MTB defende prisão apenas para "quem é perigoso"

Organizador da defesa dos réus da Ação Penal 470 e defensor de José Roberto Salgado no processo, ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos se une ao coro daqueles que defendem penas de restrição de liberdade apenas para autores de crime de violência, sugeridas pelo ministro Dias Toffoli durante sessão do julgamento nesta semana: "Na Inglaterra, menos de 10% dos processos criminais terminam em prisão. No Brasil, isso é um ideal ainda distante"

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247 - Depois de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, dizer que prefere morrer a cumprir pena numa prisão brasileira, e de a precariedade das penitenciárias nacionais virar pauta durante o julgamento da Ação Penal 470, o ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos se uniu ao coro daqueles que defendem que as penas de restrição de liberdade devem ser reservadas a criminosos perigosos. Defensor do ex-dirigente do Banco Rural José Roberto Salgado no julgamento do 'mensalão', Thomaz Bastos disse em entrevista ao portal IG que "as prisões deveriam ser reservadas para quem é perigoso ou chefia quadrilha organizada". "Na Inglaterra, menos de 10% dos processos criminais terminam em prisão. No Brasil, isso é um ideal ainda distante", completou.

Para o ex-ministro, que foi responsável pela implantação das prisões federais destinadas a abrigar os chefes do crime organizado, o aumento de violência em São Paulo tem raízes no caos penitenciário. "Uma parte da responsabilidade sobre o surgimento do PCC é do sistema penal, que não pune e nem recupera. Vejo essas coisas (a onda de violência) sendo gestadas dentro das cadeias", disse o criminalista.

"Enquanto o sistema não for integrado e articulado, teremos a possibilidade de novas ações", diz Thomaz Bastos. "A história da existência das penas, como diz Evandro Lins (jurista carioca), é a história da luta pela sua abolição. A prisão serve para punir e socializar. No Brasil, não acontece uma coisa nem outra. Ou é demais ou é de menos", completa.

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