o meu mandato ou serei um pulha', previu Bolsonaro há 3 anos

Em uma entrevista realizada há três anos, ainda como pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro disse que pediria "pelo amor de Deus" para formar uma base de apoio no Congresso e, desta forma, evitar o que costuma chamar de "velha política";"Vão cassar o meu mandato ou vou ser um pulha - como a Dilma é pulha, como Lula foi pulha, e como FHC foi também um... vendido", afirmou na ocasião; atualmente, sem uma base parlamentar no Congresso, o governo Bolsonaro tem adotado sistematicamente a prática do "toma lá, dá cá"

'Vão cassar o meu mandato ou serei um pulha', previu Bolsonaro há 3 anos
'Vão cassar o meu mandato ou serei um pulha', previu Bolsonaro há 3 anos (Foto: Adriano Machado - Reuters)


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247 - Em uma entrevista realizada há três anos, ainda como pré-candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro disse que pediria "pelo amor de Deus" para que seu eleitorado votasse nos candidatos que indicasse para o Congresso Nacional com o objetivo de formar uma base de apoio. Segundo ele, caso isso não fosse possível, ele teria o mandato cassado ou seria um "pulha". "Vão cassar o meu mandato ou vou ser um pulha - como a Dilma é pulha, como Lula foi pulha, e como FHC foi também um... vendido", afirmou Bolsonaro na ocasião.

A declaração se dizia ao fato de Bolsonaro afirmar reiteradamente de que se recusava a fazer a "velha política" e o "toma lá, dá cá", que segundo ele era marca do presidencialismo de coalização. Já como presidente, mas sem conseguir uma base de apoio coesa, o sistema condenado por ele, porém, vem sendo adotado sistematicamente pelo seu governo. De acordo com o jornalista Cristian Klein, do Valor Econômico, "em quase quatro meses de governo, Bolsonaro oscila entre o destemor com o precipício e a figura do "pulha" que imputa aos antecessores". "O apoio de legendas do Centrão à aprovação da reforma da Previdência, na Comissão de Constituição e Justiça, na terça-feira, é sinal de que a crista empinada tem limite", completa.

"A ideia de governar à margem dos partidos - com bancadas temáticas, como a ruralista, a evangélica ou a dos agentes da área de segurança - se mostrou um fracasso. Bem previsível, uma vez que a distribuição de poder e toda lógica interna do Congresso é partidária. Bolsonaro tentou inventar a roda e viu que a ideia o levaria a dar com os burros n'água. E, no caso do governo atual, não são poucos os jericos pelo caminho. O presidente nem precisaria ser o "pulha", o refém do Congresso, pois já tem problemas o suficiente diante da confusão e clima de beligerância entre os principais grupos que o sustentam", ressalta Klein. Em sua análise, "o presidente já é refém - não propriamente dos profissionais da política - mas dos amadores, da enorme turma de voluntariosos que instalou no governo e que pretendem tutelá-lo".

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Nesta direção, o temor é que ideias propaladas pelo astrólogo Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro, como a desmoralização das instituições, incluindo as Forças Armadas acabem por jogar o país no caos. M"ilitares de alta patente tendem a acreditar menos em teorias da conspiração - como a hegemonia gramsciana da esquerda. O risco é a cooptação e politização de praças e oficiais em início de carreira. A Venezuela, com sinal invertido, pode ser aqui", avalia.

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