Uso indevido da 'taser' é o que provoca mortes

Acreditamos que não é o tipo da arma de eletrochoque que deva ser discutido, mais sim o método de sua utilização e a devida preparação para o profissional de segurança para o seu manuseio



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A morte do brasileiro Roberto Laudisio, de 21 anos, após ser atingido por uma arma de eletrochoque, em Sidney, na Austrália, reacende uma discussão que já estava quase esquecida pelos meios de comunicação: o uso da arma de eletrochoque denominada Taser. Ressalte-se que no Brasil, no estado de Tocantins, o jovem Rangel Gomes Gonçalves Oliveira, 18 anos, durante o Carnaval, morreu após ter sido atingido pela descarga elétrica de uma arma similar usada por um policial militar e quase nada se falou sobre o assunto.

Vale explicar que existem dois modelos de Taser. O de contato tem o formato semelhante ao de um celular e funciona com duas baterias de nove volts. Seu mecanismo é simples: tem o corpo de plástico e possui numa das extremidades uma junção de seis a dez pinos metálicos, agrupado em pares, por onde é descarregada a corrente elétrica. Em um dos lados possui um gatilho, onde é efetuado o disparo. Também possui uma chave, onde a arma pode ser ligada, desligada ou colocada em "standby" ("modo de espera"). O resultado na vítima depende da região atingida, podendo ser desde a dormência na área atingida ou até mesmo desmaio.

O outro modelo é o Taser de IEM (air taser). Tem o formato semelhante ao de uma pistola e funciona pelo principio de IEM (interrupção elétrica intramuscular). Ele possui dois eletrodos ligados a dois fios de cobre que podem ter quatro, seis, oito ou dez metros. Ao disparar, ela lança os dois eletrodos, que ao atingir a vitima, aplicam uma descarga elétrica por 5 segundos, agindo no sistema nervoso sensorial e motor, fazendo com que o alvo seja imediatamente imobilizado e perde a coordenação motora, vindo a cair.

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Há anos a Anistia Internacional questiona o uso de armas Taser nos Estados Unidos, alegando que de 2001 até fevereiro de 2009, aproximadamente 500 pessoas morreram no país, após serem atingidas pela descarga elétrica desta arma. “Das centenas de pessoas que morreram após o uso policial de armas Taser nos Estados Unidos, dezenas e dezenas de mortes possivelmente podem ser atribuídas à força desnecessária sendo usada”, destaca Susan Lee, diretora da Anistia Internacional.

O que está devidamente demonstrado é que a arma Taser é letal, porém, o risco de acidentes é infinitamente menor que uma arma de fogo. Por exemplo, se um policial errar o seu alvo, não haverá projétil para alcançar terceiros não envolvidos na ocorrência, ou seja, as chamada vítimas de “balas” perdidas.

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Assim, acreditamos que não é o tipo da arma que deva ser discutido, mais sim o método de sua utilização e a devida preparação para o profissional de segurança para o seu manuseio, evitando-se o uso inadequado do equipamento.

George Melão é presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo – SINDPESP

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