Ameaçado, juiz da Monte Carlo diz que sairá do País

Por três meses, segundo magistrado Paulo Augusto Moreira Lima (centro) registrou em carta ao corregedor-geral; Ayres Britto, presidente do STF, classifica como de "gravidade incomum" intimidações feitas ao juiz federal, que pediu afastamento do caso; "Terei de conviver com as consequências da Monte Carlo por muito tempo", justificou

Ameaçado, juiz da Monte Carlo diz que sairá do País
Ameaçado, juiz da Monte Carlo diz que sairá do País (Foto: Divulgação)


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247 – O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, classificou como de "gravidade incomum" as ameaças ao juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela Operação Monte Carlo. O magistrado pediu afastamento do caso que determinou a prisão do contraventor Carlos Cachoeira. "Não se pode ameaçar do ponto de vista da integridade física nem moral e psicológica nenhum julgador e sua família", disse o presidente do STF, segundo reportagem do portal G1.

Paulo Augusto Moreira Lima denunciou sofrer ameaças e pediu para ser afastado do caso, que corre na 1ª Vara Federal de Goiânia. Em ofício divulgado no jornal O Estado de S.Paulo nesta terça-feira ao corregedor-geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Carlos Olavo, o magistrado afirma que está sob "situação de extrema exposição junto à criminalidade do estado de Goiás" e que deixará o País por três meses por questões de segurança.

No documento de cinco páginas a que o Estadão teve acesso, o juiz diz que segue esquema rígido de segurança por recomendação da Polícia Federal, mas conta que sua família foi abordada e que foi ameaçado sobre a possibilidade de sofrer represálias nos próximos meses. Ele denuncia que investigados pela operação da PF podem estar envolvidos com homicídios cometidos recentemente, o que configuraria em queima de arquivo.

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"Pelo que se tem informação, até o presente momento, há crimes de homicídio provavelmente praticados a mando por réus do processo pertinente à Operação Monte Carlo, o que reforça a periculosidade da quadrilha", relata. O juiz lembra que ficará marcado por este caso, mesmo que saia do País. "Infelizmente, Excelência, Goiânia/GO é uma cidade pequena, onde todos se conhecem, e terei que conviver com as consequências da Operação Monte Carlo e dessas outras operações por muito tempo, principalmente porque nasci e fui criado nesta cidade", afirma o juiz.

Antes da reunião do Conselho Nacional de Justiça desta terça-feira 19, a ministra Eliana Calmon disse que foi procurada pelo juiz. Ela disse, segundo reportagem do portal G1, que enviou um juiz auxiliar da CNJ para apaziguar a situação e que pretende dar todo apoio ao juiz. A corregedora também afirmou estar surpresa com o documento publicado pel´O Estado de S.Paulo.

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O juiz escolhido para herdar o caso, Leão Aparecido Alves, disse que se declara impedido de conduzir o processo por ser amigo de José Olímpio Queiroga Neto, suspeito de ser aliado de Carlos Cachoeira. Segundo Eliana Calmon, se comprovada a relação dos dois, o magistrado não poderá assumir o caso.

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