Cachoeira subirá ao altar com Andressa
Em liberdade outra vez, contraventor e sua companheira Andressa Mendonça marcam enlace para os decks da residência do casal, no condomínio Alphaville, em Goiânia; ele está sofrendo com severas alterações de humor; esta semana, Cachoeira teve de ser atendido e sedado duas vezes pelo hematologista Cesar Leite de Santanna, uma na prisão e outra já em casa; advogado diz que ele desistiu de contar tudo o que sabe; será?
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Realle Palazzo-Martini (do Goiás247) - 22 de dezembro. Esta é a data do casamento entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e a empresária Andressa Mendonça. A cerimônia está prevista para acontecer em um dos decks de eventos do Residencial Alphaville Cruzeiro do Sul, condomínio de luxo de Goiânia. Cachoeira foi condenado a 39 anos e oito meses de prisão no processo da Operação Monte Carlo e preso preventivamente na última sexta-feira, mas foi beneficiado com um habeas corpus concedido na segunda-feira, 11, pelo desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
Assim que deixou o presídio da Papuda, em 20 de novembro (ele ficou preso preventivamente por 266 dias), Cachoeira foi diagnosticado com depressão e alterações de humor. O quadro clínico do contraventor levou o hematologista Cesar Leite de Santanna (médico que o internou por cinco dias no Instituto de Neurologia de Goiânia) ao seu encontro por duas vezes na terça-feira, 10. A primeira delas por volta das 13 horas, ainda na cela de 10 metros quadrados do Núcleo de Custódia do Complexo Prisional Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia. O especialista estava acompanhado de Andressa, que não pode se encontrar como companheiro. Medicado, Cachoeira se acalmou.
O segundo encontro aconteceu já com o contraventor em liberdade, em casa, no Alphaville, por volta das 19h30. Ele apresentou as mesmas alterações de humor e teve de ser sedado para que pudesse dormir.
Ameaças
Os transtornos psicológicos que Cachoeira enfrenta colocam em dúvida o cumprimento das ameaças que o contraventor fez assim que deixou o Núcelo de Custódia. Cachoeira afirmou ser ele o “Garganta Profunda do PT” e que revelaria nesta quarta-feira quem são os parlamentares membros da CPMI do Cachoeira envolvidos com a Construtora Delta. Cachoeira disse que, antes de falar, conversaria com seus advogados.
Um político do convício de Cachoeira disse ao Goiás247 que dificilmente as ameaças devem se cumprir e que suas declarações refletem o atual momento de instabilidade emocional. A própria defesa de Cachoeira não acredita que ele fale. "Eu o desaconselhei a falar", afirmou o advogado Nabor Bulhões ao Portal Terra nesta quarta-feira. "Foi coisa de momento, ele não dará entrevista", acrescentou.
Durante o desenrolar da Operação Monte Carlo e da CPI, dois vídeos do misterioso arquivo de gravações do contraventor expôs suas relações com integrantes do Partido dos Trabalhadores. Num deles, ele prometia ajuda de R$ 100 mil à campanha do deputado federal Rubens Otoni. A doação não se conformou, segundo o parlamentar. Em outro, revelava suas ligações com o prefeito de Palmas, Raul Filho (expulso do PT), cujo indiciamento é pedido no relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG). Foi da videoteca de Cachoeira que vazou em maio de 2005 o vídeo que originou a CPI dos Correios. As imagens mostravam o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho negociando propina com um suposto empresário interessado em participar de uma licitação, e mencionando ter o respaldo do então deputado federal Roberto Jefferson (PTB). A crise originou as denúncias do Mensalão, atualmente em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal.
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