Ricardo Miranda: O murro na mesa e a falta de fogo no rabo do general

"No país surreal do capitão reformado Jair Bolsonaro, general dá murro na mesa e esbraveja que Lula deveria pegar "prisão perpétua", na frente de um bando de jornalistas passivos e mansos", diz o jornalista Ricardo Miranda ao comentar o discurso do general Heleno durante café-da-manhã dos jornalistas com o presidente Jair Bolsonaro

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Por Ricardo Miranda, em seu blog - No país surreal do capitão reformado Jair Bolsonaro, general dá murro na mesa e esbraveja que Lula deveria pegar "prisão perpétua", na frente de um bando de jornalistas passivos e mansos – eu me lembro do tempo em que o Comitê de Imprensa do Palácio do Planalto era formado por profissionais combativos e não por gente que presenteia o presidente com uma bíblia de crente (ah, Delis Ortiz, que pernóstico e rastaquera) -, mas não porque seu comandante-em-chefe está desmoralizando as Forças Armadas. E está. Demitiu, em sequência, três generais ocupando postos públicos – o mais relevante deles o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, substituído pelo general Luiz Eduardo Ramos, mas também o presidente dos Correios, general Juarez Cunha, e o presidente da Funai, Franklimberg de Freitas. Todos foram demitidos de forma desrespeitosa, vexaminosa, no mínimo imprópria. Mas o general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), que parece mais raivoso que esclerosado – por hora -, deu seu piti, no café da manhã de Bolsonaro com jornalistas na desta sexta-feira, 14, na frente de seu chefe e das vaquinhas de presépio que cobrem o Planalto, porque Lula, numa entrevista, chamou a facada em Bolsonaro de "estranha" e "suspeita" (Assista). E é estranha e suspeita mesmo.

Heleno foi mais longe, perdendo completamente a linha. Exaltado (olha o coração, general, não é só faca que mata, ódio represado também explode artérias) , chamou o ex-presidente Lula de "canalha" e disse que "tinha vergonha" de ele ter sido presidente do Brasil – que ingratidão, velhaco, ele te mandou para o Haiti e você devolveu com a Cité Soleil. Heleno foi mais longe, mas você não deve ter lido isso na mídia. "E será que o câncer dele foi mentira? E o câncer de dona Dilma foi mentira?", vomitou o comandante da nova versão do SNI, o Serviço Nacional de Informações da ditadura. Recomendo que você assista o desabafo do general Heleno (Aqui), assistido pelos jornalistas de cabeça baixa, literalmente, com a desculpa de que anotavam em seus caderninhos. O fogo no rabo do general, a mula sem cabeça da folclórica Esplanada dos Ministérios do Reino de Deus, não se acendeu pelas razões corretas. Talvez devesse ter esmurrado a mesa na defesa de Santos Cruz, de Juarez Cunha e de Franklimberg de Freitas, todos generais, todos demitidos de forma desrespeitosa quando se esperava que o capitão transformado pelas urnas em chefe provisório fosse no mínimo decente com os colegas de farda que até dezembro passado eram seus superiores hierárquicos.

Leia o texto na íntegra no Blog Gilberto Pão Doce.

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